Capítulo 43 - Anelise

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Anelise Giavazi Bennett

Meu corpo doía para um inferno, e a cada movimento que fazia parecia que estava sendo surrada com um chicote, mas eu estava em frenesi. Os soldados pareciam brotar do chão, depois de matar vários deles, outros ainda restavam de pé. Totalmente perdida e absorta na luta, sentindo o sangue fluir com mais velocidade, o coração bater em um ritmo simétrico e calculado e meus golpes serem mortais e letais. Eu era uma tempestade de fúria, e como meu semelhante, Oliver era a rocha contra qual as ondas quebram.

O capo italiano lutava com destreza nos passos e golpes firmes, ágeis, pensados e planejados. Era como uma dança perfeitamente executada. Cada chute, soco, giro e tiro. Tudo era uma perfeita sinfonia. Sorri como uma idiota diante dessa visão.

Continuamos nossa luta até todos estarem caídos no chão. A maior parte estava morta, mas havia alguns poucos feridos, e dentre eles estavam os membros do conselho que em sua totalidade estavam desmaiados no chão.

Fui até Francesco, que estava no canto da sala, sangrando com um tiro na perna. Ele tentava estancar o sangramento e fazia uma careta de dor em alguns momentos. Me abaixei, ficando em sua altura e pressionei o cano da arma em sua outra perna.

- Sabe, nós poderíamos pular a parte onde eu o torturo até você dizer tudo o que sabe. - falei tranquilamente.

Mesmo sabendo do destino que o aguardava, Francesco não se encolheu, pelo contrário, ele sorriu.

- Você realmente acha que o que eu sei vai mudar algo? Isso não passa de um jogo, Bennett. Um jogo que foi elaborado por anos e anos. - comentou ele.

- Pare de falar lorotas e me conte algo útil, e para o seu bem, sugiro que a informação seja realmente boa, porque senão, vai levar mais um tiro na perna. - ameacei.

- Não precisa fazer isso. Eu soube que morreria no momento em que concordei trabalhar com Enrico. - Francesco não pareceu nada abalado diante de sua própria confissão.

Não ousei olhar para Oliver, no entanto, podia sentir que cada vez mais ódio emanava dele. Uma coisa é torturar e matar para obter informações, outra coisa é o desgraçado confessar apenas por isso parecer ser parte de um plano.

- Ousou me trair para se aliar ao desgraçado que quer nos destruir?! - grunhiu Oliver.

- Ele não quer destruir você, ele vai destruir você. É um fato. - argumentou Campinazi.

- O que ele ofereceu para você? Por que aceitou trabalhar para ele?

- Por que não aceitaria? As coisas precisam mudar as vezes. Apenas por isso.

- Então você é mais burro do que pensei. - falei.

- Não sou, porque quando tudo estiver acabado, não vai haver nenhum Bennett ou Moretti se sentando na cadeira de chefe. A Inglaterra já caiu, e logo a Itália também vai.

- Não conte com isso, Campinazi. - afirmou Oliver, abaixando-se ao meu lado. - pretendo me manter na cadeira de chefe por bastante tempo.

- Você e seus primos vão apodrecer no inferno, Moretti.

- Não tenho dúvidas disso, mas não será pela mão de ninguém que morrerei.

Francesco riu pela segunda vez.

- Eu não estarei aqui para ver isso, mas espero que Enrico empale sua cabeça numa estaca e mande de presente para sua mãe.

Um calafrio percorreu minha espinha diante da ameaça. Atirei na perna de Francesco e me deleitei com seu grito de dor e surpresa. Enquanto tomava folego ele me dirigiu um olhar de ódio que não me abalou em nada, apenas me fez querer atirar outra vez.

Acordo de Sangue - A União Da MáfiaWhere stories live. Discover now