Capitulo 19. Verdade, meu filho e o melhor pai do mundo.

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Musica do cap: Wanted You More - Lady Antebellum

Banner por: Renata Custodio

Beta: Taii

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Draco passava as mãos nos cabelos loiros de maneira frenética - em sinal de nervosismo. Astoria lhe deu um sorriso debochado e isso o afetou. A verdade era que Draco fora surpreendido por seu ex-esposa que se achou no direto de entrar em sua residência e confrontar-lhe. Já havia avisado milhões de vezes aos funcionários que não queria aquela mulher andando livremente por sua casa, mas não podia culpá-los; sabia por experiência própria o quanto Astoria podia ser ardilosa e manipuladora.

- Eu exijo que você pare com essa baboseira toda da Granger ser sua advogada! - Draco riu pelo nariz. Ela estava mesmo se achando no direito de entrar em sua e lhe cobrar algo?

- Não vou parar com baboseira nenhuma, Astoria! - Ele rebateu seco.

- Você vai se arrepender muito! - Ela o ameaçou.

- Eu já comecei a me arrepender no momento que aceitei casar com você.

Ela soltou um gritinho raivoso e piscou os olhos, encarando-o mortalmente.

- Você sabe que não deve brincar comigo, Draco. - Ele sabia que ela falava serio. Prova disso que as acusações que ela movia na justiça e que lhe custava muita dor de cabeça.

- Está avisando muito tarde. - Disse ele.

Ela sorriu maldosamente.

- Cadê o meu filho? - Indagou e ele sabia que ela tentaria usar seu filho contra si, todavia ele não queria que Scorpius sofresse ainda mais.

- Você não tem o direito de perturbar ainda mais meu filho, Astoria! - Ele elevou o tom de voz, mas ela não pareceu se abalar.

- Anda, vamos logo! - Ele sabia que isso era apenas a velha técnica de Astoria para tirar proveito de si. Mas antes de seus bens, vinha seu filho Scorpius.

- Anda, diz logo o quanto você quer. - Ele murmurou sentando-se na mesa e retirando da gaveta um talão de cheques.

- Que bom que não quer que eu incomode Scorpius! - Ela riu de lado e aquilo irritou Draco. Ela não tinha nenhuma compaixão pelo próprio filho. Ainda se assustava com a frieza da mulher.

- Incomodar-me com o que? - A voz de Scorpius se fez presente no escritório. O rapaz olhou do talão de cheques para Astoria. E a mulher soube que teria que agir.

- Ai, filhinho... - Astoria começou com voz melosa se aproximando do menino - Seu pai, ele não quer me deixar te ver! - Ela se aproximou do rapaz e ele recuou alguns passos.

Scorpius tinha os pensamentos tumultuados. A imagem de Rose não saía de seus pensamentos e a raiva de James e de si mesmo lhe consumia. Ouvira a voz da mãe e resolvera descer. Já estava cansado de tudo. E esse tudo com certeza a incluía.

(Coloque a musica a parti daqui)

- Você acha que eu sou idiota? - Ele começou e aquilo assustou tanto Draco quanto Astoria.

- M-mas o que está falando, filho? - Ela gaguejou.

- Você não pode mesmo me ver, mãe. - Ele começou.

- Exatamente, filho, seu pai. Ele não me deixa... - Foi interrompida por ele.

- Pode parar de cinismo! Você só liga para essa porcaria de dinheiro e sabe do que mais?

- Seu pai está te fazendo a cabeça meu filho - Ela tentou contornar a situação.

- Meu pai não precisou me dizer coisa nenhuma! - Ele gritou - Você pensa que eu não sei que você me vendeu? - Ele tinha lágrimas nos olhos, dizia tudo que lhe estava engasgado.

- Você não sabe o que está falando, Scorpius! - Ela rebateu.

- Eu sei sim, mãe! Sempre soube. Não foi difícil descobrir que você vendeu a porcaria da minha guarda. É isso que eu sou e sempre fui para você não é? Uma merda de uma fonte de renda!

- Scorpius... - Draco tentou intervir.

- Não, pai, não adianta tentar me proteger agora. Eu já criei ilusões demais. - Era difícil encarar a realidade.

- Eu ainda sou sua mãe e mereço respeito, Scorpius! - Ela exasperou.

- Meu respeito foi junto com o dinheiro que você extorquiu do meu pai. - Ele não gritava mais. Estava sério e chorava. - E pai, pode guardar esse talão de cheques, ela já ultrapassou o preço.

Astoria tinha a face contorcida de surpresa e desgosto.

- Scorpius, você não sabe de nada! - A verdade é que ela não sabia o que fazer. Sempre achou que tivesse o filho na palma da mão.

- Você não vai levar mais nada do que é nosso. - Draco finalizou a discussão.

- Acho que pode ir embora, mãe. - Scorpius murmurou deixando a sala, Draco o seguiu em silencio.

Eles subiram as escadas e entraram no quarto do rapaz. Ele encarou o pai nos olhos e recomeçou um choro sentido. Astoria era sua mãe no final de tudo, e aquilo machucava-o demais. Draco puxou o garoto para seu peito como fazia quando ele era menor e tinha um pesadelo.

Não se sabia quanto tempo passou até que Scorpius se acalmasse e Draco continuava ali por ele.

- Desde quando você sabe? - Draco quebrou o silencio.

- Há muito tempo, pai. - Foi o que o menor respondeu. - Por que não me disse que ela havia vendido minha guarda para o senhor? - Draco respirou fundo. Era difícil.

- Eu não te queria machucar - Ele suspirou.

- Eu sei que não. A culpa não é sua, pai. - Scorpius encarou o pai e lhe deu um abraço tentando lhe passar todo o amor.

- Você não devia passar por isso, Scorpius. É um garoto tão bom.

- Graças a você - Ele rebateu com um sorriso.

- É meu orgulho, sabia? - Ele perguntou encarando a face do único filho.

- Você também é o meu, pai. - Eles não precisavam falar, mas se viraram bem.

- Vamos pensar pelo lado positivo - Draco disse sorrindo bonito.

- Qual o lado positivo? - Ele perguntou com uma expressão que se suavizava aos poucos.

Draco retirou do bolso da calça um cheque. Estava assinado, mas ainda não tinha valor. Era o cheque que daria a ex-esposa.

- Acho que agora você pode comprar um carro novo, qual quer um! -Sentenciou balançando o cheque na frente de Scorpius.

O menino loiro abriu um sorriso gigantesco que contagiou o homem mais velho.

- Obrigado, pai! - Ele disse abraçando o homem apertado já tirando o cheque de suas mãos. - Você é o melhor pai do mundo!

- Melhor pai do mundo? - Ele repetiu sem tirar o sorriso do rosto. - Acho que isso soa bem!


Scorpius e Draco sorriram juntos. Scorpius trouxe o notebook para próximo do pai e ficou a mostrar o carro que pretendia comprar. Esquecera-se por um momento de Rose, de James, de Ástoria e curtiu a presença do pai. Por alguns instantes imaginou que tudo daria certo. E mesmo se não desse, Draco Malfoy estaria ali sempre por ele e isso é o que importava no momento.

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