Chapter 20: Secondary

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Hermione olha através da água para Cho, congelada pela indecisão.

Cho parece tão quieta que se não fosse pelo fino fluxo de bolhas escapando de sua boca, Hermione pensaria que ela estava morta. Seus pés estão amarrados ao pesado pedregulho que fica no centro do vilarejo subaquático. Suspensa como está, Cho parece uma vítima abandonada de um afogamento ritual de maré.

É revoltante pensar em deixá-la lá embaixo do lago, esperando sem saber. O tempo está quase acabando. E se Bisset nunca vier? Ela vai ficar lá?

Hermione não sabe como os planejadores do torneio pretendem que a tarefa seja executada. Cho acorda quando a hora passa? Acordar e se afogar, ficar com os pés livres apenas para perceber que está presa sob o gelo?

O corpo serpentino de Malfoy desapareceu na escuridão junto com Pansy. Hermione precisa se apressar. Se ele vencê-la, isso lhe dará a vantagem de ir para a Tarefa Final.

E ele já tem todas as vantagens.

Cho não é responsabilidade de Hermione.

O ar em seu charme está ficando baixo. Ela nem tem certeza se tem o suficiente para nadar de volta. A bolha tinha ar suficiente para durar uma hora com respiração regular, mas Hermione está respirando com mais dificuldade pelo esforço de nadar, sua frequência cardíaca está elevada pela preocupação e pelo esforço físico de se manter aquecida contra o frio opressivo.

Quando ela estava se preparando, ela não tinha levado em conta o quanto mais rápido ela passaria pelo ar naquela velocidade, ou que com o lago congelado, ela não seria capaz de emergir para reabastecer.

Ela ainda está abaixo do limite de horas, ela pensa, mas o ar está começando a ficar rarefeito. Quando ela para de respirar rapidamente, seus pulmões parecem vazios.

Ela não pode salvar mais ninguém, ela só estará colocando em perigo a si mesma e a Harry.

Ela se fortalece, puxando Harry para perto e começa a nadar para longe, forçando-se a não olhar para Cho. Apenas rebocar Harry é difícil. Ela não pode nadar com dois reféns.

Cho vai ficar bem, e se não estiver, não é culpa de Hermione.

Ela só andou alguns metros antes de parar, já engasgada de culpa.

Ela grita entre os dentes de frustração e quer se esbofetear.

Ela solta Harry e nada de volta, tentando soltar a corda amarrada aos pés de Cho o mais rápido que pode, nervosa demais com o peso pesado e sinistro da magia do lago ao seu redor para usar um feitiço.

Não é um nó apertado, mas seus dedos estão rígidos de frio e a corda está encharcada.

Uma mão pesada e escamada se fecha ao redor de seu braço. Ela gira com um grito assustado e descobre que um tritão surgiu. Ele está olhando para ela, fileiras de dentes em forma de agulha alinhadas em sua boca e seus enormes olhos estão escuros quando ele balança a cabeça e aponta com uma lança para Harry.

Hermione solta seu braço, balançando a cabeça e tentando desamarrar Cho mais rápido.

— Deixe-a...  as palavras são ásperas e borbulhantes. Mais tritões apareceram, emergindo de suas cavernas de pedra. Eles estão se aglomerando, também tentando puxar Hermione para longe de Cho.

— Me deixe ir! Me deixa ir!   Ela chuta, a fúria crescendo dentro dela, a água ao redor dela ferve com sua raiva enquanto ela gira sobre os tritões, sua varinha cortando em advertência.

Os tritões a soltaram instantaneamente, fugindo como um cardume de peixes dispersos. Eles se afastam, caudas acinzentadas desaparecendo atrás das rochas e entrando em suas casas.

Let The Dark InWhere stories live. Discover now