Dias Chuvosos me Lembram Você

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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐎𝐙𝐄

𝗮𝘁𝗲𝗮𝗿 𝗳𝗼𝗴𝗼 𝗻𝗮 𝗰𝗵𝘂𝘃𝗮𝗲́ 𝗮𝘁𝗲𝗮𝗿 𝗳𝗼𝗴𝗼 𝗲𝗺 𝘀𝗶 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼

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𝗮𝘁𝗲𝗮𝗿 𝗳𝗼𝗴𝗼 𝗻𝗮 𝗰𝗵𝘂𝘃𝗮
𝗲́ 𝗮𝘁𝗲𝗮𝗿 𝗳𝗼𝗴𝗼 𝗲𝗺 𝘀𝗶 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼

      Oficialmente? Estávamos namorando; ou voltamos a namorar depois de tanto tempo.

      A noite passada foi um mar de segredos revelados de uma só vez. Por tanto tempo acreditava que Riki era somente meu vizinho irritante, mas só hoje me foi lembrado de que ele era meu ex-namorado do qual simplesmente esqueci.

       Na época, Riki teve de viajar alguns meses de volta para o Japão. Ficamos afastados e não nos falamos todo dia, e aos poucos, me esqueci de quem ele era.

      Nunca tivemos um término por assim dizer, minha memória me pregou uma peça que arruinou não só minha vida, como boa parte da vida de Riki que sempre me viu como um interesse romântico e, eu sempre o vi como um interesse de cair no soco sem perder a amizade.

       Digamos que hoje estamos bem. Um relacionamento secreto e completamente bem.

Ya, não faça isso de novo — Riki disse estremecendo de forma teatral — Que coisa irritante.

— Semelhante á sua voz — respondi com doçura — Talvez estejamos destinados a ficar juntos.

      Tinha o péssimo costume de puxar o braço de Riki repetidas vezes para baixo sempre que andávamos de mãos dadas, como uma criança mimada que nitidamente precisa de atenção. Vezes eu fazia por distração, oras eu fazia por pura implicância.

       Antes que ele perdesse ainda mais a paciência por hoje, finalmente entramos na cafeteria da qual comentávamos a tanto tempo. O ambiente aconchegante com o ambiente rústico moderno. As flores verdes e brilhantes espalhadas pelos cantos, as xícaras brancas como neve. Me sentei ao lado de Riki, segurando sua mão debaixo da mesa, e o mínimo que fosse já me deixava nervosa como se fosse a primeira vez que fizéssemos algo assim; mas não era.
       Conhecidos em uma café não era parte do plano para hoje, mas também tínhamos a consciência de que era algo conveniente de que se acontecesse.

Como ousa mentir para mim?

       Os dois cumprimentaram Riki com um sorriso de ponta a ponta, se sentando na mesa conosco

— Pegamos você — o outro disse em seguida

— O que estão fazendo aqui? — Riki indagou com uma expressão incômoda

      O nosso namoro ainda era um segredo, ao menos na nossa vizinhança visto que temos vizinhos com o péssimo hábito de bisbilhotar, o que é estranho e assustador.
      Queria pensar positivo e coloquei meu melhor sorriso no rosto, mas minha paciência se perdeu quando um dos garotos pediu garrafas de soju para todos nós... mesmo que eu pudesse, ninguém descente bebe a essa hora do dia.

— Vocês não tem mais o que fazer? Vão ficar aqui? — Riki questionava e, de maneira alguma conseguia respostas positivas

— Faz muito tempo que não nos encontrávamos, então vamos passar um tempo com vocês.

     Ao menos eles me incluíram na conversa pela primeira vez. Me sentia invisível aqui.

— Eu quero ficar sozinho hoje — Riki pediu com seriedade — Com ela.

— E quem é ela? — um deles indagou sem elegância — Desculpa...

— Sou vizinha do Nishimura, e eu realmente não quero beber soju com vocês.

— Certo. — ambos assentiram em uníssom

        Uma mesa de quatro pessoas conseguiu ficar calada por minha causa. 
Mordi meu lábio inferior, pensando no que eu deveria falar, ou talvez no que não devesse.

