Capítulo 28

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Eu considero o Samuel como irmão, mas ele já vacilou pra caralho comigo.

São paradas que eu guardo pra mim, não deixo ele saber.. mas que me marcaram muito.

Ele sai como bom moço, e eu como errado! Sempre assim. Ele aprontava, e a culpa era minha. Ele sabia das coisas erradas que ele fazia, mas deixava que eu levasse a culpa.

Eu era xingado, era acusado e via as pessoas perdendo a confiança em mim.

A gente era moleque, mas ficou aqui, no meu coração. Minha mãe gosta dele, tratava ele melhor do quê eu.

Ah, não posso esquecer da Amanda..

A Amanda? Conheci primeiro, com 12 anos. Garotinha branquinha, moradora do Jacarezinho, que tinha se mudado recentemente com seus pais.

Eu, como um moleque neutro, avistei ela de longe carregando as sacolas pesadas e resolvi oferecer a minha ajuda.

Flashback 🛑

Gui : Aí, quer ajuda nas tuas bagagens, garota? Ta quase caindo, pô. - Ela me olhou por cima da caixa, arqueando a sobrancelha.

Amanda : E eu te conheço? - Eu revirei os olhos.

Gui : Vai querer ajuda ou não, menina? Tá fazendo eu perder tempo pra caralho aqui. - Ela franziu a testa, se aproximando de mim com as sacolas e eu peguei três.

Amanda : Obrigada! - Eu arrumei as sacolas no meu braço, e olhei pra ela, e PUTA QUE PARIU.

Os olhos grandes e iluminados da garota, me fizeram passar dois minutos hipnotizado.

Ela tem os olhos na cor de mel, cabelo liso até o ombro, o nariz tão perfeito e uma boca.. uma boca tão perfeita..

Amanda : Ei, moleque.. - Estalou os dedos, me fazendo sair do transe. - Qual teu nome? O meu é Amanda!

Gui : Qual foi? Meu nome é Guilherme, mas tu pode me chamar de Gui. - Cocei a cabeça.

Moleque tonto!

Amanda : Tu mora aqui? - Assenti, e ela foi caminhando na minha frente. - Vem, sobe! - Parou, me olhando.

Gui : Moro lá em cima, sacou? Na parte mais alta! - Ela abriu os olhos, encantada, e eu subi com ela, chegando perto da mesma e nós fomos caminhando.

Amanda : Dá pra ver as estrelas? - Eu assenti.

Gui : Dá pra ver tudo! Até as balas quando tem tiroteio. - Ela me olhou, franzindo a testa, com express de susto.

Porra, falei merda!

Ficamos em silêncio, e ela começou a rir.

Amanda : Tiroteio? Tipo.. arma, balas? - Eu concordei. - Que irado! - Eu ri, sem entender.

Garota é maluca!

O resto do caminho foi assim, rindo e eu contando tudo que rolava no morro pra ela, ela ouvia tudo atentamente e ainda dava risada das minhas "aventuras".

Amanda : Bom, senhor aventuras.. pode me deixar até aqui. Senão, meus pais vão me encher de perguntas. - Pegou as sacolas. - Muito obrigado pela ajuda! Qualquer dia, a gente se encontra por aí. - Dei tchau pra ela sem graça, que virou de costas e logo seguiu seu caminho. Eu voltei, me escondendo atrás de um beco sem saída, de frente a casa dela.

Fiquei observando ela chegar perto dos pais dela, que olharam preocupados.

Xxx : Onde tu tava, garota? Que demora, em! - Pegou as sacolas da mão dela.

Amanda : Eu tava com dificuldade pra subir. É tudo pesado! - A mulher, que eu deduzi ser a mãe dela, olhou torto e logo eles entraram.

Flashback

Amor de Fim de Noite. (CONCLUÍDO) Where stories live. Discover now