Capítulo 7 - A Nova Funcionária

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(Cielo)

Lo que ella quería era ser (O que ela queria era ser)

Su dulce princesa y creer (Sua doce princesa e acreditar)

Que él la raptaba y la hacía su reina (Que ele a raptava e a fazia sua rainha)


- Quem será? - Jaz me perguntou se referindo a loira, que Nico estava quase comendo com os olhos.

- Não faço ideia. - Falei.

- Vem, vamos descobrir.

Jaz se dirigiu até a porta principal, e eu a segui. Acho que os dois nem notaram nossa presença.

- Oi. - Jaz disse. - Eu sou a Jazmin, e você?

- Oi. - Falou com um imenso sorriso. - Eu sou a Cielo.

- Bom, e eu sou a Marianella, mas pode me chamar de Mar. - Cielo consentiu com um singelo sorriso. - E esse com cara de abobado é o Nico, pode não parecer mas na maior parte do tempo, ele é uma pessoa normal.

Cielo e Jaz riram, enquanto Nico continuava mudo. Ah Cielo, nos contou que era a nova mãe social, que é uma pessoa que trabalha em abrigos/casas lares, cuidando dos jovens que moram no lugar, e geralmente as mães sociais moram no abrigo, e possuem apenas uma folga por semana e um domingo por mês.

Nisso, Bartô e Justina apareceram pra pesar o clima do ambiente, que até então, estava leve. Cielo se apresentou para os dois, e o homem a levou para conhecer as instalações do abrigo.

A mulher tinha cara de ser legal, não parecia ser má, mas será que Bartô iria contratar uma pessoa boa? Acho que não, ela devia estar se fingindo de boazinha, pra na primeira oportunidade nos fazer mal, bom, eu iria descobrir se Cielo era boa como parecia ou não.

Jazmin estava escolhendo uma roupa para colocar após tomar banho, e eu fiquei vendo-a enquanto torcia para Cielo ser uma pessoa boa, não aguentaria mais alguém nos obrigando a roubar e a entregar drogas.

A garota colocou uma blusa em cima de sua cama. Uma blusa muito bonita. Era vermelha de manga curta, e tinha uns detalhes brilhantes, não era muito ''cheguei'' e nem ''não me notem, pelo amor de Deus''.

- Que linda! - Falei ao me referir à blusa.

- Obrigada, quando você quiser eu te empresto. Aliás, pode pegar minhas roupas emprestadas quando você quiser, acho que servem em você.

Eu olhei meio sem entender, Jazmin era tão legal, e... nunca tinham sido tão legais comigo antes, eu nem sabia se merecia tanto.

- Por quê? - Perguntei.

- Quê? - Me olhou sem entender minha pergunta.

- Por que você é tão legal comigo? Mal me conhece.

- E daí que a gente recém se conheceu? Eu sou legal com você porque você é minha amiga, e porque também é legal comigo.

- Você me acha legal? - Perguntei surpresa.

- Claro, sua boba. Agora vem. - Me puxou levemente pela mão. - Me ajuda a escolher que shorts colocar.

E como eu poderia ajudá-la se para mim, eram tudo iguais? Só tinha shorts jeans e curto. Mas de qualquer forma, acabei ajudando a garota. E assim que ela foi tomar banho, eu acabei deixando um imenso sorriso escapar, por lembrar de Jazmin dizendo que me acha legal e que somos amigas. Eu nunca tive uma amiga antes, nem sei direito como isso funciona, mas acho que estou começando a gostar disso.

E então, Aleli, Cristiano, Luz e Murilo entraram correndo em meu quarto.

- Mar, Mar... Tem uma moça lá embaixo. - Disse Aleli.

- E ela é linda. - Falou Luz.

Gente, as crianças eram muito fofas, porém, Luz me chamava bastante a atenção, pois ela era filha da víbora da Justina, e eu não conseguia entender como alguém tão cruel foi capaz de ter uma filha tão linda e doce, ela era tão meiga e carinhosa, graças a Deus, a menina não havia puxado em nada à mãe.

- Eu já sei. Eu a vi quando chegou. - Falei. - Tomara que ela seja legal.

- Ela parece boazinha. - Disse Murilo.

- Venham, vamos perguntar pra ela se ela gosta de crianças. - Disse Aleli para os demais.

Os quatro saíram correndo, e eu continuei sentada em minha cama. Jazmin saiu do banho pouco depois, e em seguida, o chato do Thiago apareceu dizendo que seu querido papai estava reunindo todo mundo no andar de baixo para apresentar Cielo formalmente pra gente. Nós descemos e encontramos todos reunidos, só esperando pela gente.

- Bom, agora que estamos todos aqui... - Bartô começou a falar. - Essa aqui é a Cielo, ela vai trabalhar conosco a partir de hoje, e ficará responsável por esses queridos querubins e também pela ordem e organização da casa. Qualquer coisa que vocês precisem, podem pedir pra Cielo.

- E eu espero que a gente possa se dar muito bem. - A mulher falou com um sorriso amigável.

- E se você precisar de algo, pode contar comigo, eu sou o Nicolas, sócio do Bartô e dono do abrigo, estou às suas ordens. - Disse Nico para Cielo, fazendo Malvina abraçá-lo, marcando território.

- Obrigada. - A loira disse com um imenso sorriso.

Após a apresentação, cada um foi para um lado, e eu fui para subir as escadas, quando Thiago me pegou pelo braço.

- Hey, Mar...

- Hey, me solta, tapado! Tá pensando o quê?

- Desculpa. - Falou meio sem graça. - Eu queria saber se você tá a fim de dar uma volta?

- Com você? Não, obrigada. - Sorri de forma falsa.

- Ah, qual é? Vamos, é rapidinho, podemos ir tomar um sorvete...

- Você é surdo? - Rama apareceu sei lá de onde. - Ela disse que não quer, não ouviu? - Empurrou o Thiago.

- Qual é, meu? Tá maluco? - Thiago empurrou Rama de volta.

E então os dois começaram a brigar, pena que não tinha uma pipoquinha pra eu fazer pra comer vendo a briga, e por sinal, estava bem empatada, o filhinho de papai havia acertado duas em Rama, e o garoto também acertou duas naquele mauricinho, eu estava torcendo para Rama ganhar, não que eu gostasse dele ou o considerasse meu amigo, eu só não gostava do Thiago mesmo.

E então, Cielo apareceu e apartou a briga, sim, uma mulher separou dois marmanjos de 16 anos, e depois nós mulheres que somos fracas, né?

- Hey, o que está havendo aqui? - A mulher perguntou.

- Esse idiota que não se toca. - Falou Rama.

- Eu não me toco? Eu nem estava falando com você.

- Mas estava incomodando a Mar.

- Eu não estava... - Se dirigiu para mim. -Mar, eu estava te incomodando?

- Estava. - Respondi.

- Viu, eu não... - O garoto dizia. - Pera, eu estava?

Acenei positivamente com a cabeça.

- Bom, já que a briga acabou, eu vou subir. - Falei me pondo a subir as escadas.

Eu ainda ouvia eles discutindo, e Cielo pedindo pra eles pararem, mas não vi o que aconteceu depois. Ai, por que Thiago tinha que viver me perseguindo? E por que Rama tinha que se meter nos meus problemas? Eu nem havia chamado ele no meio. O que eu fiz para merecer?

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