— Me chamo Hikaru Kobayashi, sou amiga do Riki a algum tempo.

Ah, imaginei que fossem um casal — o que aparentava ser mais novo entre os dois sorriu despreocupado estendendo a mão livre — Me chamo Yang Jungwon.

      Retribuí o cumprimento, aceitando mentalmente em recomeçar essa conversa do jeito certo.

— Você é bem mais bonita de perto. — ele estendeu a mão igualmente — Me chamo Park Jongseong. Também imaginei que fossem um casal, Riki não é um cara bonito, mas é bom com as mulheres.

      sinto que essa conversa pode se tornar algo desconfortável em poucos minutos
      Riki encarava Jay de forma séria, passando a língua pela parte interna da bochecha. Então essa era a piada que Nishimura Riki não conseguia dar risada?

— Ele normalmente só namora as garotas que frequentavam a academia de dança, — Jungwon continuou falando até o Soju chegar a nossa mesa — Mas como nunca te vi por lá, acho que não é aluna dele.

— Você costuma namorar suas alunas de dança? — indaguei com doçura, o que fez Riki gaguejar palavras sem ao menos conseguir falar

— Não é tão ruim quanto parece — ele me olhava nos olhos, e sabia que estava mentindo para si mesmo — Na verdade parece, mas depende do jeito que você vê.

       Riki conseguiu sair vivo até o final. Ficamos algumas horas, que deveriam ser minutos. Eles beberam bastante, mas não Riki, ele sabe como odeio isso. Não o ato de beber em si, mas sim o fato de que não posso beber por causa dos remédios. O dia que eu estiver curada, será o dia que verdadeiramente vamos beber juntos, até lá, vamos sobreviver com a cidra de limão e um pretexto para nos beijarmos durante a madrugada, e isso não parece ruim para mim.

      A cidade parecia mais iluminada no caminho de volta. Andávamos de mãos dadas, com a promessa de que eu não implicaria com ele dessa vez, por mais tentador que fosse. Riamos juntos, e relembrávamos memórias presas no meu subconsciente odioso.
      Concordamos em rever Jay e Jungwon qualquer outro dia, mas sem bebidas ou segredos, e somente assim será o dia perfeito para nós.

— Eles falaram muito, deviam estar bêbados — Riki admitiu — O que Jungwon te disse? Você ficou rindo.

— Bem, ele disse... que você é louco.

— Vocês conversaram bastante, e só conversaram sobre isso?

— Todos os assuntos que envolvessem seu nome. Também disse que você é uma boa pessoa.

— E você acredita nele?

— Eu te conheço o suficiente para saber que é verdade. — sorri anasalado — Você é uma boa pessoa Riki, você é a pessoa que eu amo, então o mínimo é que a pessoa que eu amo seja boa pra' mim.

       Ele inflou o peito com tantos comentários bons, e nada me irrita mais nesse idiota do que o ego inflado.

— E é verdade que você namora as garotas da aula de dança? — indaguei pretensiosa

— De jeito nenhum! — ele alongou a resposta mais do que o necessário

— Por quê? Disseram que fazem o seu tipo. — ele ria ao invés de me responder — Qual é o seu tipo?

      Parei justamente a sua frente, impedindo de seguir seu caminho até que finalmente me desse uma resposta. Eu sou uma pessoa insistente, principalmente quando se trata dele.

— Já disse que não namorei ninguém. — ele resmungou a resposta

— Então responda, qual seu tipo?

— Meu tipo? — ele repetiu minha pergunta com um sorriso debochado — Gosto de japonesas que tem um leve desvio de caráter.

      Fui surpreendida pelo abraço de Riki, mudando minha direção para que continuassemos andando, mas dessa vez com o braço dele ao redor dos meus ombros.
      Gostar de alguém que eu prometi odiar, é novo pra mim, mas eu gosto da sensação.

𝗖𝗮𝗻 𝗪𝗲 𝗧𝗮𝗹𝗸 𝗔𝗴𝗮𝗶𝗻 - 𝘯𝘪𝘬𝘪Onde histórias criam vida. Descubra agora