Capítulo 4

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Kim Theerapanyakul

Após Porschay correr para dentro da casa e me deixar para trás com uma mordida no braço que por sinal estava doendo bastante eu insultei o mundo enquanto olhava o local marcado.

Maldito, quero ver se vai me morder assim quando estivermos em nossa cama.

Eu estava irritado, furioso, pelas coisas que ele me disse e pela forma como se libertou de mim.

Eu sabia que outro não havia o tocado, mas essa possibilidade me irritava, me irritava pra caralho. Acho que nunca falei tantos palavrões como nesse último ano. Tudo por causa das merdas que fiz. Como diz meu amigo Nuear:

"— O peso na consciência pode mudar um homem"

Aquele lado de Porschay, menos inocente e gentil me deixou bem surpreso. A forma como ele deu a volta por cima agindo de forma vingativa e irritada, fingindo que não se importava, aquele lado dele me deixou muita atraído e eu nem devia estar deixando a atração superar a minha irritabilidade, mas era impossível quando Porschay conseguia ficar ainda mais lindo agindo de forma vingativa.

Mas me lembrar das coisas que ele me disse me deu ainda mais raiva, porque eu não queria outro tocando Porschay e seria capaz de cometer uma loucura se soubesse de tais atos.

Não com ele, nunca com ele, mas com o idiota que ousasse tocar meu garoto.

Ainda irritado fui para dentro de casa, esbarrei com Kinn e Porsche na sala.

— Por que está com essa cara? —Kinn questiona me analisando nada surpreso.

Provavelmente minha cara não era uma das melhores, nunca era.

— É a única que eu tenho.

Eu passo por eles e sigo meu caminho para fora daquela casa.

***

Dois dias se seguiram e eu não tive nenhuma novidade sobre Porschay, era sempre as mesma coisas de sempre, faculdade e casa. Oque para mim era bom, assim não tinha que me preocupar tanto com sua segurança.

Estava em casa no meu escritório tentando compor qualquer coisa e tudo oque havia escrito até agora era:

"Você sabe que já não posso negar oque sinto por você"

E eu não conseguia passar disso. Eu não conseguia pensar em mais nada, não tinha inspiração, era como se nada fosse bom o suficiente, já rabisquei frases, amassei papéis com rascunhos e joguei fora e para ajudar o meu celular tocou tirando de vez minha pouco concentração.

Kim, terá um jantar essa noite, não aceito negações, se não vir irei até sua casa te buscar amarrado —Khun avisa em tom ameaçador. Não duvido que ele faça mesmo isso.

Na sequência ele desligou. Eu respiro fundo e me levanto. Não queria ir, mas iria porque queria ver Porschay. Ao terminar de arrumar meu cabelo peguei a chave do carro e fui para a garagem.

Estacionei em frente a casa principal e me direcionei para dentro da casa após dar a chave do meu carro a um dos guardas para que o guardasse. Ao entrar na casa notei o amigo de Porschay — Win — na sala sendo incomodado por Khun.

Coitado.


— Porschay te deixou sobe minha responsabilidade porque foi buscar o celular no quarto —Khun sorri. — Você namora? Não que eu tenha interesse, eu já gosto de alguém, mas posso te arrumar alguém.

— Eu sou solteiro —ele responde um tanto sem graça.

— Kim, que milagre você ter vindo, os céus vão cair —Khun me nota ali e se levanta. — Não achei que viria de verdade.

— Realmente parece que vai chover.

— Olá, Kim —Win me cumprimenta.

— Olá.

— Vocês já se conhecem? —Khun questiona desconfiado.

— Já nos vimos na faculdade ele faz música e as vezes aparece lá —Win responde omitindo muitas coisas.

A porta novamente foi aberta e dessa vez a segunda família passou por ela. Macau logo que viu Win arregalou os olhos e parou a frente do irmão como se estivesse petrificado. Tive certeza que ele havia feito algo a Win, afinal esses dois vivem brigando.

Será que ele fez merda igual você, Kimhan?

Não seja duro com o Kim.

Fiz uma breve careta com esses pensamentos. Me faziam parece malucos.

— Macau, pode sair da frente? —Vegas questiona parando atrás do irmão. — O que aconteceu? Macau, você está bem?

— Isso se chama consciência pesada, Vegas —Porschay responde enquanto desce as escadas.

— Macau, o que esteve aprontando? —Pete questiona desconfiado, seu olhar recaiu sobe o cunhado.

— Porschay, aonde é seu quarto? Vou por meu celular para carregar —Win se levanta.

— Eu te levo —Khun fala, ele se levanta e o puxa em direção as escadas. — Arm cuide do meu bebê.

Arm concordou.

— Olá, P'Pete —Porschay sorri ao mesmo que retribuí o gesto. — Você eu já vi hoje.

— Quanto bom humor —Macau ironiza.

— Será por que ouvi o quanto você era idiota o dia todo? —Porschay cruza os braços.

— Macau, o que você fez? —Vegas questiona olhando com desconfiança ao irmão.

— Olá, Vegas —Porschay o cumprimenta.

— Olá, Porschay —Vegas sorri.

Porschay ignorou minha presença. Literalmente, ele passava o olhar por onde eu estava e era como seu fosse invisível, Macau dava risadinhas.

Porsche e Kinn chegaram algum tempo depois, na sequência meu pai chegou.

— Kim, vejo que já conheceu Porschay —meu pai sorri. — Ainda não tiveram oportunidades de conviver juntos.

O sorriso de Porschay foi completamente falso, tão falso que até Arm e Pol devem ter percebido.

— Vocês frequentam a mesma faculdade, nunca se encontraram? —meu pai questiona confuso.

Tão confuso que podemos desconfiar.

— Eu quase não vou a faculdade e ultimamente nem tenho ido.

— Ah é verdade —ele parece se lembrar.

— Khun, não pode me adotar, eu já tenho pais —Win murmura descendo as escadas frustado. — Porschay, socorro.

Eu dei risada. Khun pode assustar qualquer um.

— Pensa você e Porschay vão ser como irmãos —Khun fala, ele sorri animado como se aquilo fosse a melhor idéia do mundo. — Terá uma ótima família, Win, com excessão a ser primo de Vegas e Macau, principalmente Macau.

Até onde eu entendi agora a implicância dele era completamente direcionada a Macau.

— Eu passo ser primo do Macau —Win faz cara de nojo. — Prefiro continuar na minha família.

Macau revira os olhos aparentemente ofendido.

— Espera se chama Win? —Pete questiona confuso. — Win das aulas de músicas?

Win concorda.

— Está chovendo —Porschay muda de assunto.

— Não estava marcando que choveria hoje —Porsche olha o celular.

— Porsche, essa previsão é de ontem —Kinn avisa.

Eu andei em direção as escadas passando despercebido por eles, segui para meu antigo quarto. Ao abrir a porta me deparei com algumas coisas que antes não estavam ali, minhas coisas não estavam mais lá, alguém ocupava meu quarto.

Quem estava o usando?

Can you love me again? -KimChay (KP)Onde histórias criam vida. Descubra agora