Debilitada

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.....

            Ela dormiu por dois dias consecutivos, mal se mexeu..
          Ele passou os dias ao lado dela, preocupado mas odiava admitir que ele era o culpado.
- Humm
            Ela se moveu acordando desorientada e sentia dor pela testa franzida, deitado ao seu lado ele a observava.
- Fique calma, não se mecha tanto, vai se machucar.
            Contrariando ela se moveu de lado assustada com a voz dele , a cor sumiu do rosto ela mal podia respirar.
- Ahmn
- Eu avisei porra.
            Ela mal prestou atenção nas palavras dele suas mãos desceram ao ventre que estava desinchando aos poucos, desespero tomou conta, lágrimas desceram pelo rosto delicado, o choro convulsivo tomou conta da pequena mulher, ela tentava se mover ao mínimo possível mas a cada minuto perdia o controle do corpo, se continuasse assim ela acabaria se machucando antes que pudesse se recuperar.
- Você precisa ficar calma!
             Ele se aproximou do corpo dela na intenção de mantê-la quieta como ela estava em posição fetal foi mais fácil para ele contê-la, ele a abraçou e a manteve quieta.
- Bebe.......
- Shii....shi...
- Sai....... 
             Ela tentou se mover mas ele a manteve na mesma posição.
- Você está na minha casa, não vou a lugar algum.
             O choro convulsivo tomou conta, ela ficou a manhã inteira na cama e ele a acompanhou com medo que ela pudesse se mover e causar mais danos ao seu corpo já ferido....seu olhos molhados
vidrados na parede, os lábios secos tremiam, e assim se passaram horas até que ela adormecesse e ele pudesse sair para comer sem se preocupar, com o passar dos dias ela se recusava a comer e ele colocava os medicamentos na água, ele passava a maior parte do tempo no quarto e ela apenas balbuciava um pedido de desculpas...
             Quando viu que o corpo dela havia chegado ao limite sem alimentos, ele tentou fazê-la comer.
         - Você precisa comer!
             Ela permaneceu da mesma maneira, olhos distantes e vidrados, e quando percebeu que as palavras não a fariam ver a razão ele a forçou, colocou a sopa em um copo após esfria-lá e com uma mão apertou o queixo dela até que cedesse e a outra virava o copo em sua boca quando ela via que estava sufocando e a dor que sentia ela bebia e tentava respirar desesperadamente e assim  ele a fez tomar o copo inteiro e se sentiu satisfeito.
             Ele tentou adiar ao máximo sua saída da mansão para que pudesse ficar de olho nela, e com isso deixou suas instruções a empregada que deveria força-la a comer mesmo contra a vontade dela e a tomar os medicamentos.
         - Vou ficar fora por um tempo, verifique ela e se certifique que ela está bem alimentada e que tome seus medicamentos na hora correta, não pode haver erros!
- Sim Senhor.
         Duas semana após a saída dele uma mulher de cabelos loiros lisos e olhos azuis apareceu na mansão procurando por ele, com livre acesso a casa ela subiu direto para o quarto dele mas para seu espanto sobre a cama havia uma mulher de pele morena e cabelos cacheados, estava magra e debilitada a camisola fina denunciou o estômago que desinchava aos poucos havia um gesso na perna direita, ainda possuía a aparência de uma gravidez em estágio inicial, possessa de raiva ela partiu para cima da mulher que ao menos se moveu enquanto era agredida, olhos opacos e vazios a fitavam como se o que estava acontecendo não fosse com ela, perdendo o equilíbrio ela acabou se sentando no externo da mulher enquanto segurava os cabelos dela e a agredia, o rosto já pálido perdeu a cor e a consciência dela se foi.
          - Eu simplesmente não consigo acreditar que ele teve a audácia de ter outra mulher.
              Vendo a mulher praticamente natural uma pele de brilho intenso, sem preenchimentos, silicone ou qualquer tratamento estético e simplesmente linda ela se sentiu ameaçada, a outra não se movia ela acreditou que se tivesse acontecido algo com a criança ela morreria sem ajuda necessária, visto que ela não poderia acabar com a vida da mulher abertamente porque até aquele momento ela era apenas a noiva prometida.
        - Não quero que ninguém entre neste quarto só podem entrar pra retirar o corpo dela.
        - Mas senhora fomos orientados a cuidar dela não podemos ignorar as ordens do Dom.
        - Quem você acha que será a senhora de tudo isso, eu vou ser a esposa dele e claramente visível que posso dar ordens dentro dessa casa e se não estiver de acordo pode se retirar!
