vigésimo quarto capítulo

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BIANCA
O estádio inteiro se apagou e foi aos poucos dando pequenos pontos de luz na cor lilás, o telão tinha uma luz mas forte em volta dele e começaria a contar a regressiva apartir do 5, e minha mente começou a rodar como um filme dos últimos meses...

5...
Todo aquele susto inicial com sua descoberta em nossa vida, neném

4...
Seu pai correndo com todas as forças pra não te deixar escapar

3...
Todos esses meses em repouso só para te gestar com saúde, amor e cuidado

2...
Todo seu enxoval já está pronto e só esperamos por você

1...

E então o telão apagou e quando voltou, num fundo branco e as letras bem destacadas num lilás lindo: MAYA.

Se eu já estava chorando antes, agora estava em rios. Meu coração acelerado, a boca seca de tanto nervoso. Minha menina, era a minha menina.

Gabriel me puxou num abraço que chegou a me tirar do chão, eu estava anestesiada, passei os braços por ele, abraçando de volta. Ele segurou no meu rosto e tinha os olhos transbordando, as bochechas molhadas e a boca estava mordendo o lábio, mas nem assim escondia o sorriso.

— Nossa princesa, amor! — Ele destacou gritando, todo cheio de emoção e eu só consegui assentir, eu estava chorando tanto que não conseguia dá uma palavra sequer.

Senti ele beijar minha testa e depois descer para minha barriga, onde beijo e passou as mãos fazendo carinho.

GABRIEL.
Minhas pernas tremiam, pensar em ser pai de menina era algo que me realizava.

Eu sonhei com a Maya, sonhei até mesmo com o nome dela, ela era linda, cabia nos meus braços e eu sentia a obrigação de ser responsável por ela até enquanto eu respirava. Eu contava os dias pra viver esse momento.

Senti os braços da Bia envolvido no meu pescoço me fez reviver a minha vida de meses atrás, que eu tanto queria viver novamente.

— Minha Maya... — Bianca sussurrou em meio do chororó que estavamos e eu sorri. Era a nossa princesa.

— Eu te amo. — vacilei, deixando escapar e a Bianca pareceu sentir choque.

Se afastou de mim no mesmo instante. Me olhou com os olhos ainda marejados e negou devagar. Iria falar algum coisa mas toda nossa família se aproximou rápido para nós dá o parabéns por conta da neném e a todo tempo depois disso... Daquela frase, a Bianca não ficou perto, não me olhou mais e não disse mais nada.

— Meu amor, você disse! Você acertou! — Minha mãe passou os braços por meu quadril, me abraçando por trás e deixou um beijo no meu ombro.

— Eu sabia que era a minha filha mãe, eu sabia. Aqueles sonhos não era loucura da minha cabeça. — eu ri meio anestesiado e a puxei para me abraçar de frente.

Algumas semanas depois
BIANCA — Sábado a noite

Eu já estou com sete meses e duas semanas, exausta de ficar em casa, exausta de tanto repouso, exausta de ter que resolver tudo com cautela, com medo. Mas graças a Deus, desde o chá revelação não tivemos mas nenhum problema na gestação. Estava tudo tranquilo, eu estava mais calma, Gabriel estava mas calmo...

Lembrar dele só me fazia voltar no chá e ouvir ele sussurrando que me amava, aquilo ali me pegou de surpresa, eu não esperava nada daquilo.

Só estávamos lá para descobrirmos a Maya e ele dizer aquilo, num momento daqueles, quase me amoleceu.

Mas minha mente me deu um start, me fez lembrar tudo dos meses anteriores e me fez sentir toda a mágoa de novo.

Só fiz o máximo de me manter distante dele pelo resto da festa. E desde lá, só nos vimos nas consultas e como ele ia em todas, eu não tinha nem mesmo o trabalho de falar nada com ele, já que ele estava ali e ouvia tudo diretamente pela doutora.

Falando nela, precisei de boas duas semanas até conseguir convencer e vê tudo certinho sobre a bebê para que ela me liberasse a curtir um show da Lud, não seria bem o curtir como eu gostava.

Eu ficaria sentadinha, na base de água e comidinha, curtindo o show num cantinho próximo do palco mesmo. Eu já tinha recebido esse convite da própria Ludmila mesmo, há uns meses atrás e cogitei muito em não ir. Mas me senti segura e com todo o acompanhamento da doutora, consegui a liberação.

— Dores?

— Nenhuma.

— Barriga tá normal?

— Tudo sob controle.

— Tá confortável nesse tênis e a roupa?

— Tudo sob controle, Théo! Puta que pariu, você já me fez essas perguntas cinco vezes.

— E vou continuar perguntando até o final do show e você estiver em casa, atura ou fica em casa, bebê. — ele cruzou os braços e ficou me encarando como quem me desafiasse.

— Você não tá achando mesmo que eu vou escolher ficar em casa, né? Se manca ovo mole! — bati em sua testa e ele resmungou.

— Você tem que parar de passar a tarde assistindo TikTok!

— E aí, vamos? — Julia apareceu na porta do meu quarto e eu dei um gritinho de animação.

— Claro que vamos!

— Meu Deus, quero nem vê essa porra saindo depois do parto.

— Eu não aceito menos que cair até em um ménage. — Ana Júlia disse e eu gargalhei.

— Vamos, vou arrumar uns boys. — eu disse enquanto estávamos indo para o carro.

— Duas vagabundas! — Theo gritou vindo mais atrás e nos duas demos risadas.

20min depois... BARRA - RJ

— Licença, licença… — Eu tava pedindo licença e olhando o caminho por onde eu percorria, imagina eu com esse barrigão levar um tombo.

Do jeito que o Theo é, ele ia fazer tanta zuada que a Lud não conseguiria fazer o show.

Senti uma mão me segurar pelo braço, virei rápido pra olhar, Gabriel me olhava de sobrancelhas arqueadas.

— Aí louco! — Falei olhando pra ele.

— Bianca... — Ouvi uma das meninas que estava do lado dele me chamar. — Aí meu Deus, é você mesmo!!

— O que você tá fazendo aqui? — Ele perguntou sussurrando.

— O mesmo que você. — Respondi no mesmo tom.


olaaaaaaaa!
comentem muito!
temos mais uma postagem para ainda agora de madrugada, beijoooos

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