Capítulo 5 - Que Ódio!

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(Mar e Jazmin)

Puedo ser dulce (Posso ser doce)

Puedo ser perra (Posso ser cachorra)

Puedo ser tuya (Posso ser tua)

Puedo ser tu reina (Posso ser tua rainha)

Jazmin e eu entramos em nosso quarto, e eu me sentei com tanta força em minha cama, que eu não sei como não a quebrei, estava com tanta raiva.

- Eu odeio eles! - Falei.

- Bem vinda ao clube. - Disse a loira ao sentar ao meu lado.

Nisso, Thiago entrou em nosso quarto.

- Mar... - Dizia o garoto.

- Qual é a tua? Não tem educação? Não sabe bater à porta? Podíamos estar peladas. - Falei.

- Mas a porta estava aberta. - Argumentou.

- Idiota! - Falei me pondo a sair do local.

Ai, eu estava com tanta raiva desse filhinho do Bartolomeu, aposto que era tudo farinha do mesmo saco, ele devia ser um lixo assim como o papaizinho dele, e qualquer parente do Bartô não era confiável.

Desci as escadas e me deparei com Nico beijando Malvina, a irmã mais nova do desgraçado do Bartolomeu, outra víbora peçonhenta, quer dizer, eu mal a conhecia, e ainda não tinha trocado uma palavra sequer com ela, mas aposto que era tão ruim quanto o irmão.

Merda! Por que ele e Justina tinham que fazer essas coisas? Por que eu não podia ser feliz? Passei a minha vida toda sofrendo e pelo jeito será sempre assim, e eu cheguei a pensar que nesse abrigo as coisas pudessem ser diferentes, já vi que eu estava bem enganada.

Nico e Malvina pararam de se beijar, e ao verem que eu havia os visto, tentaram disfarçar, eu me desculpei por ter visto tal cena, e fui até a cozinha, onde Rama, Tato e Zeca estavam sentados à mesa conversando. Bufei de raiva e me sentei ao lado de Rama.

- Faz tempo que vocês estão aqui passando por isso? - Perguntei.

- A Aleli e eu estamos aqui há uns 3 anos. - Disse Rama.

- E eu entrei aqui quase na mesma época que o Rama. - Falou Tato.

- Eu já estou há mais tempo, cheguei aqui com 8 anos, já faz 4 anos que ''trabalho'' para aqueles dois. - Disse Zeca.

- Não sei como vocês conseguem passar por isso há anos sem contar pra ninguém. - Falei.

- Mar, uma vez eu tentei contar, mas o castigo que eu levei foi tão grande que eu nunca mais tentei. - Disse Tato.

- O que aconteceu?

- Foi um pouco antes do Nico ficar aqui direto, porque antes ele era só o dono, mas vinha de vez em quando nos visitar. E tínhamos o Rafa que dividia a direção com o Bartolomeu, e aí eu tentei contar pra ele, quer dizer, eu comecei a falar, mas Bartô chegou bem na hora, e ele viu o que eu ia fazer, mesmo eu mentindo que não ia falar nada. E ele me bateu tanto com um taco de beisebol, que eu fiquei algumas semanas com hematomas por todo o corpo e morrendo de dor, e ainda tinha que agir normalmente perto do Rafa pra ele não desconfiar.

- Que absurdo! Eles não podem fazer isso. - Falei indignada.

- E você acha que eles têm noção do que podem ou não? - Me perguntou Zeca.

E quanto mais eu sabia sobre o que Justina ou Bartô eram capazes, eu ficava mais e mais indignada, as vezes me arrependia de ter arrumado confusão no meu antigo abrigo, porque lá eu podia não ter amigo e todos podiam me odiar e pegar no meu pé, mas pelo menos, nada disso acontecia, do que adiantava ter amigos, mas ter que roubar e vender drogas? Quer dizer, não estou dizendo que eles eram meus amigos ou algo parecido, até porque eu mal os conhecia, mas eles pareciam ser legais.

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