• e quem é esse? •

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M A V I

Sinto a brisa do mar entrando pela minha janela e batendo no meu rosto fazendo meu cabelo voar

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Sinto a brisa do mar entrando pela minha janela e batendo no meu rosto fazendo meu cabelo voar. Acordo sorrindo com isso, como é boa a vida de quem mora de frente para a praia!

Desde pequena, ou melhor, desde que me entendo por gente moro de frente a praia de Ipanema. Sou carioca da gema, carioca clássica que trabalha desde de os dezesseis anos junto com a minha mãe e minha irmã na nossa mini empresa de biquínis. Empresárias sim!

Levanto me espreguiçando e arrumando a minha cama. Ando em direção a cozinha ja vendo a senhora Maria celeste, mais conhecida como Mace ou somente mãe, desenhando os modelos da nossa nova coleção de biquíni. Beijo o topo de sua cabeça e ela sorri de canto pra mim

- Bom dia filha, seu pão está na mesa- voltou sua concentração para a costura. Ando em direção a cozinha guardando o pão no microondas.

- Senhora Macé, poderia aceitar que eu sou vegana por favor?- digo rindo, essa mulher não aceita por nada que eu sou vegana.

Ela acha que é impossível um ser humano não comer nada de origem animal porém na minha opinião não é nada difícil. Pego meu pão caseiro passando minha ricota vegetal que é uma delícia.

- Qual o milagre que você ainda não está de biquíni?- me pergunta parando um pouco de desenhar voltando sua atenção pra mim.

- Resolvi tomar café da manhã antes, sabe como eu amo essa refeição- mordo o pão indo em direção ao meu quarto.- Vai querer ir a praia comigo hoje?

Abro meu guarda-roupa pegando um biquíni preto, visto ele juntamente com um short jeans de lavagem clara desfiado. Pego a minha ecobag diária já arrumada em cima da minha mesa com tudo que vou precisar.

- Não, tenho que acabar isso hoje mesmo Má. Sua irmã quando acordar disse que vai começar a costurar as partes de baixo e você amanhã faz os de cima. Pode ser?- assenti

- Vou surfar um pouco depois da yoga na praia hoje. Meu celular ta carregado mas a praia também não é muito longe, qualquer coisa me liga. - Sorri pegando a coleira da Hula minha cachorrinha vira-lata chamando a mesma que estava na varanda- Oi minha gostosa, vamo na praia?

Hula começa a latir anunciando sua alegria. Visto a mesma na coleira colocando minha ecobag no ombro, pego meu skate abrindo o portão onde a Hula já sai disparada. A coleira é mais pro charme mesmo por que ela só anda solta. Coloco o skate no chão alcançando a minha cachorra. Chego a praia indo logo na barraquinha do seu Cezar que me conhece desde a barriga da minha mãe.

- Bom dia Cézar!- digo dando um enorme sorriso para ele que retribuiu de imediato- Posso deixar o skate aqui?

- Bom dia Má! Claro que pode, sempre pode. Veio fazer sua yoga?- me entregou o coco

- Muito obrigada- agradeço me refrescando- Já me conhece né? Vou tentar pegar umas ondas quando a Maria Sol chegar

- Sua irmã esteve aqui ontem sem você eu até estranhei- limpou sua testa que suava

- Temos que trabalhar às vezes senão dona Celeste briga- ri me retirando. Hula vai em direção ao mar se banhando e eu logo estendo minha canga começando a minha yoga.

Eu acredito muito em energia, universo e se eu der o meu pior lado recebo o pior lado do mundo então o que custa viver sorrindo? Dar o meu melhor lado, meu melhor sorriso e minha paz para os outros significa receber isso de volta. Meus problemas internos não precisam ser tercerizados, o universo vai resolve-los conforme meus chakras vão se alinhando.

Depois da sessão de yoga vejo Hula dormindo na sombra do coqueiro. Sorrio deixando minha bolsa do seu lado indo me banhar na água salgada que revitaliza qualquer um! Uns meninos que me conhecem me chamam para uma altinha que como sempre aceito. Infelizmente sou a tal do pontinho rosa, não me identifico muito com amizade feminina, tenho o total de três amigas.

Volto pra canga com a boneca ainda dormindo pego minha câmera começando a fotografar. Tirar fotos pra mim é terapia, é bom, é arte. Quem sabe um dia para de ser apenas um hooby.

[...]

Chego em casa depois do por do sol que não posso evitar de assistir. Hula está podre mas amanhã é dia de banho no pet, mais uma vez o universo me ajudando. Abro a porta do quarto da minha irmã mais velha, ouvindo o som de trap saindo pela brecha. Não tem como ser mais ela.

- Fala comigo bonita- diz parando de costurar os biquínis

- Eae, não foi na praia hoje tive que ver o por do sol sozinha- sento me em sua cama colocando os tecidos de lado e moldes de lado

- Dona Macé me prendeu aqui pra trabalhar hoje mas que que acha de pegarmos uma batalha? Sei que você gosta e passamos um tempinho a mais junta

- Eu apoio, vamos que horas?- prendo meu cabelo em um coque mais desleixando sentindo ele pesado pela água salgada que ficou nele desde de manhã

- Vou acabar essa peça aqui e você vai tomando banho. Vamos de metrô então temos que ir um pouquinho mais cedo.

Concordo com a cabeça indo em direção ao banheiro. Lavo meu cabelo reconstruindo o mesmo que depois de um todo pegando sol merecia. Saio do banheiro enrolada na toalha correndo pro vento gelado da maresia não pegar. Fecho a porta do meu quarto sentando de frente pro meu guarda-roupa.

Pego um vestido cinza claro justo junto com um colar grande de olho grego. Nos pés coloco um allstar branco. Não sei passar maquiagem então nem tento passo apenas um rímel antes de pentear meu cabelo que deixo molhado mesmo. Jogo um perfume cítrico por todo meu corpo Parece que foi cronometrado, assim que acabo de arrumar escuto a Mari me chamando.

Após meia hora chegamos na batalha de rima e dessa vez nos surpreendemos, haveria uma batalha de rappers famosos aqui no Rj. Xamã, Orochi, Pk, Buddy e um moreno de cabelos encaracolados. Conheço muito de música mas ele eu não conheço, logo minha curiosidade sobre aumentou no mesmo instante. Ele cumprimentou várias pessoas que foram tirar foto. O olha a de cima abaixo buscando referência mas nada vinha.

- Vou pegar uma bebida, vai querer ou nem?

- Quero sim, tenta pegar uma que não tenha leite condensado por que eu não posso- ela assente

Passei um tempo encarando o mesmo até que nossos olhares se encontraram. Olhando rápido percebo que seus olhos são castanhos escuros, com maldade mas muita bondade acima de tudo. Em segundos desvio minha atenção para a Mari que me dá a minha bebida.

- Sabe quem é esse?- aponto com a cabeça intrigada dando um gole da bebida que ela trouxe, me arrepio da cabeça aos pés- Que isso Mari?

- Vodka e suco de abacaxi- neguei rindo- Esse que ta olhando pra cá junto com o Orochi?- arregalei os olhos olhando discretamente na direção deles percebendo que sim, eles estavam olhando pra cá. Meu corpo estremece.

- É esse mesmo- minha voz sai como um sussurro

-Você não sabe quem é o L7?!

Abre a portaWhere stories live. Discover now