A descoberta da Gravidez

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...

Conheci João através de um app de relacionamentos, éramos parecidos em muitos aspectos, os mesmos gostos, saíamos, conversávamos e quando eu percebi ansiava  para que o expediente encerrasse para vê-lo, ele sempre foi gentil e atencioso e me tratava bem, quando notei vivíamos a relação de um casal de namorados sem um pedido oficial, durou por alguns meses, marcamos um jantar em uma sexta a noite, ele sempre trabalhou muito e estava muito ocupado as mensagens durante o dia eram vagas mas atenciosas o suficiente, não estranhei quando ele desapareceu o dia todo e quando a noite chegou me produzi para sairmos e ele não respondia ou atendia as ligações, nunca teve determinados comportamentos, como ja estava arrumada não liguei, apenas sai com minhas amigas Laura e Amanda, jantamos e tomamos alguns drinks.
A mensagem como se nada houvesse acontecido chegou, fiz algumas perguntas básicas e no fim ele deu uma desculpa qualquer, fiquei chateada por uns dias e me afastei, com o passar dos dias os enjoos matinais eram constantes e eu não suportava o cheiro de qualquer alimento. Fui obrigada a procurar ajuda médica, fizeram baterias de exames e a menor possibilidade de diagnóstico chegou, um positivo que eu não esperava, sou portadora de (SOP) síndrome do ovário policístico, a possibilidade era de 5% de uma gravidez, naquele momento eu me sentia desolada, o que eu faria? Mas sentia- me feliz porque era um sonho a muito tempo esquecido, o misto de sentimento foi intenso.
Procurei o contato do João e estava bloqueada, ignorei esse fato é disquei o telefone a chamada demorou para ser atendida.
- Alô?
- João sou eu, precisamos conversar rápido.
- O que houve?
- Pode ser pessoalmente?
- Isso e alguma desculpa para me ver?
- Não.
- Você pode vir aqui, estou trabalhando no momento não posso ir até você.
- Tudo bem, vou chegar rápido.
Eu sempre gostei de motos e tinha uma Iron 883, mas com a gravidez de risco meu novo meio de transporte seria uber até que eu consiga comprar um carro.
Disquei novamente o número.
- Estou aqui.
- Estou indo.
Algum tempo  depois ele abriu o portão sem camisa e sujo de graxa, ele e  um babaca mas era um gato.
- Entra.
Ele nunca me deixou ter contato com a família dele, sempre me pediu pra manter distância, sem ao menos cumprimentar a família agora percebo o quanto fui idiota.
- Você queria falar? Ele sentou na cama.
- Vou ser direta... não sei como você vai reagir, mas aconteceu.
- Não estou entendendo.
- Estou grávida!
Ele ficou estático por alguns momentos, e quando voltou a falar seu tom de voz subia cada vez mais.
- Tem mais de um mês que não vejo você, e você aparece aqui do nada dizendo que está grávida, tem certeza que é meu?
- Não me ofenda dessa forma, não sei como você leva sua vida, mas não coloque em cima de min atitudes que você tem.
    Ele desferiu um tapa no meu rosto, devido a força cai sentada na cama e o gosto metálico despontou em minha boca...não esperava de forma alguma esse tipo de reação..
- Eu ... ah , você precisa tirar!
- Isso não está em discussão, e o meu corpo e ele também é uma parte de min, eu já havia tomado uma decisão estou aqui para comunicar você é não pedir permissão.
- Estou falando sério!
Diante de seus gritos a mãe dele apareceu na porta.
- O que está havendo?
- Ela está tentando me dar o golpe da barriga!
- Eu já disse tudo que precisava dizer, estou indo.
- Você não pode ir assim.
- Eu vim aqui hoje por consideração ao seu filho, não preciso de suporte ou qualquer coisa que venha dele, posso cuidar do meu filho sozinha e ele já fez a escolha dele.
- João?
- Foi um acidente.
- Você e ridículo, não peço que assuma responsabilidade alguma, mas exijo respeito!
- Gravidez de risco?
- Sim.
- Não precisa se preocupar raramente esse tipo de gravidez vai adiante, ela não vai conseguir segurar o bebê! Ela se dirigiu ao filho.
- Me deem licença!
- Não me procure no futuro.
- João eu espero muito não ver você novamente!
Deixei a casa incrédula com tamanha frieza, eles estavam falando de um bebezinho tão belo e puro, me sinto enojada de ter me apaixonado por alguém assim.
Me sentia triste e desolada, mas saber que havia uma pequena vida em min, dava força para seguir, o trabalho de tornou exaustivo e aos poucos o estresse e o turbilhão de emoções me faziam ter alguns surtos de raiva.
Fui afastada com estafa mental, é um cansaço mental extremo. Quando o cérebro fica sobrecarregado, deixa de funcionar de forma adequada.
O tempo passou depressa, seis meses já haviam se passado o número dele foi excluído da agenda, ele nunca me procurou e espero que continue assim, ja me sinto muito cansada, o estresse tem me esgotado, uma semana depois a decisão sobre a viagem veio através de alguns vídeos vistos em uma rede social, a cultura, culinária e sendo uma forma de descanso eu decidi fazer a viagem mesmo com a minha medica aconselhando a não viajar com o estagio da gravidez avançado, preparei as malas fiz a conversão das moedas comprei as passagens e sai do país sem avisar ninguém.
Doze horas depois desembarquei na Itália tomei café da manhã no cafeteria que havia ali, passei um bom tempo sentada observando as pessoas que passavam cuidando de seus afazeres, haviam idosos caminhando uma mãe se divertia ao responder as perguntas do filho curioso, me perguntava como seria nossa interação em um futuro próximo. Percebi quando entrei na cafeteria dois homens altos e bem vestidos se sentaram próximo e não tiravam os olhos de min, ja havia ouvido que eles eram fascinados por pele bronzeada e cabelos cacheados, inclusive havia feito escova para dar uma amenizada nos olhares, então devido a esse fato não me importei muito, continuei ali por um tempo admirando a paisagem e as pessoas que iam e vinham, mas conforme aquela mãe interagia com o filho a única coisa que passava pela minha cabeça e que eu não poderia dar uma família completa, nostálgica me engolfou com esse pensamento e a viagem exaustiva era necessário descansar, assim sai do aeroporto enquanto aguardava um táxi na parte externa com a bagagem, dois homens altos e corpulentos se aproximaram ficarem um de cada lado, não me importei apenas continuei esperando mas em um determinado momento um carro de luxo lentamente se aproximou e parou em minha frente, continuei procurando um táxi até que senti meus braços serem agarrados com força a porta do carro se abriu e fui jogada no banco de trás, deixando para trás a bagagem e o pequeno roteiro de turismo que faria antes que pudesse entender o que estava acontecendo meu rosto foi sufocado em algo úmido e logo meu corpo ficou mole e tudo perdeu o foco..

OblívioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora