O sequestro

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......

       Levada contra sua vontade, alocada em uma jaula no subsolo de um galpão em uma propriedade privada distante da civilização, ela foi jogada sem o menor cuidado em um colchão improvisado no chão, a bolsa que levava nas costas foi retirada contendo um passaporte com um nome falso, cartão de crédito e um montante de dinheiro em espécie, havia um celular de última geração contendo a foto de um cão no papel de parede, eles acreditavam ter pego a mulher certa, conferiram pela última vez a foto da mulher do maior inimigo do chefe e eram idênticas, mas a pergunta que não calava era o que ela estava fazendo sozinha em solo inimigo, visto que nunca se afastava dele, tendo confirmado a identidade comunicaram o chefe que estava retornando do exterior que viria o mais rápido possível.
- Dom, Alana é nel nostro territorio, l'abbiamo appena messa in gabia.
   Após dez horas apagada a moça acorda com uma dor de cabeça infernal, a primeira reação que teve ao se mover era que estava dormindo em um lugar péssimo porque as costas doíam, ao abrir os olhos olhou em volta as memórias da saída do aeroporto começam a voltar ela começa a entrar em Pânico, se movendo para mais próximo da parede, ela coloca as os joelhos e braços abraçando o bebê que carrega, o desespero começa a se fazer presente e ela chora sem entender o que há de errado, depois de três horas sem se mover ela começa a ouvir barulhos horrendos gritos e choro, ela abaixa a cabeça e chora.
Depois de algumas horas os sons que ela tentava suprimir em sua cabeça, ao olhar pela fresta entre seus braços ao redor da cabeaça ela consegue ver dois homens saindo de uma sala que ela não havia notado arrastando um corpo que deixa para trás sangue por onde passa o cheiro a deixa enojada e vomita sem conseguir conter os espasmos do corpo.
- In piede!
Um deles a nota, se aproxima, ele disse algo e ela não entende, tentando se levantar e falhando miseravelmente depois de ter passado tanto tempo sem comer a fraqueza a engolfa, o medo a deixou dormente perdendo a paciência ele agarra o braço e a arrasta pra fora da jaula fraca ela mal consegue reagir.
- Abbassare il gancio!
        Eles a penduram com os braços acima da cabeça somente com as pontas dos pés tocando o chão, era a mesma sala onde retiraram o corpo o cheiro do sangue era pungente, o chão estava coberto de sangue exatamento onde a ponta de seus pés tocavam o chão e escorregava muito ela lutava para se manter de pé, a sala a deixa enjoada e ela tem espasmos de vômito mas já não possui nada no estômago, isso causa uma série de risos nos presentes.
    Seus olhos mal levantaram para seus raptores ela permaneceu de cabeça baixa todo o tempo, acreditava que se visse o rosto deles eles nunca a deixariam ir, até aquele momento ela acreditava que poderia haver um engano, a dor no estômago a incomodava, o corpo foi estirado além do possível, ela não protestou ou implorou, a única coisa que a mantinha aquecida na sala gélida eram as roupas quentes, que cobriam e disfarçavam o estômago inchado ela foi deixada na sala sem janelas com iluminação precária.
     Muito tempo se passa, houve barulho do lado de fora da sala e ela podia ouvir os passos pesados se aproximando, seu corpo tremia incontrolavelmente, o medo a engolia.
   - O passarinho está  voando bem longe do ninho...
      A voz extremamente rouca chamou sua atenção e seus olhos se elevaram do par de sapatos a sua frente para encarar olhos opacos e sem vida que a amedrontaram, nesse momento ela teve a certeza que não escaparia com vida.
- Me diga onde ele está?
- Anh?
         E confusa ela continuava a olhar os olhos opacos se perguntando quem diabos era ele..
- Temos muito tempo......
          Fumando o charuto ele continuava a olhá-la nos olhos.....
      - Mas se você me disser o que quero saber podemos encurtar bastante nosso tempo juntos...
         Assoprou toda a fumaça no rosto dela, a tosse foi instantânea, odiava cigarros.
- Interessante.
         Tentando encontrar a voz após a tosse ela tentou..
- Eu não sei do que está falando .....estou aqui como turista.
- Passarinho... ele não te contou nada sobre min...
           Ele disse passando a mão pelo rosto delicado dela;
- Eu não sei... de nada, por favor verifique minha bagagem meus documentos estão la, não nós machuque.
     - Fale comigo no meu idioma, eu sei que você me entende. - Que idioma e esse? Ele perguntou a um de seus subordinados. - Parece ser português, mas não entendemos o que ela diz. Ele diz apertando o maxilar dela, lágrimas rolam pelos olhos. - De a ela um incentivo!
           Antes que ela pudesse tentar inglês com eles, um pedaço de madeira a atingiu com força nas costas, o grito foi alto, mas não pararam e seguiram batendo e batendo, incapaz de pensar seu instinto entrou em ação, evitava a qualquer custo que acertassem o bebê, mas no processo várias costelas, quadril e uma perna foram quebradas, respirava com dificuldade e sangue fluía da boca, conforme os gritos ficavam cada vez mais fracos.... perdeu a consciência.
   - Acorde-a eu quero respostas!
           Um balde de água gelada foi jogado sobre o corpo, suas roupas largas ensoparam, e colaram ao corpo, a barriga inchada ficou visível, o balde caiu no chão com um estrondo, os olhos dele subiram.
