Capítulo 13

128 11 2
                                    




— Eu vou te matar! — Gritei enquanto me levantava.

— Essa eu vou deixar passar. — Félix disse se aproximando. — Preciso que você sinta raiva. Canaliza isso nos seus movimentos. Você quer me matar? Isso é bom. Use a seu favor e pare de me deixar te acertar! — Disse se colocando em posição de ataque novamente.

3 dias inteiros.

Nós estávamos naquele lugar tinha exatamente 3 dias. Félix não me deixou sair daqui, ficou apenas me usando como saco de pancadas. Mas eu consegui perceber uma coisa. Eu nunca teria conseguido vencer um Volturi. O meu escudo é uma clara vantagem contra a maior parte dos dons deles, mas as habilidades físicas deles são impecáveis. Nenhum movimento desnecessário. Nenhum passo em vão. Nenhuma distração. São máquinas de matar. Mas não humanos. Vampiros. Aro tem um verdadeiro arsenal nesse lugar. E agora eu estou me tornando uma de suas armas.

— Fala sério Félix. — Demetri disse entrando na sala. — Você ainda não percebeu? Ela não serve para lutar. — Debochou me olhando. — Acho que você deveria falar pro Aro que ela é melhor atrás só usando seu escudo na gente.

Rapidamente me aproximei dele dando um soco que ele segurou, mas eu dei um chute que o desestabilizou, cambaleando para trás. Assim que se recuperou me olhou com um sorrisinho de lado e veio na minha direção. Consegui defender o primeiro golpe, mas quando fui dar um chute ele segurou a minha perna me lançando para o outro lado, me fazendo bater em uma pilastra. Antes que eu pudesse levantar, ele veio na minha direção e me deu um soco. Ainda no chão dei uma rasteira que fez com que ele caísse. Assim que atingiu o chão, me levantei e dei um chute fazendo-o bater na parede.

— Talvez você deva ser treinado também, Demetri. — Disse para ele que me olhava com um sorriso no rosto.

— Poderíamos treinar juntos, Isabella. — Disse.

— Não, obrigada. — Virei as costas e fui na direção do Félix que havia se encostado na parede e parecia concentrado em algo. — Vamos continuar? — Perguntei chamando a sua atenção.

— Não, pode ir. Eu te chamo quando formos treinar. — Disse e ainda parecia pensativo.

Me virei para a saída e passei por Demetri que se despediu com um pequeno sorriso. Não tinha nada que eu pudesse fazer em meu quarto, então decidi explorar o castelo sozinha. Comecei pela torre mais alta. A paisagem da Itália era linda. Os grandes campos esverdeados cobriam toda a minha visão, ao fundo uma floresta com grandes árvores. A cidade parecia vinda do próprio medievo e o Sol começava a se perder entre as árvores.

Por um momento me lembrei da campina. Do sentimento e da paz que ela me trazia. Não apenas ela, obviamente, mas eu não posso me desconcentrar. Tenho um objetivo a cumprir. Sem distrações.

Biblioteca. Era simplesmente imensa. Intermináveis estantes abarrotadas de livros. Alguns pareciam ser da Antiguidade, não me surpreenderia em encontrar manuscritos originais do próprio Aristóteles. Ou alguns dos rascunhos de Shakespeare. Enquanto andava pela biblioteca, que era maior do que o salão dos reis, encontrei O Sol é Para Todos. Passei meus dedos suavemente pela lombada como se ela pudesse sumir a qualquer momento e senti um bolo se formar em minha garganta. Me dirigi para fora rapidamente, descendo as escadas.

Corredor dos quartos. Porta pro salão dos reis. Masmorras. Essa era a parte mais subterrânea do castelo. Era frio e úmido. Um corredor com diversas portas de metal. Perfeito para suportar o mais forte dos vampiros. Algumas estavam abertas e parecia ser só uma sala reforçada sem nada dentro. Por trás de algumas portas, eu conseguia ouvir alguns barulhos. Arranhões, rosnados, pedidos de ajuda. Mas a maioria era completamente silenciosa. Era como se estivesse atravessando um corredor infestado de espíritos. Eles sabiam perfeitamente onde eu estava. Conseguiam escutar cada passo meu. Mas eu não escutava nada além de lamentos. Porque os Volturi os mantêm aqui? Não seria mais fácil simplesmente matá-los?

Instinto - Edward/BellaOnde histórias criam vida. Descubra agora