            Assim ordenou que nenhum dos empregados poderia entrar no quarto, que não fosse oferecido água ou comida aquela mulher e que a deixassem morrer sozinha no quarto.
- Ele vai ficar fora por muito tempo?
- Não sabemos...        
        - E tempo suficiente pra ela morrer. pensando alto ela deixou seus pensamentos expostos, e assim a governanta seguiu.
              Em média as viagens costumavam demorar e esse tempo ele aproveitou para entender um pouco do idioma dela. Os negócios acabaram se prolongando mais do que devia e ele ficou longe de casa, era esperado que ela estivesse melhor, os dias foram passando lentamente ela não comia durante o dia apenas bebia agua da pia do banheiro quando precisava usa-lo, a mulher sabia que havia algo de errado com sua perna, doía e ela não conseguia move-la corretamente quando ia ao banheiro usava apenas uma para se locomover todos pensavam que ela nunca desceu as escadas, mas a verdade e que sempre teve hábitos noturnos e quando anoitecia ela se aventurava no andar debaixo procurando comida, sempre voltava para o quarto com uma fruta ou duas, comia e descartava o restante no vaso sanitário. Mas sem alimentos adequados antes que ele retornasse ela ja estava mais que debilitada o corpo começou a perder gordura e quando não sobrou nada começou a perder massa muscular. Depois de duas semanas, atitudes simples como ficar em pé tornaram se difíceis, ela começou a ter sintomas como tontura, fraqueza, perda de coordenação, diminuição de taxa de batimentos cardíacos e sensação de frio, com todos esses sintomas ela passava a maior parte do tempo dormindo, ja havia desistido de viver, e acreditava que morreria antes que ele voltasse e a cada dia isso estava se tornando um desejo para ela .      
           A perna continuava engessada e coçava , as costelas e quadril ainda doíam muito e assim se seguiu dia após dia e quando ela achou que seu desejo se tornaria realidade quando já não podia mais elevar a própria cabeça, sua visão estava turva e ela mal podia associar a realidade de alucinações, o barulho de um carro podia ser ouvido ao longe, tendo ficado tanto tempo sozinha e dormindo mais que o devido ela não fazia ideia de quanto tempo ja havia se passado e muito menos quem estava chegando, assim permaneceu quieta no quarto. Houve passos na escada e subiam lentamente ao alcançarem a porta do quarto pararam por um tempo, depois de algum tempo hesitando ele entrou, o quarto mantinha as janelas abertas, porém as cortinas estavam fechadas, na cama jazia a mulher que ele tinha ferrado, ao se aproximar percebeu o quanto ela estava magra era como se não comesse há dias, parou ao lado da cama enquanto a observava com desgosto aparente no rosto, estava suja, despenteada e mal podia elevar a cabeça, olhos fundos que demonstravam confusão o fitaram, em um acesso de raiva ele quebrou o quarto inteiro enquanto proferia diversas palavras que ela poderia jurar que eram blasfêmia, depois de algum tempo ele se sentou na poltrona perto da janela enquanto acendia um cigarro e se acalmava, deitada sem fazer qualquer movimento brusco ela o observava com medo. Pensava em como encara-la, nunca foi homem de correr das responsabilidades, ele levantou os lençóis com aparente desgosto em seu rosto, saber que era o responsável por aquilo doía como o inferno. Cabelos despenteados é um rosto abatido se viraram pra ele, ela não reagia, furioso ele rasgou a camisola dela, arrastou a cadeira do quarto e a colocou embaixo da ducha e colocou a mulher extremamente magra sobre ela, ele cuidou dela um tanto desajeitado e o gesso não ajudava em nada, lavou os cabelos, os pés, as regiões íntimas dela, escovou os dentes, ela nem ao menos protestou, ele removeu a cadeira para o lado, removeu suas roupas e fez sua higiene, depois a envolveu em uma toalha e levou para o quarto ao lado, a secou cuidadosamente, verificando a cicatriz no estômago, os pontos precisavam ser removidos já havia passado do tempo, e assim ele os retirou com uma tesoura de unha e uma pinça e como havia molhado o gesso a remoção foi feita a mão. Após a remoção ele a levou ao banheiro novamente e a banhou e de volta para a suíte ao lado colocou-a na cama gentilmente enquanto a secava como uma criança.  
         - Eu vou devolver o que tirei de você.................... mas existe um preço.................... agora você não entende o que digo..........................mas vai me odiar quando entender................

OblívioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora