Capítulo 63 - Anelise

827 66 7
                                    

Anelise Giavazi Bennett

A respiração de Oliver ficou cada vez mais fraca, mas eu não conseguia levantar ou fazer nada além de chorar e abraçá-lo.

Uma risada alta ecoou pela sala e percebi que Enrico ria como uma hiena, sentado no chão recostando o corpo na parede. Percebi que ele tentava conter o sangue que escorria de sua barriga. Oliver não caiu sem antes dar um tiro nesse infeliz, e eu darei outro.

A sala foi invadida por um alvoroço de pessoas. Kate e Luigi foram os primeiros a entrar, os demais chegaram logo em seguida.

Ao perceberem o que havia acontecido, todos se mobilizaram rapidamente, mas eu não soltei Oliver um instante sequer.

– Enrico atirou nele, a bala atravessou o colete. Ele ainda respira, mas é tão fraco. – falei baixo.

– Um helicóptero já está a caminho, temos que levá-lo para fora daqui. – Avisou Pietro.

Com ódio nos olhos, Lucca foi até Enrico e o prensou contra a parede.

– Eu vou matá-lo por atirar no meu irmão! – rosnou Lucca, enquanto o enforcava.

– Não. – Consegui falar, sentindo a garganta seca. – Ninguém vai matá-lo. Deixem que apodreça na masmorra até decidirmos o que faremos com ele. Mas ninguém vai matá-lo.

Parecendo querer contestar minha ordem, Lucca não o soltou.

– Lucca, solte-o. – pediu Amélie. Ele também não a escutou.

Vendo que o irmão estava a um fio de matar Enrico, Pietro foi até ele e tocou em seu ombro. O consegliere pareceu finalmente voltar a realidade.

Enrico deu um sorriso miserável na minha direção.

– Eu avisei que levaria alguém ao inferno comigo. – disse ele. – E não pense por um segundo que isso acabou. Eu venci! E agora o seu precioso Oliver está morrendo, o que será que vai ser de todos vocês agora?! Podem até me matar, mas jamais se livrarão do fantasma que serei em suas vidas.

As lágrimas caiam descontroladamente do meu rosto enquanto eu segurava Oliver com toda força. Esse bastardo não pode estar certo, não pode.

Passando por Elisa e Luke, Kate andou até ele e lhe deu um chute na cabeça.

– Nós temos um ao outro, seu desgraçado. – Disse ela, com as palavras ardendo em ódio.

A pancada foi tão forte que fez Enrico desmaiar. Rapidamente Luigi e Lucca o amarraram. Esse miserável ainda vai ter o que merece.

– Anelise, você está ferida, temos que tirá-la daqui. – alertou Amélie.

– Não vou há lugar nenhum sem Oliver. Não vou deixá-lo. – afirmei.

– O helicóptero chegou, nós vamos levá-lo ao hospital. – explicou Elisa.

– Eu não consigo me levantar. – Confessei, sentindo todos os músculos do meu corpo ficarem rígidos e a força me faltar.

Agora que a adrenalina está indo embora, tudo parece ficar mais real, e doer muito mais também.

Senti minha respiração se tornar escassa e falta de ar me dominar, minha vista se tornou turva e não consegui evitar cair para trás, sentindo a fraqueza me dominar.

– Ele tem que ficar bem. Oliver tem que ficar bem.

Essas foram minhas últimas palavras antes de perder os sentidos e apenas ouvir os gritos de preocupação ao meu redor.

Oliver levou um tiro e pode morrer.

[...]

Segurei a mão de Oliver e por alguns instantes, mesmo sem nem acreditar na maioria das vezes, rezei para alguém me ouvir, para que tirasse de mim a metade do meu coração, porque é isso que ele é. A minha metade completamente oposta e a qual eu quero comigo, ao meu lado e em mais nenhum outro lugar.

Acordo de Sangue - A União Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora