Trato feito

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  Conforto. Era o que Cassiopeia sentia enquanto recobrava aos poucos sua consciência. Ela observa ao seu redor. O ambiente estava aquecido, havia cobertas sobre o corpo da pequena. Ainda com dificuldade, conseguia ver alguns grandes vultos que gradualmente estavam a ficar menos distorcidos. Sua visão, pode avistar luzes, as quais a pequena reconhecia, era magia sendo feita. Ao seu lado, vira uma grande pata. Seu olhar foi subindo e subindo, até perceber do que se tratava. Um lobo imenso, era o que estava à sua frente. Se sentiu apavorada, e fez uma tentativa falha para levantar-se, caindo logo em seguida sobre o chão gélido de pedra.

-Não se mexa, garota. Seu corpo está enfraquecido - uma voz calma e suave quebra o silêncio.

  Cassiopeia envergonhada, se negou a olhar para cima, e com ajuda da estranha, voltou para a rede a qual estava deitada. Após alguns minutos em silêncio, a estranha ainda estava a fazer algum tipo de feitiço. Cassio decide encará-la, e agradece pela ajuda, mesmo que se sinta confusa. Ela se questiona o por que dessa ajuda, qual o sentido desta estranha com a voz suave querer ajudar um dragão que fora jogado na neve. Ela a encara, agora observando as íris heterocromáticas da mulher a sua frente.

-O-obrigada... - era o que conseguia dizer com sua voz estava estremecida. A maior nota do que se trata.
-Não a do porque ficar tão alarmada. Se eu quisesse te machucar, já teria feito, assim como as pessoas que estavam com você - isso havia sido tão direto, Cassiopeia nem sequer conseguiu formar uma reação para a frase dita pela desconhecida - E, por falar nisso. Por que você foi largada na neve logo no início do inverno? Você teria morrido se eu não a tirasse de lá.

  Cassiopeia decide falar algo, até porque, aquela moça havia a salvado, sentia que o mínimo que poderia fazer era lhe contar o que havia acontecido. Então, ela começa a contar sua história, desde que seu irmão a achará na floresta, até a morte de Irwin. E, notava que a moça prestava atenção em cada palavra que dizia. A feição da moça a sua frente, era de surpresa, ainda que sua expressão parecesse indiferente, mas decidiu não questionar.

-(Então... Essa é a filha perdida do reino de Zlato, não é? Interessante... Sabia que estava certa. Essa magia, essa bondade que emana de sua aura... Isso me intriga) - a estranha, pensava consigo.

-De qualquer forma, como você se chama? - pergunta Cassio ainda com algum receio em sua voz.
-Melody, Melody Maeve.

-(Maeve? Este sobrenome não me parece estranho...) - enquanto indagava adentro de seus pensamentos, notou a maior lhe encarava.

-Por que deste olhar?

-Não, não é nada de mais. Seu nome, na verdade, sobrenome, ele só me soou tão familiar...

  Melody fica desconfortável com o rumo da conversa, e opta por perguntar algo, antes que tomasse um caminho que a deixasse ainda mais desconfortável com toda a situação atual:

-E você dragão, qual o seu nome? - Questionou a pequena à sua frente, mudando parcialmente de assunto.

-Cassiopeia, mas, meus amigos me chamavam de Cassio...

-(Cassiopeia? Mas o nome da princesa era Loren...) - pensava, mas logo reparou em algo estranho. Havia uma marca no pescoço de Cassiopeia, e sem demora reconheceu aquele tipo de magia - (ok, definitivamente faz sentido que ninguém saiba quem ela é e a tratem como merda) - Melody concluiu seu pensamento.

-Bem, Cassiopeia - a mais velha prosseguiu - você pode ficar aqui até se sentir melhor. Eu estava tentando curar esta mancha no seu abdômen, mas, essa é uma ferida emocional. Então não posso fazer nada sobre isso - ela disse enquanto se levantava.

-Você... Por que quis me ajudar? - indaga Cassio levantando uma sobrancelha.

-Eu estava passando pela floresta, e senti a presença de alguém fraco. Normalmente, eu teria prosseguido meu caminho, mas você, alguma coisa em você me chamou a atenção... Então não me faça me arrepender da minha decisão de te trazer aqui - ela joga um temível olhar sobre Cassiopeia.

Cassiopeia - E A Alma De ZlatoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora