O Amor Que Não Doeu Tanto

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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐓𝐑𝐄𝐙𝐄

𝗺𝗮𝘀 𝗽𝗼𝗱𝗲 𝗺𝗮𝗰𝗵𝘂𝗰𝗮𝗿

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𝗺𝗮𝘀 𝗽𝗼𝗱𝗲 𝗺𝗮𝗰𝗵𝘂𝗰𝗮𝗿

— Então ele finalmente te disse? — Kyujin esbravejou de felicidade enquanto batia na mesinha de centro — Eu sabia! Eu sabia!

      Segurei ambos seus braços para que ela não se machucasse, dando o tempo certo para ela se acalmar e prosseguir.
       Riki acabou aproximando Kyujin e eu. Aparentemente éramos antigas amigas (adivinha; não me lembro disso) então hoje seria a noite perfeita para passar um tempo juntas na casa de Riki e tentar relembrar as coisas que eu não consigo.

— Então você já sabia o que Riki sentia por mim?

— Era muito óbvio! — ela afirmou, colocando um braço no assento do sofá para apoiar a cabeça — O jeito que ele te olha é a coisa mais melosa que eu já vi. Mas deve ser um bom sinal de que ele ama você.

      Um arrepio subiu por todo meu corpo... É vergonhoso alguém afirmar isso sobre uma terceira pessoa que teoricamente de ama.

— Eu também o amo — disse com rubor facial — Mas é uma surpresa que ele tenha te contado, são mais amigos do que imaginei.

— Nos tornamos amigos depois que vocês terminaram. Ele me conseguia ficar tanto tempo sozinho. Garotos costumam ser assim, depois de alguns meses sozinhos ele se rastejam para qualquer uma. — engasguei com o chá, por muito pouco não deixando a xícara quente escapar das minhas mãos — Alguns garotos nem ao menos precisam estar sozinhos para se rastejarem para outras mulheres. Eles funcionam assim.

      Ok. A primeira vez que conheci Kyujin ela era uma das melhores garotas que já conheci. Não só por que ela me alimentou, mas pelo jeito meigo que ela falava.
        Claro que, nesse momento, ela se encontra bêbada, isso é óbvio mas disse caso não tenha notado. Alguns bêbados ganham características desagradáveis quando bebem, no caso de Kyujin, ela se tornava uma pessoa intrometida, e pude ver isso bem de perto...

— Como tem tanto certeza assim sobre os garotos? — senti que me arrependeria dessa pergunta

Ya, não pense que eu sou totalmente indiferente com as pessoas das quais eu me relaciono. Só digo que: os garotos nunca aguentam monotonia.

— O quê?

— Eles gostam do que é novo. Nishimura não vai continuar com alguém que não quer algo mais com ele. — meu cérebro parecia fritar por dentro, deixei a xícara de lado instantâneamente e comecei a abanar as mãos para que ela parasse de falar — Ele não vai ficar satisfeito só de beijar alguém ou passar a mão na cintura. Isso não é nada.

      Sabe a sensação que seu cérebro tenta negar todas as informações que acabara de ouvir? Essa é a minha situação agora. Tudo o que Kyujin disse, meu cérebro tentava assimilar como mentira.
       Riki não é assim. Ele gosta de mim pela minha personalidade. Isso seria futilidade... Todas as informações rodavam minha cabeça. Me levantava aos poucos do carpete, me apoiando no sofá para não cair ao mesmo tempo que encarava Kyujin com incredulidade.

— Afinal, como pode saber o que o Riki gosta ou não gosta em um relacionamento? — indaguei firme

— Por que Riki e eu já namoramos por alguns meses enquanto você havia perdido sua memória. — cai no sofá, juntamente com meu mundo que acabara desabar — Mas não pense o pior, não namoramos de verdade, mas Riki precisava de alguém que pudesse satisfaze-lo, e naquele momento esse "alguém" com certeza não era você, por isso digo...

