Capítulo 9 - Anelise

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Anelise Giavazi Bennett

   
Os soldados entraram as pressas nos carros, todo tempo que tivemos foi apenas de reunir os armamentos e sair.
    
Minhas irmãs receberam uma mensagem da nossa equipe de rastreamento de que Alec Zanov havia saído da Rússia num avião particular, e o destino dele era um pequeno aeroporto de cargas nos arredores de Londres, ele obviamente não quer que eu saiba que ele está aqui. Mas isso não deu muito certo.
    
Quando voltei para casa depois de firmar um acordo do Oliver Moretti, minhas irmãs já estavam vestidas adequadamente e apenas aguardavam minhas ordens. Então como uma excelente atriz que sou, quase esganei um soldado, berrei com todos e ordenei que se preparassem.
    
Eu esperava um outro sermão de Kate, mas o que quer que Amélie tenha feito enquanto eu estava fora pareceu surtir efeito, já que a mesma ficou calada e não pronunciou uma palavra.
    
Nós três estávamos no banco de trás do carro, Amélie lia algumas informações no tablet enquanto Kate apenas observava as ruas através da janela.
    
Nos banco da frente estavam minha chefe de segurança, Julie Adams. E meu atirador de elite, Joseph Wild. Ambos eram meus soldados de maior confiança.
    
O painel do carro começou a piscar e Joseph atendeu a ligação. Ele se comunicou com os soldados que queriam um plano de ação, rapidamente ele passou as instruções e desligou a chamada.
    
Faltavam apenas alguns minutos para chegarmos ao aeroporto, ao meu lado, minhas irmãs checavam suas armas, e eu fazia o mesmo.
    
Hoje o estilo estava bastante variado, Amélie preferiu armas brancas, não havia uma parte de sua roupa espessa e grossa que não estivesse com uma faca dentro. Kate sempre gosta de resolver tudo de uma vez, então ela optou por uma Kriss Vector semiautomática. E como eu amo pistolas, resolvi ir com minhas duas desert Eagles banhadas em ouro.
    
Chegamos ao pequeno aeroporto e os soldados desceram do carro, cada um assumiu sua posição e vasculhou o local.
    
Rapidamente montamos uma estratégia tática e nos camuflamos aproveitando a escuridão da noite.
    
Eu e Kate subimos para a torre de comando, de lá nós teríamos uma ótima visão. Ao nosso lado, Julie rapidamente montou um rifle de assalto M4 Carbine, equipado com silenciador e laser. Uma belezinha dessas poderia matar a uma distância de 1,5 quilômetro, e perfurar uma frigideira de ferro.
    
Em cima da mesa de controle eu peguei o binoculo militar que estava dentro da maleta, devo admitir que foi uma ótima ideia fazer um acordo com a divisão de tecnologia do exército inglês.
    
Depois de alguns minutos vigiando os céus, finalmente vi a pequena aeronave se aproximar e dar voltas ao redor do aeroporto.
    
Kate estava pronta para comandar a operação, mas tudo tinha que sair perfeitamente.
    
— Me dê o comunicador. — pedi para ela.
    
Minha irmã mais velha me encarou com a sobrancelha erguida, mas por fim tirou o comunicador e me entregou.
    
Conectei ele e liguei.
    
— Qual é sua posição, pardal branco? — mesmo com toda nossa segurança, era importante deixar que algumas da conversa fossem em códigos.
    
— Solo 2, águia dourada. O sol vai se por agora? — questionou Amélie.
    
Ela basicamente me disse que está no térreo, do outro lado do aeroporto. Acredito que esteja perto da saída juntos com seus homens. E também perguntou se deveríamos explodir o avião de Alec assim que ele pousasse.
    
— Não, pardal branco. Ninguém sai do ninho sem minha autorização. — falei com firmeza.
    
— Ok, aguardando ordens — respondeu ela.
    
O avião fez um pouso tranquilo na pista e desligou os motores, mas a porta não foi aberta.
    
A frente do jato particular estava virada na direção da torre, nem tão longe nem tão perto, apenas o suficiente para saber que os pilotos usavam coletes a prova de balas.
    
