Consumidos.

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Vegas:

Mas que merda estava passando em minha cabeça quando desejei... Quando eu estava a ponto de... Não consigo formular a palavra em minha mente.

Ainda sinto uma necessidade pungente em fazer aquilo, olho para ele ali no chão, com uma expressão completamente chocada.

Pela minha visão periférica vejo Denver descer do carro que havia buzinado segundos atrás. Ele estava acompanhado de um outro cara, e vem em nossa direção com um enorme sorriso no rosto. Olhando de mim para Pete, de um modo bastante peculiar.

Não sou de me sentir constrangido facilmente, mas agora, sinto meu rosto esquentar e tudo que quero é entrar e fugir daquele olhar especulativo de Denver. Olho mais uma vez para Pete que se esforça para levantar, limpando a calça com a palma das mãos e seu semblante irritado.

- Idiota. - ele diz para mim. Talvez o fato de eu tê-lo soltado e depois nem fazer nenhuma menção de o ajudar a se levantar, tenha o deixado mais bravo comigo ainda. Mas foda-se.

Quanto menos contato eu tiver com ele novamente, melhor.

- Vegas? Por que não disse que viria? - Denver me abraça e sem me soltar fala para Pete. - Ou alguém já sabia?

- O que? - Pete pergunta, confuso. Será que ele não estava entendendo o caminho que a mente do meu irmão estava fazendo?

- Então... Não combinamos de nos encontrar hoje. E você está aqui... Vegas está aqui... - Denver continua, e se aproxima de Pete. - E olha só pra você. Está todo arrumado... - Denver coloca a mão na boca e da um gritinho chocado e animado ao mesmo tempo. - Eu sabia... Eu sempre desconfiei de vocês dois...

- Do que você está falando? - Pete começa a entender. Sempre soube que ele era lerdo. - Denver... Você está completamente enganado. Vegas e eu não...

Mas a expressão irritada de Pete muda automaticamente quando Denver se aproxima do cara que o acompanhava e vejo o rapaz colocar a mão na cintura dele. Merda ...

Meus olhos se fixam em Pete. Tristeza e decepção eram visíveis em seu rosto. Não sei como Denver não percebe, por que vejo meu irmão ainda sorrindo, dizer:

- Hoje é um dia muito especial. Eu adoro quando tudo se ajeita. E saber que vocês dois estão tão felizes quanto eu, me deixa mais feliz ainda. Vocês estão juntos oficialmente? Ou só... - ele olha para nós sugestivamente e entendo o que ele quer dizer. Pete também entende.

- Não ... - ele diz, sua voz fraquinha.

- Sim. - digo, e ele me olha chocado.

- Ahhhh... Meu gaydar nunca falha. - Denver parece realmente feliz. - Meu namorado que o diga. - ele diz, olhando apaixonadamente para o cara ao seu lado. - Son se achava o cara mais hetero da faculdade.

E os dois trocam um rápido selinho.

Sinto um instinto estranho de segurar a mão do Pete. E é isso que faço. Por algum motivo eu não gostava de ver seus olhos tão tristes. Ele desvia o olhar de Denver e do tal Son e encara nossas mãos juntas. Seu olhar sobe devagar e encontra o meu.

Sinto sua mão apertar a minha, entendendo meu gesto.

- Obrigado. - ele murmura tão baixinho que apenas eu escuto.










Pete:

O romance perfeito que eu criei na minha cabeça não existia.

Eu era um tremendo de um idiota. Meu coração estava afundado no estômago. Sinto uma enorme vontade de ir embora dessa casa, mas não queria que Denver se sentisse culpado pela minha tristeza, já que essa situação era apenas culpa minha.

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