Choque de realidade

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  Anos passaram-se.

  A pequena Loren, assim que fora adotada pelos grifos foi batizada de Cassiopeia, por conta do brilho do interior de suas asas que dentro do escuro, eram como pequenos pontinhos brilhantes, assim lembrando as estrelas.

  Enquanto isso, o reino de Zlato, já havia perdido as esperanças. O rei, desolado pela perda de sua filha, entrou em um profundo quadro de depressão e posteriormente, por não ser mais capaz de colocar seus pés fora da cama, caiu doente, e sua esposa, mais do que nunca, rezava pela volta de sua pequena, sempre mandando grupos de buscas atrás da garota. Os dragões, agora estavam inconsoláveis, boatos diziam que o reino e todo o reinado, fora amaldiçoado, por consequência disso, os dragões começaram a abandonar o reino, e somente os mais fiéis ao soberanos, permaneceram para ajudar nas buscas.

Treze anos depois.


  O rei veio a falecer, devido a uma doença na qual nenhum curandeiro fora capaz de reverter, e a rainha, ainda mantinha suas expectativas altas, usava de todas as suas forças para encontrar sua filha, mas, pouco a pouco sua sanidade se perdia. Teve que ser contida pela fada do campo, que sempre se mantinha ao seu lado.

  Nesse meio-tempo, Cassiopeia crescerá junto aos grifos, e não teve uma infância calma como seria a de uma princesa. Os maiores grifos, dentro da família de Timor, torturavam fisicamente e psicologicamente a pequena Loren.

  Em uma das saídas para a troca de mantimentos com os trolls da aldeia, que se encontrava ao norte da floresta crepitante e ao sul da ilha da depressão, Cassiopeia sentia que algo naquele dia iria mudar. Em suas costas, um calafrio a percorreu até a nuca. Dentro de seus pensamentos, é posta pra fora de sua mente por Timor:

–Hey Cassio! Vem aqui! - chama Timor, o irmão mais querido de Cassiopeia.

  Ele então, mostra um girino brilhante, assim como suas asas, preso num pequeno jarro de vidro.

–Eu achei ele no caminho pra cá e queria te mostrar! Quer soltá-lo comigo?

  Ela acena feliz com a ideia, e voa junto a Timor até o lago das lágrimas, onde posteriormente, soltam o pequeno girino para que ele se encontre com os outros da sua espécie. Os grifos mais velhos, que se aproximavam silenciosamente dos pequenos, aproveitam este momento de distração de ambos. Romun, o grifo de maior idade dos 6 irmãos, junto com Nuknul, Kioma, Hoil e Pirio agarram Cassiopeia e Timor, assim, nocauteiam a pequena dragão e a amarram.

  Ao acordar, Cassio percebeu que encontrava-se dentro de uma apertada e desconfortável caixa de madeira, sendo levada a algum lugar distante. Era capaz de ouvir diversas vozes, acreditava estar em um lugar de trocas, mas, essas vozes pareciam- lhe familiar... Pois de fato eram, era a de Romun e de Hoil:

–Então, 600 peças de prata pelo dragão - Romun afirmou.

–600?! Esse dragão deve valer a pena por esse preço! Não quero qualquer porcaria que vocês encontraram por aí, Romun! - retruca o estranho.

–Acredite, ela vale muito mais do que você pensa... - anuncia Hoil.

–Ela? - questiona o desconhecido, já num tom diferente, o qual fez Cassio se assustar e iniciar um choro, apavorada pela situação atual. Já havia ouvido aquele tom de voz antes e sabia do que se tratava essa conversa. A pequena temia pelo pior poderia acontecer com seu corpo e sua mente após o acordo ser firmado.

 A pequena temia pelo pior poderia acontecer com seu corpo e sua mente após o acordo ser firmado

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Cassiopeia - E A Alma De ZlatoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora