Capítulo 12

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  -- Kally?

  Eu deveria achar estranho encontra-la no meu lugar de trabalho? Provavelmente não, ainda assim não consigo me livrar da sensação desconfortável em relação a isso, não sou muito fã de encontrar pessoas conhecidas aqui por causa de leve mudança de comportamento que tenho sendo esse um dos poucos momentos de agradecer a natureza introspectiva da Lara.

  Mas creio que estou fazendo tempestade num copo d'água, afinal era pouco provável que fosse eu a atende-la ou que ela me visse em meio a tantas pessoas.

  Ficando mais tranquila com esse pensamento continuo com o meu trabalho atendendo algumas, porém não importava o que eu fazia não conseguia evitar de seguir a Kally com os olhos não perdendo um único movimento como se estivesse vigiando um invasor.

  Se eu estava agindo assim com ela no meu trabalho sinceramente não estava muito confiante com sua presença lá em casa, mas pagaria para ver se isso significar me livrar dessa situação com a Lara, a coisa já estava ficando insustentável.

  E não deixaria tudo ir pros ares devido a um inútil instintos territorial que eu nem devia ter.


  -- Tem certeza que não quer a minha ajuda com as compras? -- questionei sendo empurrada para fora do apartamento -- eu posso faltar hoje.

  -- Sim tenho, agora preciso que saia pra que eu consiga aprontar as coisas -- respondeu Victoria me colocando delicadamente para fora -- se não estraga a surpresa.

  -- Eu já sei que vai cozinhar, que parte disso é uma surpresa? -- questionei a vendo cruzar os braços e fazer um rosto emburrado.

  -- Quer me ver transformar a casa numa zona? -- questionou se mostrando ofendida.

  -- Você não seria capaz -- disse abismada.

  -- Quer mesmo me testar? -- questionou num tom de desafio.

  -- Só lembrar que isso é trabalho, por favor -- pedi num tom de suplicar.

  -- Lara pensei que me conhecesse eu não faria nada para te prejudicar -- disse ela num tom meio triste -- quero sim que saia dessa empresa, mas por vontade própria.

  -- Desculpa -- digo me arrependo pelo o que disse.

  -- Tudo bem, eu entendo hoje é um dia importante, seu projeto importante -- disse Vic tocando em meus ombros -- a muita pressão sobre você no momento e eu juro Lana eu seria a última pessoa a colocar mais, só quero que você relaxe um pouco essa é a minha intenção com esse almoço, e no caso de você se sentir confortável, só no caso de se sentir confortável você sonda a Kally, não faça isso por obrigação.

  Eu não sabia que precisava tanto ouvir aquelas palavras até escuta-las acompanhas por aquele sorriso leve e seguro de minha amiga quando me fazendo chorar. -- Oh, oh sem lágrimas -- disse ela com as mãos do lado do meu rosto as limpando ficando um pouco mais perto de mim -- eu não disse nada que devesse lhe causar lágrimas, você tá sentindo dor de novo? Se for isso você pode ficar em casa e a gente cancela esse almoço.

  -- Não, eu to bem -- digo fungando um pouco me afastando de seu toque devido a lembrança das palavras de minha médica, apesar da boa sensação que  aquilo me trazia -- acho que eu estava mais estressada do que imaginei.

  -- Verdade? -- questionou ela ainda preocupada apesar de minha palavras -- se estiver mentindo...

  -- Eu não to -- garanti lhe dando leves tapinhas sorrindo junto a ela sentindo o meu coração quentinho ao notar o alivio passar por seus olhos -- além disso você mesma disse que tenho quer ir trabalhar.

  -- To começando a achar que preciso de ajuda com as compras -- disse encostando o ombro e cabeça na batente da porta enquanto cruzava os braços.

  Aquilo me causou uma intensa gargalhada, era raro vê-la agir de forma tão infantil que não pude evitar de rir, porém aquilo estava ficando cada vez mais frequente algo nas atitudes da Victoria havia mudado ela havia se tornado mais carinhosa antigamente quase não havia contato físico entre nós tanto da minha parte quanto da dela, agora eu sentia como se houvesse um imã nós atraindo e fora quando comecei a me sentir mal que seu humor começo com esse seus altos e baixos.

