Capítulo 36 - Se o sol não nascer.

450 49 24
                                    

Quando Katherine caiu der repente John por um momento se sentiu paralisado e gritou com todas as forças em uníssimo com o irmão da mesma, mas correu na direção da jovem com o coração acelerado, afastou seu corpo de perto do vidro quebrado, enquanto o irmão da miúda procurava por ajuda, John segurou Katherine perto de si como se sua vida dependesse disso e não a entregou para nenhum dos guardas que se aproximaram querendo a levar, o salão todo estava horrorizado.

- Katherine por favor volte para mim, prometemos lembra? Você disse que nunca nos machucaríamos, e não existe dor maior que você possa me causar do que me deixar sozinho nesse mundo. - Sussurrou desesperado, nunca tivera tanto medo na vida, nem mesmo quando enfrentava sua própria morte de frente. - Volte para casa Katherine, por favor volte para mim, eu te amo. Eu preciso de você.

Benjamin colocou a mão sobre o ombro de John e respirou fundo. - Venha, vamos leva-la para  o seu quarto e deixar que o médico a veja. - O homem fechou os olhos e se levantou carregando sua amada, sentindo a culpa o remoer pois ele sabia melhor do que ninguém quem poderia ter feito algo contra sua mulher.

Katherine suava frio em seus braços, e quando entraram no quarto John a deixou sobre a cama com Benjamin em sua cola, esse que acabou fechando a porta em seguida.

 John não se virou para ele, não queria o olhar em seus olhos, estava ocupado olhando para o corpo doente de sua bruxa do mar, sua rainha, sua alma gêmea. Mas quando Benjamin se aproximou para fazer o mesmo John respirou fundo e olhou para ele, não iria chorar na frente de alguém tão medonho.

- Por que? Me diga como pode fazer isso com ela, como você consegue olhar nos olhos dela, mentir descaradamente e logo em seguida tentar mata-la? - Ele empurra Benjamin contra a parede segurando em sua gola.

- ME DIGA, PRA QUE CAUSAR TANTA DOR A UMA MULHER QUE JAMAIS LEVANTARIA UM DEDO CONTRA VOCÊ? - Benjamin sorrio e aquilo só deixou John irritado. 

 - Ela tomou de mim o trono que era meu por direito, e muitas coisas antes, tudo isso por ter nascido mulher. E uma idiota correta - Ele apontou o dedo na cara de John

 -  E além disso John, quem é você para bancar o bom homem? Você foi contratado para mata-la, e a enganou muita mais que eu, jurou amor eterno  a uma mulher que você sequestrou. E antes de tudo envenenou os pais dela. - Ele empurrou John que se sentiu paralisado. 

- Você é cumplice nas desgraças que ocorreram na vida dela, e nem mesmo contou para ela. - Ele gargalha. 

- Já contou para Katherine? Contou que foi você quem envenenou nosso pais? Contou que se sentiu aliviado quando ela matou sua ex mulher porque ela tinha motivos para odiá-lo de verdade? Contou que na verdade você é um monstro? - John socou a cara de Benjamin que caiu para trás rindo. 

- Ela nunca vai te perdoar, e nunca vai acreditar em você, esqueça ela John, ou morra junto com ela assim que o sol nascer. - John corre para a porta, precisava encontrar alguém que curasse Katherine, mais do que qualquer coisa precisava a ver viva novamente, mesmo que fosse executado mais tarde, John precisava lutar pela garota, mesmo que ela nunca mais o amasse, ele precisava ardentemente ver o sorriso dela uma ultima vez antes de morrer. Quando saiu trombou no doutor que em poucos segundos depois de ver o estado de Benjamin, chamou os guardas, John correu pelo palácio a procura de seus marujos, mas todos pareciam ter sumido, e quando o homem finalmente encontrou uma saída, percebeu que estava cercado. 

Aquele momento havia sido planejado. E John teve que admitir que o filho da puta no comando era inteligente. Todos haviam visto John entregar a taça, o médico havia encontrado Benjamin no chão, e os guardas provavelmente o viram correndo por todos os lados. Borges caminhou até John com sua arma apontada para ele.

- O senhor está preso por envenenar a rainha, encontramos um vidro suspeito em seu quarto, e apesar de não termos feito nenhum exame ainda, é evidente o culpado. Especialmente depois de um de seus marujos confessar ter te ouvido planejar o assassinato. - John não resistiu, não havia milagre que pudesse o tirar de sua condenação ele se ajoelhou, sua mulher morreria, e ele teria que navegar do inferno até os céus para encontra-la. Pela primeira vez, John não tinha como escapar, não tinha tempo e nem planos.

Horas depois...

Depois que John  foi preso em sua sala, foi dito que ele morreria ao nascer do sol. E só quando os guardas o deixaram a sós ele entrou em prantos, queria mais do que nunca que o sol não nascesse, para que Katherine vivesse, para que eles pudessem velejar juntos mais uma vez, para que ele pudesse dizer que a amava uma ultima vez, queria vê-la de novo, mesmo que isso significasse implorar a Deus milhares de vezes ou ser condenado a secar o mar, ele faria qualquer coisa apenas para não ter que dizer Adeus.

 - Meu Deus por favor eu morrerei hoje, mas a deixe viver. Deixe-a liderar a Alemanha, eu não sou homem religioso, mas imploro que tenha amor por minha amada Katherine. - John não acreditava em milagres, mas naquele momento ele rezou para os Deuses que não acreditava, rogou pelas fadas que não via, fez juras para os anjos de nomes desconhecidos. Apenas para que qualquer um deles salvasse sua garota. Sua bruxa do mar.

Cada minuto dentro da sala escura pareceram horas, mas logo os guardas chegaram para levar John, o homem não resistiu, não fez perguntas e quando foi levado ao palanque, respirou fundo olhando para o alto, a lua estava acesa e a brisa era fria. 

***

A realeza sempre ficava em um lugar mais alto afim de se proteger, e John queria encarar seu inimigo uma ultima vez. Benjamin estava sorrindo. Ao seu lado mais viva do que nunca estava Katherine. John sentiu os olhos encherem de lágrimas, e a garota fez o mesmo, pela primeira vez ele encontrou forças, se defendeu dos guardas e correu dos mesmos derrubando eles em cima da plateia. - KATHERINE, POR FAVOR, EU TE AMO. - A garota se levantou, e John sentiu seu coração bater enquanto gritava, mas então ela se afastou chorando, não sabia o que Benjamin havia lhe contado, mas sabia que ela não tinha motivos para confiar em John.

- KATHERINE EU SEI QUE PARECE DIFICIL DE ACREDITAR EM MIM, EU NÃO SOU UM BOM HOMEM, MAS QUERO QUE VIVA, QUERO QUE REINE. - Ele gritou desesperado.

 - EU NÃO VOU MENTIR, NO COMEÇO EU DEVERIA SIM MATAR VOCÊ, MAS EU NÃO TE CONHECIA. EU SEMPRE FUI UM HOMEM CEGO, E QUANDO BENJAMIN MANDOU QUE EU TE MATASSE EU NÃO NEGUEI. - Ele gritava na esperança de que ao menos se ele morresse, ela pudesse se proteger de alguma forma. Ele só queria que ela vivesse. Então os guardas o seguraram.

 -  ENTÃO QUANDO EU MORRER HOJE, TUDO BEM SE NÃO PUDER ME PERDOAR, EU AMAREI VOCÊ MESMO ENQUANTO QUEIMAR NO INFERNO. - Eles amarram a corda no pescoço do jovem. 

- MAS POR FAVOR KATHERINE SE PROTEJA DESSE MONSTRO. VIVA E LEVE A ALEMANHA AO TOPO. - Ele fecha os olhos. - Eu te amo bruxa do mar.

 - Eu te amo bruxa do mar

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Entre o mar e a realezaWhere stories live. Discover now