   - Que porra?
            Ao olhar novamente ele não acreditava no que via, cabelos lisos deram lugar a cabelos cacheados que trouxeram à tona um rosto angelical, e o choque ao olhar pra baixo foi insano, água escorria do corpo, mas a barriga era evidente e o sangue se formando abaixo também, ela tremia e balbuciava.
    - Me desculpe...por..não...ser..cuidadosa... me...perdoe..bebe....não...me...deixe...
    - Caazzoo, tire ela dai, porrra.
            Ela foi retirada do gancho delirando, quando foi colocada no chão gemeu baixinho, as mãos dele tremiam, ele nem pensou rasgou a blusa ao meio, a barriga foi exposta, o tórax estava escuro eles ja estavam ali a algumas horas os hematomas começaram a ficar escuros, havia algumas manchas na barriga mas ficou evidente que desviou da maioria para proteger a criança, a mão que tremia foi colocada sobre a criança mas nada pode ser sentido, e pelo estágio já era esperado que se movesse, a quantidade de sangue diminuía a possibilidade da criança estar bem.
   - Traga ele aqui!
            Os soldados subiram do porão aos berros do chefe para buscar a única pessoa que poderia resolver o problema, que foi localizada duas horas depois em uma boate no andar superior extremamente bêbado.
             O médico foi arrastado pelos soldados andar abaixo e colocado no carro que dirigia em alta velocidade sem nem mesmo se importar ele imaginava que seu amigo estivesse ferido e precisasse de ajuda, mas ao entrar na sala o que encontrou o surpreendeu, havia uma mulher grávida jogada ao chão sangrando, e seu amigo estava ao lado completamente desorientado.
     - O que houve?
     - Parece ser Alana.
      - Eu estou bêbado.
     - Eu não sinto a criança, se não fizer nada ela vai morrer.
     - O que você fez porra? Eu sou médico não Deus Caralho.
     - Eu precisava de respostas, nunca imaginei que nos colocaríamos em uma situação como essa um dia.
     - Se essa mulher sobreviver ela vai matar você na primeira oportunidade.
     - Ela não vai, quero ela viva, vou compensa-lá por tudo se eu realmente estiver enganado.
     - Quem e ela se não Alana?
     - De um jeito e vamos descobrir.
      - Cazzo, você se superou.
          O médico se ajoelhou e a examinou, depois de algumas verificações ele percebeu, que a mulher não seria a mesma nem fodendo, as costelas haviam se partido de uma maneira que demoraria meses para que pudessem se recuperar, e havia a criança morta dentro dela.
   - Eu não tenho o que preciso aqui, ela precisa aguentar sem anestesia, e pelas condições em que estamos corre o risco de ela não sobreviver devido a infecção.
   - Vamos levá-la para a mansão, e você pode fazer tudo da maneira mais limpa possível
   - Precisamos correr ela não vai aguentar muito tempo.
   - Vá e se prepare eu já estou levando.
        Sem pensar ele carregou a mulher semimorta nos braços até o elevador e subiu, no banco de trás do carro ele observava a mulher enquanto o motorista dirigia, havia uma tatuagem no ombro pelo que se lembrava Alana não tinha, muito menos cabelos encaracolados, a duvida o consumia mas ele já possuía a certeza, pegou a mulher errada e havia diversos motivos que comprovavam o fato, mas uma breve investigação séria a resolução de suas dúvidas.
        O carro foi estacionado em frente a mansão ele a retirou do carro e  levou para dentro colocou na bancada da cozinha, e se sentou ao lado, nesse momento os soldados entraram com vários equipamentos na sala.
        - Por acaso eu vou operar um frango?
- A luz aqui é melhor depois transferimos pro quarto.
- Você e insano!
- Vou mantê-la quieta.
          O médico preparou o material, ela acordou pelo menos três vezes durante a cirurgia e foi contida por Giovanne, mas sua dor era visível mesmo feito às pressas não houve forma de amenizarem o sofrimento da garota Giovanne se sentiu culpado quando um feto perfeito foi retirado sem vida.
- Caralho, que merda.
- Porra......quanto tempo ele tinha?
- Em torno de 7 a 8 meses.
- Porra.
            Ensandecido ele passava as mãos pelo cabelo, a criança era inocente.
- Eu vou limpar e fechar.
        - Não deixe cicatrizes.
        - Agora ele enlouqueceu!
           Ele fez a sutura o mais imperceptível possível, mesmo sabendo que isso ficaria gravado nela.
- Tudo que eu podia fazer por ela eu fiz, agora e com ela, as fraturas estarão recuperadas em 12 semanas, ela vai sentir muita dor ao respirar ou tossir, vou deixar alguns medicamentos aqui pra dor...
- Posso levá-la ...
- Tente não mover muito, não queremos um osso cicatrizado fora do lugar
- Valeu cara.
  - Valeu....mmmdm..mmm eu faço tudo que ele me pede e ele não consegue ao menos agradecer direito ...mmhm....mhhh
- Obrigado
- Foda-se...estou indo, se precisar me ligue...
       - Eu preciso de mais uma coisa...
       - Sou todo ouvidos!
       - Descubra quem ela é de onde saiu... quero todas as informações sobre até mesmo o que julgar mais irrelevante!
        - Certo.... Giovanne mesmo que ela não seja Alana, não se cobre muito até descobrirmos a verdade é mesmo que não seja não tinha como a gente saber...
        - Eu deveria ter verificado.
           Exasperado ele passa as mãos pelos cabelos.
         - Agora deixe - nos eu preciso descansar e lembre-se de manter isso fora dos ouvidos da famiglia!

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