— Estou com os pilotos na mira. — afirmou Julie.
    
— Ainda não, Adams. — falei com calma.
    
Kate se aproximou de mim e parou ao meu lado.
    
— Posso saber o que você está planejando? — questionou ela.
    
— Ninguém move um músculo até eu ver Alec. — minha irmã assentiu com a cabeça
    
A porta do avião foi aberta e aproximadamente 10 homens armados até os dentes saíram de dentro, mas não havia sinal do Zanov.
    
Ao meu lado, Kate sussurrava instruções para os soldados que estavam mais próximos da pista de pouso.
    
Os homens se posicionaram cuidadosamente na entrada do avião, eles atirariam em qualquer coisa que se mexesse, apenas para proteger Alec. E não por serem leais a ele, e sim porque aqueles eram os mercenários mais desgraçados que existiam, eles não respondiam a nenhuma máfia ou quem quer que fosse, obedeciam apenas o dinheiro. A tatuagem da águia de duas cabeças no braço e no pescoço deles os denunciava, mas isso era interessante. Por que mercenários russos que eu sei que odeiam Andrei, agora se juntariam a ele?
    
O chefe da máfia russa odeia mercenários, e já mandou executar vários grupos deles, inclusive alguns desses que agora estão guardando o avião.
    
Sai dos meus devaneios quando uma figura masculina de estatura média apontou no alto da escada do avião. Seus cabelos pretos estavam curtos e aparados, a tatuagem de corvo estava bem evidente em seu pescoço, a cicatriz em seu rosto que descia da sobrancelha até os lábios era horrível, seus olhos verdes observavam todo o lugar com certa curiosidade.
    
Casualmente, Alec colocou as mãos dentro do bolso do casaco.
    
Minha respiração queria falhar e meus pés queriam vacilar, mas eu me mantive firme. Tenho que seguir com o plano.
    
— Senhora, estou com o russo na minha mira. Apenas uma ordem e ele morre. — pediu Julie.
    
— Ainda não — ordenei.
    
Kate franziu o cenho diante da minha ordem, mas não questionou nada.
    
Liguei o comunicador e falei:
    
— Amélie, quero seus homens em cada entrada e cada saída. — minha irmã resmungou um palavrão.
    
— Não vai dar, temos companhia. — rapidamente eu peguei o comunicador e conectei no tablet deixando a voz da minha irmã mais nova, audível para mim e Kate.
    
— Como assim, nós temos companhia? — questionei observando as câmeras de vigilância do local.
    
Kate se aproximou de mim e arregalou os olhos quando viu 6 carros se aproximando da entrada onde Amélie estava.
    
— Inferno, sai já daí, Amélie. — pediu Kate.
    
— Senhora! Alec está se movendo, se eu não atirar agora ele vai escapar! — falou Julie com a voz controlada.
    
— Não vou sair, eles não estão me vendo. Mas acho bom terem alguma ideia, e rápido. — sussurrou minha irmã mais nova.
    
— Senhora Bennett, Alec está fugindo! — falou Julie, outra vez.
    
Kate me encarava comprimindo os lábios, todos aguardavam uma resposta minha. E não podia haver erro.
    
— Julie abata os mercenários, Kate mande seus homens atacarem os carros  com tudo o que tem. Amélie, não faça nada até eu mandar. — corri para as escadas e desci as pressas com Kate no meu encalço.
    
Quando chegamos ao pé da torre, os soldados já estavam atacando o comboio de carros, e mercenários caiam a cada segundo. A mira de Julie era impecável.
    
— Ninguém encosta em Alec. Ele é meu. — falei trincando os dentes.
    
Tiros eram ouvidos por todos os lados, e eu fui na direção deles.
    
Atrás de mim Kate dava a cobertura necessária para que eu me aproximasse de Alec, que estava atirando nos meus homens.
    
Haviam apenas 5 mercenários de pé. Dois deles avançaram na minha direção, mas eu saquei minhas armas e matei os dois de uma única vez. Um belo tiro na cabeça de cada um.
    
As coisas complicaram quando vários homens desceram do carro, eles desceram atirando com pequenas pistolas, mas não eram tiros. Pareciam dardos tranquilizantes.
    
Aproveitei que todos estavam ocupados com a luta e finalmente cheguei até Alec.
    
Ele exibia um sorriso presunçoso nos lábios, com certeza ele estava satisfeito com o que via.
    
Alec puxou uma arma de dentro do casaco e apontou para mim. E eu rapidamente fiz o mesmo, todos ao redor pareciam estar alheios os fato de que eu  estava prestes a levar um tiro, e Zanov também.
    
— Eu não tenho a mira de Alec, saia da frente, senhora. — pediu Julie, pelo comunicador, mas eu a ignorei.
    
— A querida filha de Henry e Antonella Bennett, é um prazer conhecê-la. — a voz dele era fanha e arrastada, provavelmente por estar falando inglês, e não russo.
    
— Pensei que o temido Alec Zanov fosse mais assustador. — respondi em russo.
    
Ele pareceu surpreso com minha habilidade de falar sua língua. Devo isso a minha mãe, ela fez eu e minhas irmãs aprendermos a falar pelo menos três além do italiano, que foi herdado dela.
    
— Não sei se seus pais concordariam com essa afirmação, mas, felizmente eles não estão aqui para alegar tal coisa. — senti o ódio percorrer minha veias, mas me obriguei a ficar calma.
    
Sem mais delongas, Alec atirou em mim, e só percebi quando Kate me jogou no chão, me protegendo do tiro.
    
Uma carro entrou na nossa frente e três homens mascarados desceram, eles praticamente empurraram Zanov para dentro do carro, mas antes que eles pudessem fechar a porta do carro, eu levantei e atirei na direção deles.
    
O tiro acertou o ombro do que era mais alto, mas seus comparsas rapidamente fecharam a porta do carro, e saíram cantando pneu.
    
Me levantei do chão e ativei o comunicador.
    
— Amélie, os siga. Não os perca de vista. Vamos para os carros, agora! — gritei.
    
Rapidamente, os soldados que ainda estavam de pé correram para os carros. E eu fui junto.
    
Assim que entrei no veículo, Julie entrou na frente do lado do motorista e arrancou com o carro. Ao lado dela, Joseph estava com o punho sangrando e um belo corte na testa, mas parecia estar bem.
    
Atrás de mim, Kate seguia em outro carro, junto com Amélie.
    
Minha chefe de segurança trocou de lugar com Joseph. E de onde eu não faço a mínima ideia, ela tirou as partes de um rifle de uma mochila e começou a montá-lo.
    
Entramos no subúrbio de Londres em uma perseguição frenética.
    
Os carros a nossa frente tinha os vidros abertos, e os homens estavam colocando o corpo para fora, apenas para atirar em nós.
    
Julie abriu a janela do carro e colocou metade do corpo para fora. Joseph prontamente segurou o que ficou para dentro impedindo que ela caísse do carro.
    
Ela mirou nos pneus do carro a frente e atirou com precisão. Como o carro estava em alta velocidade, ele capotou inúmeras vezes antes de bater em um poste.
    
Saímos dos bairros comuns de Londres e fomos na direção do centro da cidade. E eu sabia que rota os malditos a nossa frente estavam fazendo.
    
Passamos pela avenida e eu avistei a Tower Bridgh, a porcaria da ponte levadiça.
    
Eles estavam metros a nossa frente, se eles passassem da ponte no momento que ela começasse a subir. Nós não os alcançaríamos. Joseph acelerou mais o carro na intensão de não perdê-los de vista, mas quando apontamos no início da ponte, ela começou a subir.
    
Os carros a nossa frentes conseguiram saltar para o outro lado, no entanto nós ficamos para trás. Julie socou o painel do carro, visivelmente irritada, e eu apenas respirei com uma calma mortal.
    
Desci do carro e vi que minhas irmãs também haviam feito o mesmo.
    
Kate e Amélie estavam com os olhos tão sombrios que me fizeram questionar tudo. Mas ainda não havia acabado, a noite ainda seria muito, muito longa.
    
Os soldados desceram dos carros, alguns levemente, outros apenas doloridos, mas vivos.
    
— Para o galpão. — falei para ninguém em específico e voltei para o carro.

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