Capítulo 22

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Minhas mãos apertaram a barra do meu vestido, estavam suadas e meus dedos se entrelaçaram e soltaram em uma representação nada discreta da minha ansiedade. Busquei por ele na multidão e mal via seus rostos – porque estávamos fazendo isso? Céus, as borboletas no meu estômago, o tremor de leve nos lábios, eu odiava tudo isso.

Quando seus olhos encontraram os meus foi como se nada nunca tivesse me preocupado, as borboletas se acalmaram e meus dedos se soltaram uns dos outros, um sorriso enorme puxou meus lábios e era como ser atingida por uma onda de calmaria:

- Boa noite, - disse educadamente -, posso me sentar?

- C-Claro - foi o que consegui responder -.

- Você está linda, - elogiou o meu vestido e senti meu coração voltar a pulsar -, muito, muito linda.

- Klaus, - sorri envergonhada -, porque estamos fazendo isso?

- Perdoe-me a minha educação, me chamo Klaus Mikaelson. Você deve ser a Cecília, ouvi maravilhas sobre você.

- Muito prazer, - ri soprado me entregando a brincadeira -, porque estamos fazendo isso? - Arqueei a sobrancelha e ele pediu ao garçom um vinho caro -.

- Porque, minha querida, nós precisamos de um recomeço.

- Não vamos falar do que aconteceu?

- Só se você precisar falar sobre isso, - deu um meio sorriso -, ao contrário nós iremos ter um jantar incrivelmente romântico e eu vou te acompanhar até o seu apartamento, - ele segurou a minha mão -, deixar um beijo em sua mão e irei embora, pois sou um cavalheiro.

- Poxa, - fiz um biquinho -, poderia beijar mais do que a minha mão hoje.

Ele arregalou os olhos, o garçom – o qual tinha acabado de chegar com o vinho e eu nem notei a presença – nos fitou de relance e se afastou tão rápido que nem quis saber dos nossos pedidos. Klaus gargalhou e eu o acompanhei.

- Ah, que vergonha - falei rindo -.

- Fico feliz em saber suas intenções comigo, - ele bebericou o vinho -, você está bem?

E mal percebi que acariciava o ombro onde a marca estava há pouco.

- Sim, - sorri rapidamente -, estou bem. É só que... é estranho.

- Me conte - pediu em um suspiro -.

- É como se eu ainda estivesse presa naquele espelho sabe, - sussurrei -, eu vejo tudo o que o meu outro eu está fazendo, e não é o meu outro eu, sou eu, mas... a minha garganta dói de tanto gritar, mas não há nada que eu possa fazer. Sinto o frio pela minha coluna e a serpente se movendo em minha garganta, é tudo muito... recente para fingir que nada aconteceu.

- Eu sinto muito - murmurou -, eu devia ter esperado mais. Elijah disse que era muito cedo e eu não ouvi.

- Está tudo bem, precisamos recomeçar - falei sorrindo -, fazer do jeito certo agora.

- Então, uma seita, não é? - Disse com um ar divertido -, me conte mais sobre isso.

Eu ri, apertei sua mão e compartilhei minhas dores.

- Quer saber, - falei bebericando o vinho -, me conte sobre você. Não vamos falar sobre isso hoje.

- Por onde começo? Sou um vampiro imortal e-

- Ah, tipo Crepúsculo?! - Perguntei inocentemente e ele travou o maxilar -.

[...]

O cheiro de café inundava o apartamento.

Abri a porta sentindo o meu coração palpitar com força – se ele ainda batesse, mas, bom, deu para entender. Como prometido, Klaus havia deixado um beijo em minha mão e se foi, me deixando completamente embriagada de desejo.

A Babá ✦ The OriginalsWhere stories live. Discover now