— Entendo. — disse cortando sua frase antes mesmo de terminar — Pode me privar de quaisquer informações sobre vocês dois, por favor.

      Kyujin deu de ombros, pegando a garrafa de vinho pela metade e me dando um abraço longo e apartado, do qual não retribui da mesma forma.
       A mesma gritou que estava de saída, e que levava o vinho com ela, recebendo um "ok, vá com cuidado" de Riki que estava ocupado em outro cômodo.
       Não pude não ficar desconfiada de quaisquer diálogos entre eles dois a partir de agora. Tudo parecia tão suspeito aos meus olhos enciumados, e esse traço me irritava, pois no fundo não era uma pessoa ciumenta, mas descobrir que seu namorado provavelmente não se sente satisfeito com com você realmente te coloca em uma posição entre a cruz e a espada.

      Talvez tenha ficado parada de pé na sala por alguns minutos pensando o quão insuficiente era para Riki e esse relacionamento conturbado que minha mente tanto problematizava.
       Ouvi a voz de Riki, seguindo de sua risada e seu toque ao meu corpo.

        Os braços de Riki envolveram minha cintura por trás. Ele me virou para si, roubando um selinho rápido.
       Por mais que eu tentasse, as vozes da Kyujin conseguiam falar mais alto na minha cabeça.

— Aconteceu alguma coisa? Parece feliz demais — indaguei cruzando os braços, não conseguindo retribuir o mesmo toque de Riki

— Te ver me deixa feliz.

— Você sempre foi uma pessoa feliz.

— Mas você me faz mais feliz ainda. — outro selinho roubado

— Você me beija com mais frequência quando está feliz. — disse sínica

— E você parece gostar.

— Não responda as coisas por mim. — proferi tentando me soltar dos braços que se mantinham firmes na minha cintura — Apesar disso você continua sendo um chato insistente!

      Sei que minha implicância com Riki era tudo por causa da minha breve conversa com Kyujin.minha confiança foi abalada de tal forma que não conseguia me expressar em relação a isso. E isto, não necessariamente torna Riki culpado.

— Eu sou um chato, mas sou o chato que você ama — seus dedos passaram pela minha cintura, me trazendo para mais perto — Como posso retribuir esse amor?

      Me explicando sobre o seu passado com Kyujin, já seria uma ótima retribuição!
       Foi o que pensei, mas não disse.

— Não é como se você precisasse realmente me retribuir por isso. — a distância entre a curvatura do meu pescoço e seu rosto eram quase mínimas

      Um detalhe elucidativo entre nós: nada acontecerá ao menos que os dois queiram.
       Isso parece óbvio para alguns relacionamentos modernas, mas as vezes sentimos a tentação de quebrar essa linha, ou quase quebrar.

— Se quiser fechar os olhos agora, eu tomo conta de você — sua voz era suave de ouvir, a respiração seguia contra minha pele e, palavras não me tinham para responder

       Passei os dedos entre os fios de Riki, deixando claro à minha linguagem corporal que o sentimento era recíproco.
       Pensei que tivesse feito a coisa errada, mas ele retribuiu o beijo, e foi perfeito.
      Tão bom quanto o primeiro — melhor até — mas a sensação convidativa conseguiu tomar o segundo lugar das minhas preocupações. Algo que deveria ser prazeroso se tornou incômodo.

— O que? — Riki indaga, assim que peço para parar. Uma mão já subia pelo meu corpo, já a outra para a minha coxa, sentindo uma pulsação elétrica alí.

       A boca vermelho vivo. Os olhos de Riki já respondiam por ele, não queria que tivessemos parado no meio. Parecia desiludido.

— Riki — digo, com as mãos descendo por seus ombros — Podemos conversar sobre você e a Kyujin e, o que tiveram?

𝗖𝗮𝗻 𝗪𝗲 𝗧𝗮𝗹𝗸 𝗔𝗴𝗮𝗶𝗻 - 𝘯𝘪𝘬𝘪Where stories live. Discover now