Capítulo 04

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Estaciono na frente da casa dos Tomazzini e respiro fundo antes de sair do carro.

O dia foi cansativo e consumiu boa parte da minha energia. Mas não deixei de lembrar a Nicoletta que não tentasse fugir.

Primeiro porque isso me deixaria irritado.
Segundo porque seria uma tentativa em vão, eu a encontraria.
Terceiro isso traria risco a vida dela.

Toco a campainha e pela janela posso ver uma movimentação. Logo Enrico abre a porta com um sorriso forçado.

— Eu estou tentando fazer ela descer, mas ela é como a mãe dela. Teimosa. — Seu suspiro cansado me diz que a filha não deu uma trégua.

Dou um longo suspiro, ajeito o meu óculos e decido ir atrás dela.

Enrico me aponta uma porta no final do corredor e decido bater.

— Eu já disse que eu não vou. — Sua voz sai abafada e irritada.

— Querida, eu não sou paciente quanto o seu pai. Meu dia foi um caos, por favor facilita.

— Vá para o inferno você é sua paciência. — Encaro Enrico que tem os olhos arregalados.

— Sua filha vai me dar muita dor de cabeça não vai? — Ele acena em positivo. Maravilha.

— Acho bom você não estar perto da porta. — Aviso enquanto arregaço as mangas da minha camisa branca.

Pego um pouco de impulso e chuto a maçaneta da porta que com impacto se abre.

Nicoletta está sentada em sua cama me encarando com medo eu diria.

— Você é louco? Olha o que você fez. — Seus gritos começam a me irritar, mas decido ignorar sua fúria e vou até o closet com ela em meu encalço xingando e me dando tapas.

Encaro suas roupas e vejo um vestido azul sem muito brilho ou cheio de detalhes, simples e bonito.

Entrego o vestido a ela que continua a me xingar, sua mão vem de encontro ao meu rosto e nesta hora seguro seu pulso sem colocar força.

— Eu entendo que você está chateada, eu também estaria. Mas na vida, minha querida, fazemos sacrifícios necessários para a auto sobrevivência e para proteger também. — Seu corpo estremece e posso ver engolir em seco, seus olhos fixos no meu. Casar com ela não será ruim.

— Grande conselho vindo de alguém que mata para sobreviver não é mesmo? — Suas palavras são navalhas prontas para me cortar, mas ela chegou tarde. Nada disso me importa mais.

— Seria pedir demais para que uma garota mimada como você entendesse a vida como ela realmente é. Seu vestido está escolhido, mas se quiser trocar eu não me importo. Você tem 20 minutos para ficar pronta ou te levarei como estiver.

Passo pela porta quebrada e posso ouvir ela me xingando com muito ímpeto.

— Amanhã alguém vem consertar a porta. — Aviso ao Enrico que vem até mim.

— Você não vai desistir não é? Eu sei que Nico não é fácil. — Ele coça a cabeça em expectativa de uma resposta minha.

— Se neste jantar ela não me quiser, eu não vou a obrigar a casar comigo. Estou te deixando ciente.

Ele acena que entendeu e desaparece escada acima e eu aposto que foi convencer a filha.

Um Mafioso DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora