Capítulo 28

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  Era claro o choque no rosto de Lana ao ver aquela cena ficando branca quando percebeu que a mulher se aproximava tranquilamente parecendo entediada se sentando ao lado de minha irmã quase se deitando sobre a cadeira com seus olhos fechados.

  -- Tem lenço? -- questionou se ajeitando na cadeira estendendo a mão na direção da Teresa que rapidamente a entrega uma toalha de rosto branca, que usa para limpar suas mãos, pescoço e rosto, estralando o pescoço antes de prender seu olhar na Lana -- você deve ser a nova integrante do quinteto, prazer Bruna, mas não se incomode em decorar, pois se tiver sorte esse será nosso primeiro e único encontro.

  A Lana ainda parecia tão assustada que não conseguira retribuir a apresentação e não é como se realmente precisasse, conhecendo a Bruna, ela só não devia saber seu nome completo, como toda a sua arvore genealógica.

  -- Então, perdi ou não o anuncio? -- questionou colocando a toalha em seu colo se voltando novamente para a beta -- vou lavar antes de devolver.

  -- Na verdade eu já iria fazer o anuncio -- disse Teresa num tom calmo.

  Na verdade todos nós, exceto a Lana, estávamos calmos com aquela situação, afinal não era a primeira vez que a vimos numa situação como aquela, já vimos piores, arrastando um homem duas vezes o seu tamanho, com a garganta cortada.

  -- Como eu amo o meu time -- disse Bruna sorrindo -- tem algo pra beber?

  -- Dentro da cabana -- respondeu Teresa apontando para ela.

  -- Então eu posso esperar -- disse olhando brevemente em direção ao lugar fazendo uma careta.

  -- Ok... agora posso fazer o anuncio -- disse a beta respirando fundo -- talvez eu suma antes do fim do ano e é provável que eu não vá na formatura do Davi, desculpa Davi eu realmente queria ir, o nosso bebê vai se formar e eu vou perder.

  -- A gente meio que tem a guarda compartilhada dele, porque os pais do Davi são um lixo não reciclável, como o meu, não tão ruins não mataram ninguém, que eu saiba, mas a minha mãe era um doce -- expliquei baixinho para a Lana -- você ia gostar dela e ela de você.

  -- Por quê? -- perguntou Manuela se levantando com as mãos sobre a mesa.

  -- Porque eu pedi -- respondeu Bruna bebendo uma lata de refrigerante que não tinha ideia de onde havia tirado.

  Sem dar a chance de minha irmã esbravejar Teresa rapidamente a interrompe tocando em seu ombro a fazendo se sentar. -- Eu tenho agido como informante pra a Bruna nos últimos 2 anos -- confessou a beta suspirando -- e pelo o que ela me disse, estou chegando num ponto critico.

  -- Eu mal posso garantir a segurança dela nas próximas semanas, quem dirá nos próximos meses -- disse Bruna mantendo o tom calmo, como se não estivesse falando da possível morte de alguém, mas considerando o seu trabalho isso não era nenhuma novidade.

  -- Normalmente os seus informantes não são intocáveis? -- questionei confusa.

  -- E são, os informantes -- concordou Bruna com a cabeça antes de apontar para minha amiga -- ela é uma x9, traíra, 71, tá vendendo a máfia inteira em troca do próprio pescoço, nem eu consigo livrar ela disso, não que eu queira fazer isso e é contra as regras.

  -- Você que me convenceu -- reclamou Teresa.

  -- Você já ia vendê-los pra sair de qualquer forma, eu só lhe mostrei uma alternativa que você não fosse morta no meio -- disse Bruna num tom de tédio -- chamo isso de cortesia profissional.

  -- Vou ter que abandonar a minha pesquisa -- disse a beta desanimada.

  -- Mas vai tá viva, tá reclamando por quê?

  Antes que aquela briga tomasse proporções maiores Mel se coloca entre as duas calando ambas com um gesto.

  -- Tá bom, chega vamos partir pra próxima -- disse a alfa -- já entendemos que a Teresa vai sumir e fez um acordo pra lá de questionável com a Bruna, não é nenhuma novidade segue em frente.

  -- Bruna você não venho pra cá só por isso, não é? -- questionou Davi externalizando uma de nossas maiores duvidas no momento. 

  -- Não mesmo, mas vou esperar vocês terminarem.

  -- É serio que ninguém vai perguntar porque ela tava coberta de sangue? -- questionou Lana exaltada parecendo ter finalmente se recuperado do susto inicial, demorou menos do que eu esperava.

  -- A gente tava torcendo para ninguém fazer a pergunta -- revelou Mel brincando com os seus dedos nervosa.

  -- Vou dormir melhor hoje se eu não souber -- disse o ômega de braços cruzados -- mal me recuperei da última vez.

  -- E dessa vez ela não trouxe o corpo -- acrescentou Manuela num tom calmo dando de ombros -- já é alguma coisa.

  -- Ou a cabeça -- terminou Teresa concordando com a cabeça.

  -- Dar pra não falar sobre mortes, corpos ou crimes  de qualquer tipo -- pedi frustrada -- é sério que tenho que avisar?

  -- Você está tirando 80% do nosso assunto -- disse Manuela -- a gente vive vendo ou ouvindo coisas ilegais, faz parte da nossa rotina, não gostamos, mas faz.

  -- Vocês estão me deixando mais confusa -- disse Lana -- alguém pode me dar um contexto?

  -- Eu disse! -- comemorou Mel dando pulinhos animada enquanto fazia algumas caretas devido a dor em seu joelho. -- Manca, lembra? -- Recebendo um olhar mortal de Teresa a fazendo voltar a se sentar -- eu não disse.

  -- Eu vou ajudar, o irmão das gêmeas aí mandou uns imbecis atrás da mais nova que seguiu vocês até aqui -- explicou Bruna -- ok, fui eu que os trouxe até aqui.

  -- Por que fez isso? -- questionei irritada.

  -- Nunca ouviu falar de armadilhas? Foi mais fácil pegar eles depois que trouxe todos pro mesmo lugar -- respondeu Bruna dando de ombros -- passei a última semana limpando o rastro da Manuela e os atraindo pra cá.

  -- Pra lidar com eles sozinha? -- questionou Teresa desconfiada.

  -- Eu nunca tô sozinha -- disse Bruna batendo levemente o dedo duas vezes na mesa fazendo que um pequeno pontinho vermelho aparecesse no centro.

  -- Ah meu deus -- disse Lana se levantando da mesa assustada olhando para os lados em busca do atirador.

  -- Não se preocupa ele só vai atirar se eu der o sinal -- disse Bruna abanando a mão como se fosse a coisa mais irrelevante possível -- e eu já matei gente demais por hoje.

   -- Matou? -- perguntou Lana num tom estrangulado.

  -- E é por isso que a gente não perguntou -- disse Davi jogando as mãos para cima.

Continua...

  -- Bolt -- repreendi ele, porém era tarde demais.

Pois daquela vez ela não estava usando fones, com isso a mulher se assusta se desiquilibrando soltando a corda caindo da plataforma, porém por usar uma frauda (um equipamento de rapel ou pelo menos como o meu pai o chamava) ela não se chocara contra o chão ficando pendurada de cabeça para baixo com a corda rodando, não demorara muito para que ela me visse ficando seria por alguns segundos enquanto eu ficava envergonhada esperando sua reação, até que ela começara a gargalhar, sua risada tinha um tom roco que me contagiara causando uma crise de risos em mim. Quando finalmente ela se acalma estende a mão em minha direção sorrindo.

-- Sei que vai soar estranho por causa da situação, mas prazer me chamo Mel.

UM ANTIGO AMOR

A inofensiva (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora