Cassiopeia - E A Alma De Zlato

A verdade - parte II

  A rainha, enfurecida, caminha e para a frente de ambas. Cassio se sentia molenga, ao ponto de quase não conseguir manter seu corpo em pé, a pequena sentia o peso de todo o seu corpo trêmulo, encontrava-se completamente estremecida, de modo de que nem sequer cogitava encarar a rainha nos olhos, enquanto Mel mantinha-se focada, mesmo esperando que a rainha não fosse acreditar em suas palavras, a garota estava atenta a qualquer tipo de reação. A soberana então, levanta sua mão direita, estava prestes a disferir um tapa em Cassio...

  Entretanto, seu pulso é segurado com força, fazendo com que a mais velha se espante. Melody, fitava a rainha, o ódio puro havia coberto sua mente, mas continha-se, com certo esforço.

  Yaria, imediatamente, puxa seu braço de volta, coberta pela indignação por aquela estranha criatura, inicia sua fala:

-Não me faça perder meu tempo com criaturas petulantes como você, aberração. Minha filha não é um dragão do sol banal como está pirralha estúpida - Cassiopeia sentia sua pele queimar a cada palavra da soberana, sentia-se constrangida - minha filha, é uma deslumbrante dragão de ouro, minha garotinha está desaparecida mas vou a encontrar, vocês só estão me atravancando, entrando em meu reino e vindo me falar uma patetice dessas! Tão indelicado e vulgar.

  Dizia ela, cansada daquela conversa, dando as costas para as garotas enquanto se distanciava das duas.

-Essa garota É sua filha, sua bastarda miserável do caralho! Você é estúpida assim de nascença?! - Melody gritava, repleta de ira em seu olhar.

-Vão. Embora. Daqui. Desapareçam, a não ser que queiram APODRECER nas masmorras - termina a rainha, entredentes ainda de costas para as forasteiras, com seu sangue quente, pronta para chamar os guardas.

  A garota da pele escura, bufava, enquanto Cassio permanecia atrás da mesma, com os olhos marejados, esfregando-os, na tentativa de conter o choro.

-Por que dói tanto? - ela sussurra, perguntando para si mesma enquanto apertava sua mão sobre o peito.

  Mel a puxa para cima, a fazendo ajeitar sua postura, tentava fazer isso de forma de que não machucasse a pequena, segurando nas mãos dela, enquanto a puxava para fora da sala do trono.

  Já fora do castelo, ambas estavam em silêncio. Melody ainda estava enfurecida, sabia da possibilidade da rainha não acreditar em suas palavras, mas em nenhum momento pensou que ela partiria para a agressão física contra Cassio, que nem se quer havia dito uma palavra para a soberana. O sangue da mais velha havia esfriado, mas ainda sentia um ódio sem limites para a situação que acabará de acontecer. Logo, a maior é posta para fora de seus devaneios ao ouvir a dragão iniciar sua fala:

-Então, o que aquela velha bruxa me disse é verdade?? Eu... Eu realmente sou a princesa?! - a visão de Cassiopeia subiu em direção aos olhos de Melody.

-Sim, é tudo verdade... Olha, Cassio, me desculpa por tudo isso... Eu pensei que tudo seria mais simples, eu não imaginava que a rainha Yaria reagiria daquela forma com você... Mas, temos que provar pra ela a verdade. Precisamos retirar essa magia que está em você, para depois retornarmos para cá.

-Magia? Como assim magia? - a garota virava um pouco sua cabeça enquanto erguia uma sobrancelha sem compreender do que a mais velha falava.

  Antes de prosseguir, Melody ajudava Cassio a montar em Blight, e seguidamente, montando no grande lobo também. Então assim, os três retornavam sua caminhada. Logo, a maior dava continuidade a sua fala:

-Você nunca notou, não é?

-Notei o quê?

-Essa marca em seu pescoço.

-Ah, mas isso aqui é apenas uma marca de nascença... Não é?

-Não, Cassio, não é. Essa mancha foi uma magia de ocultamento que alguém colocou em você, assim, nenhum dragão pode lhe reconhecer como princesa, nem mesmo os mais fortes e poderosos...

-Então, estas coisas, estes objetos a qual nós estamos atrás, tudo isso é para anular esse feitiço que colocaram em mim? - perguntava a dragão amarela.

-Bom, posso dizer que sim... - diz Mel, desviando o seu olhar, mas sem que Cassio percebesse, já que a mesma estava junto a Melody montada em Blight.

-Ah... Entendi. Então, precisamos achar mais alguma coisa?

  Fixando sua visão no caminho, sem desviar o olhar, responde a dúvida da garota:

-Precisamos encontrar um alecrim, não é difícil de achar, são apenas plantinhas meio incomuns.

-Entendido! - diz Cassio pensativa, e agora encostando sua cabeça nas costas de Melody.

  A moça dos cabelos brancos, sentiu um arrepio, e seu rosto esquentava um pouco, mas voltou a prestar atenção em seu objetivo atual.

Alguns dias depois.

  O príncipe é levado para o castelo do reino de Zlato, seguindo os resquícios da magia da princesa, ele vai até a sala do trono, e encontra a rainha lá, o observando silenciosamente de seu trono, sem entender porque o garoto estava em sua sala sem sua filha.

-Então, Finnwin - ela limpa a garganta e retoma sua fala - algum sinal da minha filha? - ela o questiona, fazendo com que o príncipe engolisse seco com o soar penetrante de sua voz rouca.

  Ele se curva diante sua alteza.

-Vossa majestade, achei um rastro de magia de ocultamento, junto da magia de sua filha, ela passou por aqui, o rastro me trouxe até aqui.

  As pupilas da rainha encolhem, a raiva surge de seu interior, e consequentemente, ela avança em Finn, segurando seu pescoço e o prensando contra a parede.

-Traga a minha filha para mim! Ela passou por mim, e eu a deixei escapar! Seu prazo foi reduzido Finn, você tem três luas para trazê-la até mim, senão, eu mesma me certificarei de que você nunca mais retorne a este palácio - ela o solta bruscamente e logo se afasta, fazendo-o cair no chão, e o jovem tentava recompor o oxigênio em seus pulmões - estamos entendidos?

  Ela o encara com petulância, e ele, ainda recuperando o fôlego, acena em concordância com ela.

-Ótimo.

  Ela se vira, e antes de sair, termina:

-Ah, e Finn, traga aquela garota que está com ela, algo nela me deixou apreensiva.

  Ele se levanta e sai da sala do trono, já partindo disparado em direção do rastro mágico a qual a princesa emanava.

Continua...