BIANCA
Gabriel estava com as duas mãos segurando meu rosto com maior cuidado, enquanto me beijava com uma leveza que eu conseguiria estranhar porquê nunca fez o estilo dele. Mas a nossa noite estava sendo incrível, ele tinha planejado tudo para que saísse milimetricamente perfeito e até então estava e eu sabia que era questão de tempo para que continuasse.Terminamos o beijos depois dele passar os braços para ficar em volta do meu corpo e eu deitei o rosto no seu peito. Já tínhamos terminado o jantar e ele tinha feito com que eu me rendesse ao seu pedido de dançar com ele. Era engraçado, ele não levava jeito pra isso, era melhor desistir disso, de cantar e focar só no futebol.
— Vem, vamos para ali. — me chamou já entrelaçando nossas mãos e fomos andando pelo jardim, paramos em uma parte que havia uma cobertura, uma espécie de cama de madeira que tinha um acolchoado bem gostosinho e várias almofadas.
Gabriel se aconchegou ali e me puxou, fazendo nós dois deitarmos em uma conchinha perfeita. Ele encarou o relógio e já havia passado das quatro da manhã.
— Amor, tá com sono?
— Eu tô bem. Quero ficar aqui.
— Quero ver o sol nascendo. — Gabriel sorriu no meu pescoço, me beijou e deu um cheiro na região. — Eu te amo, demais.
Senti meu coração acelerado, mas era uma sensação gostosa, de conforto, um quentinho que vinha do mais profundo da minha alma e me tranquilizava. Me deixava a vontade e foi tomando coragem que eu comecei a falar, decidi deixar tudo de lado e só dizer tudo que eu senti que precisava por pra fora.
— Quando eu penso em nós, não sei por onde eu começo sentir... não sei se é o amor que me consome, se é a dor que me abala, se é a saudade que faz meu peito ficar pequeno, não sei se é pelo som das suas gargalhadas que um dia já foram minhas, não sei se é todas as vezes que eu contemplei sua imagem ao ser coroado por um novo título e uma medalha no peito. — eu sorri de lado, um pouco nostálgica, sequei meu rosto rápido e ainda estava encarando o céu que começava a clarear com um pouco do próximo dia que está por chegar bem lá no final do horizonte, talvez eu tenha levado bastante tempo organizando meus pensamentos que mal percebi que já estávamos perdendo a Lua. — Quando eu penso em nós, eu penso na nossa filha, penso na relação que fomos criando por causa dela. De tudo que deixamos de lado para sermos os melhores pais do mundo e ainda assim, rolar aquela dúvida se ainda é o suficiente porquê ela é cada dia mais toda nossa, superior a nós dois... Não vou te dizer que eu quero voltar para tudo aquilo.
— Bianca...
— Aquilo de antes não nos pertence mais... não somos mas o Gabriel e a Bianca de quase seis anos atrás. Você não é mas tão imaturo e eu não sou mas tão teimosa. Você revalidou seus princípios, refez toda sua vida e sua rotina em prol da nossa prova de amor – vivo, saltitante e com uma personalidade forte –, que bagunça nossa vida. Você já um homem com quase trinta e eu já deixei de ser aquela menina de vinte e poucos. Aqueles dois não existem mais, Gabi. Nada daquilo existe mais.
— Não faz isso comigo. — ele sussurrou fraco e eu ri, mesmo que fosse um desastre rir no meio de tudo que eu tava chorando. — Por favor, vida.
— Você sabe o que de tudo aquilo, o quê foi que permaneceu mesmo com todos os motivos para sumir junto com nossos antigos Bianca e Gabriel?
Eu sequei meu rosto algumas vezes e o olhei, por cima do ombro, esperando ele formular sua resposta. Virei meu corpo para ficar abraçada nele, na sua frente. Gabriel me olhava com os olhos marejados, deu de ombros e voltou a olhar pra frente, onde o sol já estava quase todo a amostra.
— O sentimento nunca passou, nunca morreu. Nunca foi embora. Foi maltratado. Quebrado em alguns pedaços que tentamos colar enquanto deixava outras pessoas entrar nas nossas vidas, mas essa merda não deu certo também. — eu ri, neguei e respirei fundo. — Eu sou sua. Isso sempre foi assim, sempre permaneceu assim. Não mudou, não sumiu, não foi transferido para outra pessoa ter a posse. Sempre foi você. — subi minha mão para seu rosto e passei por sua barba, chegando a puxar devagarinho uns pelinhos para baixo, Gabriel sorriu como se estivesse com vergonha, baixou o olhar no meu, piscou e umas lágrimas caíram. Ele umedeceu a boca e a mordeu, esperando que eu continuasse a falar. — Nos perdemos no meio do labirinto. Ficamos vagando, indo e voltando por caminhos que não davam certos, cansamos em milhares de vezes mas não era desistência... Era só um tempo para tomar ar e tentar de novo, de novo, de novo... Quantas vezes mais vão ser precisas, Gabriel? Quantas vezes pra gente se encontrar na única saída do labirinto, juntos. Sendo só nós dois...?
— Eu não sou tão bom em labirintos, nunca fui. Sempre ficava perdendo vários minutos quando tinha que traçar a linha que me levasse para fora, naqueles jornais e revistas em quadrinhos.
— Ninguém é perfeito, mas eu consigo amar até às tuas imperfeições e se a gente se perder de novo no Labirinto... espero que seja você quem eu encontre na saída.
Eu puxei a mão do Gabriel para o meu colo e cruzei uma das minhas nela, fazendo um carinho por cima com a outra que estava livre. Subi o olhar pra ele e ele estava olhando nossas mãos juntas.
— Eu sempre vou está lá.
tem um pouco mais de uma semana que eu montei isso aqui, hoje eu modifiquei poucas coisas, dando detalhes, mudando algumas pontuações e de verdade? eu chorei tanto quando a montei.
Era de madrugada, entre três e quatro da manhã, eu tive um lapso de idéia e corri pra fazer. Chorei muito, muuuuuuito. Mandei pra Fernanda e fui dormir com aquela dorzinha no peito, mas sabia que tinha feito o certo. E tá aqui pra vocês.
Acho que ainda temos nos dois próximos capítulos momentos só de GaBi ❤️
Vou deixar a meta livre pois quero ver a reação de vocês com sinceridade por tudo que tá escrito aqui, beijos.

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Labirinto | GB10
Fanfictionporque ela realmente sabe que por mais que pareça que você esteja se divertindo, ou se encontrando por aí, ela sabe que você está mais perdido que qualquer outra pessoa ao seu redor. • todos os direitos reservados. • história original • não autoriz...