Um, Dois, Três!

Quarenta e Nove - E você, Thomas?

Lauren

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Por que as pessoas gostam de complicar as vidas das outras? Quero dizer, elas quem projetos arquitetônicos horríveis e eu tinha que ficar explicando o motivo daquilo ser inviável quando algumas pessoas sequer querem ouvir.

E fala sério, sou boa demais para fazer porcaria. No dia que eu aceitasse fazer essas coisas, podiam me internar!

- Lauren, você está estressada demais, mulher - Larissa, minha parceira de projetos, disse - você não tem idade para isso mais não.

Cerrei os olhos para ela, que riu. Toda engraçadinha.

- Eu quero ver você construir essa merda aqui - apontei - já disse a eles que não vou fazer e não param de me ligar, mandar mensagem, email, fax! Quem usa fax?!

Ela riu mais uma vez.

- E qual é o problema?

- Eu não faço uma porcaria de pouca vida útil. Eu já apontei o melhor material para fazer isso aqui, mas insistem. O sonho da vida delas é que as coisas caiam sobre suas cabeças? Se querem fazer isso aqui, procurem outro - suspirei - acho melhor pararmos aqui por hoje. Amanhã eu vou ao escritório e termino o que estamos fazendo.

- Está certo, então - ela concordou.

Levantamos. Estávamos no escritório em minha casa para algo de urgência, mas o tempo correu mais rápido que nosso trabalho. Acompanhei Larissa para fora. Thomas estava no sofá e espichou o olho para a mulher ao meu lado.

- Boa noite - ele teve coragem de dizer - muito trabalho?

Que ousado!

- Você nem imagina o quanto - respondi no lugar de Larissa, que soltou um risinho porque obviamente percebeu que meu filhinho tinha se interessado.

Garoto assim não sabe ser discreto. Obviamente mulheres mais velhas eram seu fraco.

- Nos vemos amanhã, Lauren - Larissa se despediu com dois beijos e se inclinou para torturar meu filho - boa noite!

Girei os olhos quando ela riu de suas bochechas coradas. A mulher era o demônio! Se eu não soubesse que ela não tinha dado esperança alguma e só brincado com a situação, iria se ver comigo.

Ainda era uma criança. Ao menos para os padrões de idade para se relacionar.

Me voltei para Thomas.

- Qual é o problema com as meninas da sua idade? - perguntei.

Ele deu de ombros.

- Elas são legais, mas um homem não pode ter gostos mais refinados?

Oh, céus!

- Um homem pode ter uma lamina de barbear - o critiquei - esse bigodinho é estranho, gosta mesmo disso?

Thomas deu de ombros novamente.

- Estou tentando um novo visual. As meninas dão risinhos e eu pareço mais maduro - foi sua teoria brilhante - vou deixar a barba toda crescer.

- Que barba? - perguntei.

Meu filho fez bico.

- Eu vou ter uma barba legal, você vai ver.

Ergui as mãos em rendição.

- Ok, Mister Homão...

Camila surgiu toda animadinha vinda do andar superior.

- Dan foi ao parque com o tal Tony - girou os olhos - e Oli saiu com a garota grávida para o cinema. E você, Thomas?

O garoto riu.