GABRIEL
A reunião com as nossas equipes jurídicas e a advogada da escola da Maya acabou rolando no escritório aqui de casa e na moral, foi complicada demais. A professora que fez o constrangimento com a minha filha, acabou vindo junto da diretora e também do seu advogado pessoal. Foi horrível a forma como ela olhou ou quando se dirigia a falar com a Bianca ou sobre todo o assunto que gerou todo esse tormento. Minha mulher não conseguiu ficar até o fim da reunião e eu já estava exausto de tentar um acordo. Chamei meu pai de canto e esperei ele se aproximar.— Eu vou ir conversar com a Bia, mas pode comunicar a eles que vamos entrar com um pedido na justiça. Nem que seja apenas por uma indenização pelos danos que essa história está causando em todo mundo.
— Meu filho, eu já estava pensando nisso. Não via necessidade nem dessa reunião. A professora não vai baixar a crista, mesmo estando errada! — meu pai concordou imediatamente com o meu posicionamento e eu assenti, ele me deu um aperto no ombro por conforto e eu saí dali com os olhos fixos na professora.
Que raiva do caralho dessa filha da puta.
— Cadê ela? — beijei o topo da cabeça da Maya que estava sentada no sofá da sala de jogos, junto da Ana Júlia. — Tá bem, meu amor?
— Uhumm, papai!
— Ela subiu Gabi. Nem parou pra falar nada, eu trombei com ela quando estava vindo trazer as pipocas pra cá.
— Você segura ela mais um pouquinho? Vou lá conversar com a Bianca.
— Fica tranquilo, eu fico aqui.
— Dengo, te amo ouviu? Papai vai sempre fazer de tudo por você. Tá bem? — eu assenti para a Ana Júlia e logo me agachei na altura da minha filha. Ela desviou o olhar da TV e sorriu pra mim, apertando os olhinhos castanhos e me mandou alguns beijos. Beijei seu rosto demoradamente e deixei as duas terminarem com o filme.
Subi os lances de escadas pulando de dois em dois degraus, abri a porta do meu quarto já batendo o olhar de primeira na silhueta da Bianca que estava debruçada no muro da sacada. Me aproximei devagar e abracei seu corpo por trás, passando as mãos por sua cintura e ela respirou fundo quando encostou o corpo de vez no meu.
— Não aguento ficar te vendo assim. Conversa comigo.
— É difícil demais, Gabriel. Toda essa situação é culpa minha. Minha filha está há semanas sem estudar, não quer voltar a antiga escola. A escola não cede em questão alguma... Aqueles olhares de repulsa em cima de mim. — ela listou e eu respirei fundo, beijei seu ombro e deixei a barba passar ali, dando um carinho que eu sabia que ela gostava de sentir.
— Eu comuniquei para que meu pai falasse com os advogados, não quero mais essas paradas aqui. Vamos levar pra juízo e resolver por meio dos advogados. Não quero nem você mais envolvida em nada. Isso tá te machucando e eu não consigo ficar assistindo tudo isso acontecer. Me desculpa amor, eu não sei mais como ajudar.
— Eu que tenho que pedir desculpa. É minha culpa. Vocês estão só sofrendo as consequências, Gabriel. — Bianca soluçou e eu nem tinha notado em que momento em que ela caiu nesse choro.
Eu contornei o corpo dela e a olhei de frente, sequei seu rosto e a puxei pra mim. Fazendo ela chorar no meu peito.
— Você não tem que pedir nada. Não tem. Eu já te disse tudo isso. Se alguém tinha que perdoar alguma coisa, já foi esquecido, amor. Confia em mim. Eu tô aqui com você. Vou ficar sempre.
— Tô me sentindo horrível.
— Não fica. Não fica. Você não tem que se martirizar pela maldade dos outros, quem tá de fora, não importa pra nós. — segurei o rosto dela, pra me me olhasse, ela assentia devagar e secou o rosto, respirando fundo tentando se livrar do choro. — Você tem a mim, a nossa filha, nossa família e nossos amigos. Só isso importa. Todo mundo confiou em você, ama você. Eu te amo Bi, confia nisso.
— Eu confio preto, confio muito. Eu só ainda não sei lidar com tudo isso que tá tomando nossa vida agora.
— Não tem que entender tudo sozinha, tem um montão de gente disposto pra te ajudar e se quiser alguma ajuda profissional a gente vai atrás também. Não importa. Eu só quero você bem de novo, tá bom?
Sorri de lado quando vi ela assentir algumas vezes e voltar o corpo pro meu, selando minha boca e deitando o rosto de volta no meu peito.
— Pode pegar a pretinha? Não quero descer mais. — Bianca pediu com os olhos nos meus e eu sentia suas mãos acariciando minhas costas.
— Amor, eu achei que minha presença já era o suficiente. Tô magoado ein. — brinquei afim de tirar aquele clima pesado e ela acabou dando uma risadinha.
— Já tô enjoada dessa sua boquinha vermelha e a barba cheia. — ela reclamou mais me beijou em seguida, mordeu de leve meu lábio e sorriu pra mim.— Quero a minha neném.
— Vou chamar a minha cópia. Dá em nada, só vai ter dois de mim no quarto. — dei de ombros, convencido e ela bateu no meu braço.
— Nossa, Gabriel, você é tão ridículo.
— ela brigou, mas acabou gargalhando e eu sorri largo. Tava satisfeito em ver ela um pouco melhor.40 comentários!

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Labirinto | GB10
Fanfictionporque ela realmente sabe que por mais que pareça que você esteja se divertindo, ou se encontrando por aí, ela sabe que você está mais perdido que qualquer outra pessoa ao seu redor. • todos os direitos reservados. • história original • não autoriz...