  -- Por um momento pensei que falava serio -- digo parando de rir.

  -- Por um momento falei -- concordou num tom sério, antes de voltar a me expulsar -- agora, xô xô.


  To dando muita bandeira, ah, deixa quieto melhor eu ir caçar o que fazer que não me dou tempo para pensar em besteira, tendo isso em mente vou tomar um banho me arrumando rapidamente indo até um mercado próximo pegando tudo que seria necessário para o almoço.

  -- Você é mais caseira do que eu esperava -- escutei alguém dizer atrás de mim enquanto eu escolhia um dos ingredientes na estante.

  -- E você está aparecendo mais vezes do que o necessário -- digo para a mulher atrás de mim.

  -- Moramos na mesma cidade, uma hora ou outra iriamos nos esbarramos -- disse ela num tom risonho.

  -- Tem alguma noticia da minha irmã? -- questionei finalmente olhando em sua direção.

  -- Nem dela, nem dos outros três esse encontro aqui foi totalmente acidental -- respondeu dando de ombros -- sem contar que visitar sua irmã não é exatamente um passeio no parque.  

  -- Não existem acidentes.

  -- Tá assistindo Kung fu panda demais é melhor parar -- disse Bruna começando a se afastar levando uma cesta consigo.

  -- O seu cheiro tá estranho -- digo notando aquilo só agora.

  -- O seu também e eu não disse nada -- disse antes de sumir da minha vista.

  O que ela quis dizer com isso? -- pensei me cheirando para conferir, porém não sentir nada diferente do meu normal -- ela só tava querendo me zoar?

  Conhecendo a Bruna era uma possibilidade, mas tão pouco era alguém, que falava algo só por dizer, ah, não vamos quebrar a cabeça com alguém que nunca vou entender. Jogando fora essa linha de pensamento me encaminho ao caixa pagando as compras a minha sorte era que o mercado ficava relativamente perto do apartamento devido a quantidade de sacolas que carregava, assim que chego as colocando balcão dando um leve alongada nas costas devido a pressão que coloquei.

  Tendo feito isso começo a limpar e guardas as compras deixando apenas ingredientes no balcão começando a separar os que usaria, porém antes coloco um avental que comprara em uma de minhas viagens fazendo um coque em meu cabelo e lavando as mãos.

  -- Agora vamos conferir o cardápio -- digo olhando em meu celular -- como entrada uma bruschetta, bem que eu queria ter um forno pra fazer em casa o pão, terei que me contentar com o do mercado que minha nonna não escute isso.

  Decidida a entrada pego pão italiano, 2 tomates os mais maduros que encontrei, azeite, alho, manjericão e sal. Começo fatiando grossas fatias do pão, os deixando separados num prato antes de cortar em cubinhos os tomates, adicionando todos os temperos os misturando numa vasilha de vidro, em seguida rego as fatias no azeite ao som de bossa nova, cantarolando enquanto as lavava ao forno.

  Tendo terminado a entrada sigo para o prato principal Pappardelle ao molho sujo e lasanha á bolonhesa, preparando uma massa caseira, estão pronta separo os ingredientes para o molho; 1 cebola; 4 tomates; 4 dentes de alho; 1 lata de tomates pelati; azeite; páprica; sal; 1 colher de chá de açúcar; manjericão.

  Tive que retirar a pimenta do reino devido a alergia de Lana.

  Feito o molho sujo, inicio o da lasanha pegando a garrafa de vinho tinto a colocando na bancada. Fazia algum tempo que não cozinhava assim ao mesmo tempo que me alegrava, também ficava triste ao lembrar da última vez que o fizera.

  Para terminar gostaria de fazer um tiramisu que consiste em um pavê, mas não o fizera, preparando a torta.

  -- Substituo o vinho por um suco ou não? -- questionei com a mão no queixo enquanto olhava a lasanha no forno.

  -- Que cheiro bom.

Continua...

A inofensiva (ABO)Kde žijí příběhy. Začni objevovat