Capítulo 5

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⚠️ ⚠️ Alerta de gatilho: menção de abuso e violência ⚠️⚠️

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A voz de Josh se tornou um zumbido irritante e interminável em meus ouvidos. Logo, seu rosto se desmanchou em um borrão e eu me apoiei na parede para não desabar, minhas mãos tremiam com força, minhas pernas eram gelatinas e tudo dentro de mim, queimava. Meu coração esmurrava minhas costelas sem piedade, o ar simplesmente deixou de existir e o esforço que eu fazia para tê-lo em meus pulmões era desconfortável, meu corpo estava dormente, minha cabeça girava, um único som não escapou da minha boca enquanto eu desmoronava lentamente na frente do meu melhor amigo.

De repente, tudo voltou como um maldito soco no estômago.

Cody.

O Brasil.

Ele.

A minha mãe.

Um grito estridente me arrancou do chão da lavanderia.

Diante de mim, deitada ao chão com os cabelos ondulados caindo em seu rosto, estava a minha mãe, aos prantos ela implorava para que não o fizesse, mas ele não a ouviu. Pela fresta da porta eu podia vê-lo pegando-a pelos braços e forçando-a a ficar de pé, ela chorava descontroladamente, seu rosto estava vermelho e um fio de sangue escorria de sua boca. Ela negou com a cabeça e, sem emitir nenhum som, olhou para mim.

Ele colocou-a a sentada em seu colo, uma de suas mãos estava enfiada dentro do vestido e a outra abaixava a parte de cima do mesmo, ela chorava enquanto se acomodava em cima dele, os hematomas em seu corpo ficaram visíveis quando ele arrancou sua roupa, eu tapei a boca com a mão quando ele a empurrou na cama, mas era tarde demais.

Ele havia me encontrado.

Caminhando até mim, rugindo como um trovão, ele escancarou a porta.

Um grito foi arrancado de minha garganta assim que pulei da cama, meu coração batia com força enquanto tentava recobrar o fôlego, a porta se abriu e meu nome foi chamado, me virei para Josh que assumiu uma postura corpulenta e alta, seu rosto desconfigurado sorriu e seus dedos gordos se fecharam contra meus braços.

De repente, o silêncio, não havia nada ao meu redor. Meus ouvidos ainda estavam zunindo e de minhas mãos pingava sangue. Naquela noite, havia apenas eu, o cadáver e o meu padrasto.

Acordei e, graças a Deus, estava realmente acordada. Josh segurava a minha mão e me olhava com os olhos arregalados, ao meu lado, Elijah segurava minha outra mão, este tinha um olhar petrificado; eu não estava mais na lavanderia, mas sim deitada em uma cama extremamente confortável, tão confortável que parecia machucar o meu corpo tensionado.

O suor colava minhas roupas e meu cabelo grudava na testa quando, lentamente, os dois rapazes soltaram as minhas mãos, só então notei as marcas de unha em meus braços:

- Você, - Josh começou, sua voz embargada de choro -, você estava se machucando.

- Freya achou melhor não te acordar, - Elijah murmurou -, poderia ser perigoso.

Encarei a irmã mais velha que ainda não havia conhecido, ela deu um meio sorriso.

- O que aconteceu?

- Cece, você teve uma crise de pânico e desmaiou, - Josh afastou os cabelos do meu rosto - trouxemos você para cá foi quando você começou a gritar e... chorar.

- Desculpe - sussurrei -.

- Está tudo bem, você está bem agora.

Era uma mentira descarada até mesmo para Josh, mas ao julgar o medo em seu rosto eu sabia que ele estava tentando o seu melhor. Eu queria desaparecer. Desejei desaparecer, queria que tudo isso tivesse um fim, a dor, as mentiras, a maldita verdade, meu Deus, como eu gostaria que tudo isso sumisse.

A Babá ✦ The OriginalsWhere stories live. Discover now