— James, não lhe dê estas porcarias. – Protestava o sonserino.
Deslaçando os dedos do pequeno, pegou a saborosa barra de chocolate ao leite e arremessou ao lixo.
Desacreditado, Harry começou a chorar.
Indignado perante o péssimo comportamento, Severus erguia o dedo indicador, na tentativa de discipliná-lo:
— Não chore, Harry. Harry! Não! – Inútil. O menino chorava ainda mais, como se houvesse perdido um ente querido. – Isto só faz mal, Harry. – Quase clamando por ajuda. - Por Merlin, se você continuar chorando, eu... Eu...
— Vai tirar pontos da Grifinória? – Brincou James, recolhendo a criança no colo. Sentando-se na cadeira, pedia com ternura. – Calma, Harry.
— Ele tomou meu chocolate, pai.
— Eu vi. - Lançando um falso olhar zangado para a contraparte, o qual indignou-se diante o inapropriado julgamento, segredou. – Sabe porque ele fez isto, Harry?
Cessando o choro por alguns segundos, os marejados olhos esverdeados fitavam o homem próximo a pia. Aquela figura sinistra sempre trajando vestes negras junto aos olhos tão fixos e vazios, expressavam um convite perfeito para inimigos.
— Porque... - Deitando a cabeça no ombro do pai, levou as mãos ainda sujas de doce até os lábios, alfinetando de modo inocente. - ... Ele gosta de deixar as pessoas tristes.
— Eu não acredito! – Indignado, desistia daquela casa.
Recolhendo a colher de madeira, começou a mexer a panela que borbulhava tão enfurecida quanto a ele.
Harry era uma criança mimada e o maldito Potter o estragava cada vez mais.
Segurando a risada, James buscava transparecer seriedade para mudar aquela ideia, por mais que fosse engraçado presenciar o amante possesso, resmungando sobre "ter aprendido com o mestre dos marotos".
— Quem disse isto para você, Harry?
— O tio Sirius. – As palavras vacilavam. Ocultando o rosto contra o pescoço do pai, buscava fugir daquele terrível olhar pairando sobre si. Sentindo-se um pouco mais protegido, segredou baixinho. – Ele disse que o professor Snape é malvado e que gosta de deixar as pessoas tristes.
James suspirou entristecido.
Pelo visto, os amigos jamais superariam aquela cisma. Especialmente Sirius.
— Mas, pai... – Antecipando-se sobressaltado, interpunha. - Eu disse para o tio Sirius que o professor Snape não me deixa triste sempre. – Arregalando os olhos, contava animado. - Ele até me deu um livro sobre como voar e pediu que eu lesse, pois me ensinaria na primavera. – Magia...? Percebendo o erro, prosseguiu encabulado. - Eu sei que você não gosta de magia, mas não brigue com ele. Eu não quero que ele vá embora como a mamãe.
Apesar do aperto no peito, o bruxo sorriu com carinho para o atrapalhado namorado lutando contra as panelas do fogão. Cozinhar de modo trouxa não era sua especialidade, todavia sempre teimava sobre não precisar de um elfo doméstico.
E, embora inicialmente contra, Snape tentava aderir ao máximo daquela vida trouxa conforme o pedido de James, buscando despistar a possível ameaça ainda presente.
O lorde das trevas havia explodido quando adentrou a casa Potter no Halloween, buscando assassinar aquela família cuja profecia designava uma ameaça. Apesar disto, a ventania cruzando esquinas comentava acerca seu retorno.
Uma alma cruelmente fragmentada em diversas horcruxes, dificilmente desapareceria. Por isto, tanto seus seguidores como opositores caçavam cada um destes objetos para...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Solitária realeza. Travessuras marotas
RomanceQuase na metade da temporada colegial e as perseguições continuam contra o esquisito garoto, Severus Snape, principalmente por James e seus fiéis amigos, Sirius, Peter e Lupin. Agora que pessoa em quem confiava aparenta mais distante, Snape se afog...