Capítulo Doze: Têmis Se Sente Em Casa

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OS DIAS DE TÊMIS NA ALA HOSPITALAR foram bons, ela sempre recebia visitas de Remus, Ced, Theo, Rony e Hermione. Conversava com Harry durante horas, já que ambos ficaram sozinhos naquele lugar enorme. Ganhou também um monte de doces e presentes de alunos da escola, na maioria garotos.

Foi liberada dali uns 3 dias após o acidente no jogo de quadribol, mas Madame Pomfrey insistiu em manter Harry na ala hospitalar pelo resto do fim de semana. Ele não discutiu nem se queixou, mas não deixou jogarem no lixo os estilhaços de sua Nimbus 2000. Têmis achava que era uma atitude burra, Harry sabia que a vassoura não tinha conserto, mas o sentimento era mais forte que ele. Têmis o consolava sempre que possível.

Ela se sentia muito animada e ansiosa ao mesmo tempo, pois a festa de aniversário de Theo se aproximava e naquela festa enfim colocariam em prática o plano Dramis, já que na realidade, Têmis estava satisfeita com sua relação de amizade com Harry e não via necessidade de tentar juntar ele com ela dessa forma, mesmo chateando muito ver ele caidinho pela Cho Chang, então os três acharam melhor descobrir porque Têmis intriga tanto Draco Malfoy. Mas antes, ela precisava falar com seu pai sobre o assunto e aproveitou a deixa depois do jantar para conversar com ele sobre isso.

- P-pai - chamou a garota.

- Diga, querida. Quer alguma coisa? - disse Remus preocupado.

- N-não pai, é-é-é que... antes de tudo isso acontecer... - ela deu uma pausa e respirou fundo - Na verdade eu quero. Sabe o Theodore? O sonserino que sempre vem aqui me visitar? Ele me convidou para a festa de aniversario dele, que se eu não me engano, vai ser em dezembro... e eu queria saber se eu posso ir.

Remus pareceu ter tomado uma onda de choque indescritível, e parou pra analisar o quanto Têmis havia crescido. Para ele, ela ainda era aquela menininha doce que corria por todo canto. Como o tempo havia passado! E por um instante, Remus viu a si mesmo ali. Aquele garoto introvertido que tinha amigos pra lá de bagunceiros.

- Claro que sim, querida. - e então Têmis deu um soquinho no ar.

No dia seguinte, Têmis avisou para Ced e Theo que sua presença estaria confirmada na festa e depois de uma comemoração por sua ida, ela resolveu dar uma passada na Ala Hospitalar para ver Harry. Quando ela chegou lá, Potter estava tomando café.

- Bom dia, Hazz! - disse Têmis sorridente, Harry sorriu apenas ao vê-la.

- Bom dia, flor do dia. A que devo sua visita? - questionou Harry de forma cômica, Têmis riu mais ainda. Ela se sentia feliz demais perto dele.

- Nada, nada... Só queria saber se você está bem. - respondeu Lupin.

- Eu agradeço sua preocupação, Mis. - Harry disse com sinceridade.

E então eles passaram a conversar. Harry não contara a ninguém (exceto Têmis) dê que vira o Sinistro, nem a Rony nem a Hermione, porque sabia que o amigo entraria em pânico e a amiga caçoaria dele. O fato era, no entanto, que o Sinistro agora já aparecera duas vezes e ambas as aparições tinham sido seguidas por acidentes quase fatais; da primeira vez Harry quase fora atropelado pelo Nôitibus Andante; da segunda, levara uma queda da vassoura de quase quinze metros de altura.

Harry compartilhou sua angústia com Têmis e ela sempre se perguntava: será que o Sinistro ia atormentá-lo até a morte? Será que ele, Harry, ia passar o resto da vida olhando por cima do ombro à procura da fera?

Além disso havia os dementadores. Harry sentia mal-estar e humilhação toda vez que pensava neles. Todos diziam que os guardas eram medonhos, mas ninguém desmaiava sempre que se aproximava deles. Ninguém mais ouvia mentalmente os ecos da morte dos pais. Têmis entendia o lado dele, e até pensou em contar o que ela ouvira quando foi atacada por dementadores, mas Harry iria achar que ela é louca.

Voltando para as vozes de Harry, eles sabiam a quem pertencia a tal voz. Pois Potter disse que ouvira o que ela dizia, ouvira-a continuamente nas longas noites passadas na ala hospitalar quando ficava acordado, contemplando as listras que o luar formava no teto. Quando os dementadores se aproximavam, ele ouvia os últimos instantes de vida de sua mãe, sua tentativa de proteger o filho da sanha de Lorde Voldemort e a gargalhada do bruxo antes de matá-la... Harry dava breves cochilos, mergulhando em sonhos cheios de mãos podres e pegajosas e súplicas fossilizadas, acordando de repente para voltar a pensar na voz da mãe.

A situação dele era triste.

Para Harry, deve ter sido um alívio voltar à zoeira e à atividade da escola principal na segunda-feira, e ser forçado a pensar em outras coisas, ainda que tivesse de aturar a implicância de Draco Malfoy.

O garoto não cabia em si de alegria com a derrota da Grifinória. Retirara finalmente as bandagens e comemorava a circunstância de poder usar os dois braços novamente, fazendo espirituosas imitações de Harry caindo da vassoura. Malfoy passou a maior parte da aula seguinte de Poções, a que assistiram juntos na masmorra, fazendo imitações dos dementadores; quando Rony finalmente se descontrolou e atirou um enorme e gosmento coração de crocodilo em Malfoy, que o atingiu no rosto, o que fez Snape descontar cinquenta pontos da Grifinória. Têmis embasbacada, lançou em Malfoy um feitiço da perna presa durante a hora do almoço, enquanto ele passava andando na frente de todos no colégio, foi engraçado ver Malfoy caindo feito batata no chão.

- Se Snape vier dar aula de Defesa Contra as Artes das Trevas de novo, vou me mandar - anunciou Rony quando seguiam para a classe de Lupin depois do almoço. - Vê quem está lá, Mione.

A garota espiou pela porta da sala.

- Tudo bem!

O Prof. Lupin voltara ao trabalho. Sem dúvida tinha a aparência de quem estivera
doente. Suas vestes velhas estavam mais frouxas e havia olheiras escuras sob seus olhos; ainda assim, ele sorriu para os garotos que ocupavam seus lugares na classe e, em seguida, desataram a se queixar do comportamento de Snape na ausência de Lupin.

- Não é justo, ele estava só substituindo o senhor, por que passou dever de casa?

- Não sabemos nada de lobisomens...

- ... dois rolos de pergaminho!

- Vocês disseram ao Prof. Snape que ainda não estudamos lobisomens? - perguntou Lupin, franzindo ligeiramente a testa.

A balbúrdia tornou a encher a sala.

- Dissemos, mas ele respondeu que estávamos muito atrasados...

- ... ele não quis ouvir...

- ... dois rolos de pergaminho!

O Prof. Lupin sorriu ao ver a expressão indignada nos rostos dos alunos.

- Não se preocupem. Vou falar com o Prof. Snape. Não precisam fazer a redação.

- Ah, não! - exclamou Hermione, muito desapontada. - Já terminei a minha.

Tiveram uma aula muito gostosa. O Prof. Lupin trouxera uma caixa de vidro contendo um hinkypunk, uma criaturinha de uma perna só, que parecia feita de fiapos de fumaça, a aparência frágil e inofensiva.

- O hinkypunk atrai os viajantes para os brejos - informou o professor enquanto os garotos faziam anotações. - Vocês repararam na lanterna que ele traz pendurada na mão? Ele salta para a frente... a pessoa acompanha a luz... então...

A criatura fez um horrível barulho de sucção contra o vidro da caixa.

Quando a sineta tocou, todos guardaram o material e se dirigiram para a porta, Harry entre eles, mas...

- Espere um instante, Harry - chamou Lupin. - Gostaria de dar uma palavrinha com você.

Harry deu meia-volta e observou o professor cobrir a caixa do hinkypunk com um pano.

Têmis sabia exatamente do que se tratava aquela conversa. Dando privacidade aos dois, rumou até o Salão Principal e se sentou na mesa da Corvinal, aonde estavam Theo e Ced. Diggory estava abraçado com sua ficante, Cho Chang, enquanto Theo contava sobre os preparativos da "Festa do Balacubaco", como já dizia Ced.

Ela gostava muito da companhia dos três, e já considerava eles seus melhores amigos. Hogwarts já havia se tornado tão... recorrente? Não se sabe se essa palavra é a certa pra descrever o quanto Têmis se sentia em casa.

MONSTER, harry potter.Where stories live. Discover now