Capítulo 03

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PV Nicoletta

Eu sabia que tinha algo errado, meu pai sempre foi muito presente e ultimamente estava sempre fora trabalhando.

Desde que minha mãe morreu, ele mudou muito, definhou. Mas drogas? Eu nunca imaginei que ele chegaria a tal ponto.

— Filha? — ouço o bater na porta e respiro fundo. Uma hora terei que conversar com ele.

— Pode entrar. — Observando melhor agora posso ver as mudanças físicas em seu rosto. Como eu não percebi isso antes?

— Filha, eu quero começar pedindo perdão. Eu sei que te decepcionei, mas depois que sua mãe se foi... Eu morri junto com ela. — Seus olhos marejados e vermelhos mostram o quanto dói falar sobre ela.

Seguro a vontade de chorar, pois se eu desabar, não teremos essa conversa.

— Eu não vou te contar todos os detalhes, mas eu fiz coisas das quais eu me arrependo e muito. E não percebi que estava colocando sua vida em perigo também. Por isso procurei o Giacomo, ele me devia um favor e para te manter segura pedi que se casa-se com você.

Só de ouvir o nome Giacomo, sinto minha espinha gelar.

— Então eu sou um favor? É isso o que você chama de amor? Que me manter segura me casando com um mafioso? — Eu não queria gritar mas foi inevitável.

Seu semblante triste me diz que ele está arrependido.

— Giacomo é um bom homem, não é certo o modo de vida. Mas ele é um bom homem e como eu disse, ele nunca volta atrás da sua palavra. E ele me garantiu que você estaria segura com ele. — Seu tom de voz é firme e está claro que ele acredita mesmo nesta loucura.

— Eu não vou casar com um mafioso. Eu tenho uma vida, planos e não pretendo trocar tudo isso para virar a esposa troféu da máfia.

— Isso não está em discussão Nicoletta, eu não vou arriscar a sua vida por capricho seu.

— Capricho meu? Não querer me envolver numa vida criminosa que não tem saída é capricho?

— Este assunto está encerrado.

Ele simplesmente sai me deixando em choque com tamanha desconsideração. Como ele pode dizer me amar se nunca pensou em mim.

Enxugo as lágrimas e lavo o rosto, não vou ficar aqui pra ser mais uma esposa da máfia.

Pego duas malas e começo a colocar alguns pertences. Pego meus documentos e carteira e decido pegar um ônibus pra fora da cidade.

Assim que estou pronta pra sair, ouço o bipe do meu celular. Um número desconhecido.

"É melhor não fugir querida, não quero ter que mover céu e terra pra te encontrar. Me poupe o trabalho por favor.

Eu irei te buscar às oito para jantarmos."

- GC

Um Mafioso DiferenteWhere stories live. Discover now