Capítulo extra

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A luz solar brilha confortavelmente através das folhagens das árvores provocando oscilações em tons brilhantes de verde e amarelo. O vento sibila calmaria e a paz que o lugar exala condiz com a presença dela – é o lugar perfeito para vê-la de novo:

– Olá, lobinha.

Sua voz é cheia de ternura, mas há um fundo de tristeza em seu olhar.

– Eu contratei a garota para ser a babá da nossa filha, Hope a adora, diz que você a enviou – riu sem ânimo –, gostaria de ter dito que você jamais condenaria a pobre garota dessa forma, mas prefiro que ela acredite na sua intervenção divina se isso for fazê-la sorrir de novo.

O farfalhar das folhas pareceu uma resposta.

– A garota é ótima com a Hope, não acho que devamos nos preocupar com ela – suspira pesadamente –, mas ela esconde alguma coisa. Às vezes, quando ninguém está olhando, ela se afunda em tristeza.

"Talvez isso venha a ser um problema", murmura para si mesmo.

– Hope sente a sua falta – tentou sorrir –, e eu também. Não acho que a atenção de uma babá possa curar a ferida que sua partida deixou em nossa filha, mas os olhos dela estão brilhando novamente, Hayley.

Ele sorri e pela primeira vez, é genuíno.

– Ela está cantarolando e desenhando novamente. Ouço seus pulinhos pela casa quando ela acorda – ele sorria cada vez mais –, sua risada preenche o ambiente de novo e tudo o que eu quero é preservar sua felicidade ao máximo.

Klaus levanta o olhar para a madeira talhada, ele finalmente se senta e respira profundamente, os ombros caindo e a tristeza muito mais evidente em seus olhos claros. Ele ousou abrir a boca umas duas vezes, até dizer:

– Farei o que estiver ao meu alcance para manter a garota na vida da Hope – sussurrou –, eu prometo, Hayley. Nada irá magoar a nossa princesa novamente.

(...)

– Você não vai acreditar no que aquela desgraçada fez com os meus quadros – ralhou irritado, a respiração descompassada –, ela usou a Rebekah para encontrar os meus quadros e usá-los como se fossem brinquedos.

Klaus andava de um lado para o outro, uma veia saltava em sua testa. O vento farfalhou com intensidade, as folhas muito mais amareladas do que antes, o cheiro do pântano impregnado no ar, bem como os mosquitos:

– A minha arte não é brinquedo – vociferou –, imagine só comprar um Monet e colocá-lo em um bar vagabundo, foi como me senti. Aquela...

Ele suspirou:

– Ela me ameaçou, Hayley. Aquela filha da mãe mentirosa e ardilosa ousou ameaçar os meus quadros com seus dedos imundos em troca de deixá-la brincar com eles.

O silêncio foi desaprovador e Klaus balançou a cabeça diversas vezes, antes de murmurar:

– Eu vou matá-la.

(...)

– Olá, lobinha.

Sua voz era fraca e cansada. Klaus apertou os olhos ao se sentar e deixou os ombros caírem – aquele era um dos poucos lugares no mundo onde Klaus podia demonstrar vulnerabilidade, pois ele sabia que Hayley jamais o julgaria por isso:

– Eu não poderia contar ao Elijah as coisas que conto para você, mas parece que tudo está desmoronando agora – suspirou –, é o sentimento estranho de incerteza que antecede uma tragédia.

Klaus olhou em volta, tudo estava silencioso demais:

– Ouvi rumores de pequenas comunidades sobrenaturais se formando por todo o centro-oeste. Estão formando exércitos e antigos inimigos meus ascendem como líderes.

A Babá ✦ The OriginalsDonde viven las historias. Descúbrelo ahora