༄ 02

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Ele segura o telefone durante todo o trajeto, apenas para o caso de Wei Ying ter mudado de ideia, mas nenhuma outra mensagem chega. Se Wei Ying está se arrependendo de sua oferta, ele não está mudando de ideia, pelo menos.

Lan Zhan sua ao sair do carro, depois treme ao encontrar o botão certo para pressionar. A espera entre isso e quando a porta se abre é interminável e também acontece em um piscar de olhos.

Há um elevador, mas Lan Zhan acha que não pode esperar. Ele encontra as escadas e as leva para o oitavo andar, ele pula dois degraus de cada vez, até quase perder o fôlego e abrir a porta do corredor. Em algum lugar neste andar está Wei Ying. Lan Zhan só tem que chegar até ele.

Tardiamente, ele percebe que nunca respondeu a Mianmian. Bem, ele simplesmente terá que fazer isso mais tarde.

Lá está. O apartamento de Wei Ying. Lan Zhan para na frente dele e estremece. Tudo o que está entre ele e Wei Ying são três anos de mágoa e uma porta.

Ele bate o mais silenciosamente que pode, depois deixa cair a mão ao lado do corpo e olha para os próprios pés. Ele se esforça para ouvir os passos de Wei Ying, e então lá estão eles, se aproximando, até que a fechadura se abre e...

Wei Ying está de cabelos soltos, vestindo uma camiseta desgastada, shorts e uma expressão cautelosa o suficiente para que Lan Zhan vacile enquanto abre a boca para dizer olá. Ele engole, limpa a garganta e tenta novamente.

— Wei Ying.

— Lan Zhan. — Parece uma pergunta na boca de Wei Ying. — Entre — ele acrescenta depois de um momento de silêncio, e dá um passo para trás.

Lan Zhan entra. O apartamento de Wei Ying cheira a gengibre e café. Tem cheiro de casa. Lan Zhan faz o possível para não olhar ao redor, mas uma coisa é clara: eles estão muito sozinhos.

Antes que ele possa se conter, Lan Zhan se vira para Wei Ying.

— Onde está sua esposa?

Wei Ying pisca e morde o lábio inferior.

— Aqui — diz ele, apontando para um par de chinelos. — Estes são para você. Venha para a sala de estar.

Ah. Lan Zhan não conhece os detalhes de sua vida, não mais. Isso é justo. Ele vai pegar o que puder. Ele tira os sapatos e calça os chinelos que Wei Ying indicou, depois segue Wei Ying até a sala de estar, onde uma única lâmpada brilha suavemente, os cantos da sala envoltos em sombras. Uma criança claramente vive aqui - há caminhões e Lego e bonecas espalhadas pelo chão, cubículos com mais brinquedos em um canto. As poucas concessões à idade adulta são o sofá e a cadeira de couro, uma mesa de centro escura com gavetas e uma reprodução da "Vila da Água em Jiangnan" de Wu Guanzhong na parede.

Wei Ying cai no sofá e Lan Zhan se senta cautelosamente no lado oposto dele. Ele não tem ideia do que está fazendo aqui. Ele está com as costas rígidas e não é natural enquanto tenta se sentir confortável.

— Posso pegar alguma coisa para você? — Wei Ying pergunta. — Você ainda gosta daquele chá branco?

Lan Zhan, sentindo-se ressecado, balança a cabeça.

— Eu gosto, mas estou bem. Obrigado.

Wei Ying o observa com um olhar cuidadoso e neutro que de alguma forma não parece nem um pouco neutro.

— Tudo bem. Estou tomando uma cerveja, se você não se importa.

— É claro. — Lan Zhan nunca se importaria. Ele não consegue parar de olhar para Wei Ying com uma espécie de fome desesperada enquanto Wei Ying se inclina para pegar a garrafa verde da mesa de café, depois se senta e a leva aos lábios.

Você de Volta • Wangxian !Where stories live. Discover now