O Sol coloria o jardim da escola, não apenas pelas bonitas flores na verde grama, como pela diversidade de alunos desfrutando a beleza daquela tarde.
Distraído, o sorriso havia enfeitado o rosto de Sirius durante toda a manhã. Inclusive não defendia os goles, nem mesmo quando repreendido pela professora ou xingado por algum colega.
Nada importava naquela primavera.
- Desculpa, Prongs. Eu convidei o Lupin para o baile, mas ele recusou e quando perguntei o motivo, ele disse: - Imitando a cara mau humorada, fazia um sinal de aspas ao ar, numa felicidade indescritível. – "Não quero perder minha noite tendo que ver garotas idiotas flertando contigo.".
- E...
- Ele estava com ciúmes.
- E você falou com ele?
- Acredito que não tenha mais nada a ser dito, - Pensativo, o coração pesava temendo a possibilidade da rejeição. – Mas, fomos ver as estrelas... Na floresta... Só nós dois...
A velha árvore de grosso caule e extensas galhas sombrosas, preguiçosamente, ocultava um casal risonho, dentre livros e caldeirões. Os doces sorrisos, segredos, pequenos encantamentos. A menina de ruivos cabelos e contagiante alegria aplaudia admirada cada pequeno feito do amigo.
- Olha lá... – James não pode deixar de notar. Puxando o distraído falante pelo ombro, indicava o casal com certa zanga. – Estamos namorando também...
- Você e o Ranhoso?
- Não! Jamais... – Enojado pela possibilidade. – Aquela garota de cabelos ruivos. A única amiga dele. Ninguém merece um amigo como aquela criatura asquerosa.
- Você também está com ciúmes?
- Não. – Estreitou os olhos, ultrajado. Franzindo o cenho, "como colocaria? ". - Mas ela não deveria falar com ele. Aliás, ninguém deveria.
- Exceto você?
James não respondeu. Talvez, sim. Por que alguém iria querer falar com um garoto tão sombrio e apático como aquele imprestável? Por que o coração apertou diante esta pergunta, enviando uma resposta pela garganta diferente da convencional em sua mente?
- Você nunca vai conquistá-lo se não mudar a abordagem, Prongs.
- Eu? Por que eu iria querer...
- E ele vai se distanciar e fugir de suas mãos quando você menos esperar.
- Eu não me importo.
- Já se convenceu disto? O Snape é um garoto talentoso, quieto, dedicado e que se esforça por quem gosta... Não ficará sozinho para sempre. É uma questão de tempo até ele desencanar da Evans.
Compartilhando do silêncio reflexivo, eles retornavam para o dormitório.
Falando a senha, Lupin permanecia deitado na poltrona, entretido com uma leitura aleatória. Olhos levantados rapidamente, apenas para cumprimentar os recém-chegados, logo retornando as pequenas letras.
James se arremessou no sofá. Deitando-se confuso com os questionamentos do amigo... Não! Não poderia ser verdade? Como alguém iria gostar daquela criatura asquerosa e obscura como um desprezível morcego? Aqueles calmos risos para Lily enquanto fazia flores flutuar dentre os dois lhe causava certo asco. O tímido sorriso oculto pela comprida franja, o jeito sem autoestima e o cheiro... O maldito perfume de plantas devido à quantidade de tempo que passava arriscando novas poções.
Recolhendo o mapa, proferiu o encantamento, caçando os dois antes dos desenhos terminarem de tracejar todo o castelo.
Apontando irritado para o local de antes, reclamava:
- Eles ainda estão juntos? O que estão fazendo?
Revirando os olhos diante o olhar do casal explicando o óbvio, arremessou as folhas amarelas para o lado, admitindo uma plausível possibilidade surreal:
- E se talvez eu gostasse do Ranhoso? Que diferença faria?
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Solitária realeza. Travessuras marotas
RomanceQuase na metade da temporada colegial e as perseguições continuam contra o esquisito garoto, Severus Snape, principalmente por James e seus fiéis amigos, Sirius, Peter e Lupin. Agora que pessoa em quem confiava aparenta mais distante, Snape se afog...