septuagésimo terceiro capítulo

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GABRIEL
Já era quase oito da noite, todos já tinham entrado pra vê a Bia. A Ana Júlia me mandou uma mensagem que estava aqui do lado de fora com a Maya. Bianca tava dormindo, mas eu não queria deixar esse momento passar ou fazer a minha Dengo ir pra casa sem vê a mãe. Beijei a cabeça da Bianca e sai do quarto, encontrando com a Ana Júlia na sala de espera.

— Papai!

— Oi amor. — me abaixei e peguei a minha menina no colo, beijei seu rosto e dei uma risada fraca quando vi seu cabelo preso em Marias chiquinhas. — A mamãe tá dormindo, mas vamos entrar e ficar quietinhos, tá bom, vida?

— Tá bom. Mamãe tá dodói?

— Lá dentro a gente te explicar, tá? — Beijei seu rosto e ela desceu do meu colo, pegou o coelho de pelúcia que estava com o Theo e voltou para o meu lado, me dando a mão. — Eu vou passar a noite aqui, Ana. Você consegue pode esperar um pouco?

— Claro, Gabi. Espero sim. Vou ir comer alguma coisa. — ela beijou o rosto da Maya e eu fui com minha filha para o quarto.

Entramos devagar, tentando não fazer barulho e a Maya me cutucou.

— Papai... — tava sussurrando e eu achei maior graça. — Me ajuda a deitar ali.

— Tem que ser bem devagarinho, viu? Não acorda a sua mãe.

— Tá bom... Só vou dá beijinho fraquinho assim. — ela ainda tava sussurrando e eu queria rir, ela beijou bem fraquinho na minha mão e eu senti meu peito se encher de novo.

— Assim? — Ela assentiu e eu concordei. — Assim pode então.

Ajudei ela a subir na cama que a Bia estava, não era apertada, dava as duas tranquilamente e ainda sobrava.

— Oi, mamãe. — Maya se aconchegou ainda mais na Bianca e eu fiquei do lado, assistindo. — Eu carreguei o Juninho pra cá, olha... Pra você ficar bem forte igual ele me ajuda quando eu tô com dodói. — ela falava tão baixinho, ajeitou o coelho no meio das duas e passou a mão no rosto da Bia, se aproximou mais e deixou alguns beijos no rosto da mãe e deu uma bitoca na boca.

— Que delícia acordar assim, meu amor. — Bianca murmurou baixinho e a Maya riu.

— Te acordei igual o príncipe fez com a Branca de Neve.

— Ah foi? — Bianca passou a mão no rosto da nossa filha e beijou sua testa. — Mas você é minha princesa, filha.

— Ahhh, então o papai pode ser seu príncipe encantado? — Maya perguntou com aqueles olhos castanhos brilhando de curiosidade e eu ri baixinho.

— Ele pode. — Bianca olhou pra mim, sorriu e voltou a atenção para a Maya. — Como foi o seu dia?

— Foi tudo bem. Mas eu fiquei com medo quando a vovó ficou chorando, disse que não você não podia ir embora. Você ia viajar? O que você fez que ta assim mamãe? — Ela falou apontando pro meu acesso.

— Mamãe fez travessura amor. — Eu falei imaginando que a Bia não queria tocar no assunto.

Olhei pra Bia e sussurrei pedindo pra ela não chorar, já que de longe eu via as lagrimas descendo.

— Eu fiz uma coisa feia, amor. Muito feia mesmo. E dói bem no meu coração, sabia?

— Mas a gente tá no hospital, não pode tomar remedinho? — Maya destacou com toda sua inocência e eu baixei o rosto, beijando o topo de sua cabeça.

— Eu vou melhorar se você ficar bem agarradinha comigo, sem nem fugir pra nada. Pode ser? Como você fica deitada todo dia pra dormir. — Bia falou sorrindo para nossa filha.

— Pooooode! — Maya falou animada, e se aninhou encima da Bia, eu lembro que desde que nasceu era essa a forma que ela dormia. — Mamãe, o papai pode da um abraço na gente? — Vi minha princesa levantar a cabeça perguntar e logo depois deitar novamente.

— Vem Gabi. — Bia falou me chamando e eu sorri.

Debrucei meu corpo sobre o delas duas, aproveitei que a Maya tinha a cabeça deitada sobre o peito da Bia, e sem nem perguntar se podia encostei os nossos lábios, Bia não se negou e eu permaneci, um selinho demorado mais cheio de amor, que era isso que eu sentia por ela. Sussurrei um “eu te amo” e ela sorriu.

— Também te amo papai. — Maya respondeu achando que era pra ela e eu ri. — Amo você e a mamãe, um tantão.

VALDEMIR
Estava olhando a Joana descer as escadas com as malas. Ela estava chorando culposamente e eu não consegui ao menos sentir pena dessa garota.

Ela enlouqueceu por amor ao meu filho e achou que agindo dessa forma iria conquistar ele, errou. Errou completamente. Mas esse era o menor dos meus problemas agora.

— Tio, você me perdoa, tio?

— Vai embora, Joana. Vai embora. Você não vai mesmo querer está aqui para o meu filho te encontrar. — dei as costas para ela e subi até o quarto que eu dividia com a Lindalva.

Encontrei ela sentada na cama, chorando enquanto segurava um porta retrato que tinha nossa família junto da Maya que estava nem pequenininha.

— E você... o que está esperando pra ir também?

— Val... eu só quis ajudar o nosso filho, amor. Não fiz por mal. Eu juro!

— Não! Não fez, se amasse seu filho não iria fazer nada disso com a mulher que todos nós sabemos que ele é completamente apaixonado.

— EU QUIS LIMPAR A IMAGEM DELE, VALDEMIR! GABRIEL SOFRE ATAQUES NAS REDES HÁ ANOS PORQUE TRAIU A BIANCA E ELA ESTAVA COMO CERTA, ERA APLAUDIDA, ADMIRADA!

— Ela é tudo isso sim, Lindalva. Mas porquê ela conquistou o espaço dela, conquistou com o suor do trabalho dela. Não foi por injustiça a ninguém!

— Com o suor do quê? De quando era uma puta descarada? É isso! Porquê é isso que ela é, uma putinha de quinta. E o otário do Gabriel tá aonde? Tá lá, lambendo ela.

— A MENINA TENTOU SE MATAR, LINDALVA, SE MATAR! ISSO NÃO TE AFETA EM NADA? VOCÊ NÃO SENTIU NEM REMORSO, NÃO É? NÃO SENTIU!

— EU QUERO MAIS QUE ELA SE EXPLODA, O QUE IMPORTA É O MEU FILHO. A MINHA FAMÍLIA.

— VOCÊ DESTRUIU SUA FAMILIA, PORRA. VOCÊ, ESTÁ SATISFEITA? VOCÊ DESTRUIU. PEGA SUAS COISAS E SOME DAQUI! SOME!

— O quê? Você tá me tirando da minha casa?

— Não, tô te tirando da casa do meu filho, o seu filho... que você traiu, deu apunhaladas. Vai embora, Lindalva. Ele não quer você aqui e muito menos aquela menina. — sai do quarto batendo a porta e desci indo me enfiar no escritório.

Sobre GaBi: #depressao #meucasal #voltaGaBi

sobre a lindalva: TCHAU, BRUACA VELHA.

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