O Combinado.

728 89 30
                                    

Vegas:

Minha respiração quente se mistura com a do Pete. Ainda dentro dele e com meus braços ao redor da sua cintura, tento voltar a terra.

Por algum motivo, quando ele delicadamente passa a mão em meus cabelos, retirando uma mecha que caia em meus olhos, sinto uma sensação esmagadora em meu peito.

Levanto minha cabeça e o olho. Sua boca rosada, inchada dos meus beijos ferozes, o fazem mais atraente ainda.

Sinto uma vontade enorme de voltar a beija-lo. Mas antes que eu tome a iniciativa, ele se remexe em meu colo, me tirando por completo de dentro dele e sentando ao meu lado, no banco.

Ele não me olha novamente e vejo apenas ele tentar colocar sua roupa desajeitado. O clima começa a ficar estranho e eu não sei o que fazer ou que dizer.

Nunca antes me senti inseguro depois de uma rodada de sexo. Mas era isso o que eu sentia agora. Pete estava com o semblante fechado, e isso começa a me irritar.

Retiro a camisinha e faço um nó, não sabendo onde colocá-la depois. Mas decidi por fim colocar no saco plástico que havia perto do câmbio. Espero que seja próprio para lixo.

Pego minha camisa e visto, ajeito o zíper da minha calça... O silêncio constrangedor era irritante.

Depois de se ajeitar, Pete abre a porta do carro e se senta na frente, no banco do motorista. Ainda atrás dele olho pra sua nuca e não sei o que fazer.

Quando nossos olhares se encontram pelo retrovisor, ele rapidamente desvia o olhar. Merda.

— Acho que você também não quer conversar sobre isso, não é? - pergunto por fim. E ele não responde, apenas vira o rosto pra janela do carro.

Abro a porta e saio. Decidido a ir embora sozinho.

Me afasto alguns passos, disposto a encontrar a porra de algum táxi nessa estrada um tanto quanto vazia.

— O que você está fazendo? - escuto a voz de Pete, o carro andando devagar ao meu lado. - Entre. Eu te levo pra casa.

— Não se sinta obrigado a ser educado comigo, só por que nós transamos. - digo ainda irritado.

— Seu irmão iria me matar se souber que eu te deixei aqui. - suas palavras me fazem parar e eu o encaro raivoso.

— Me tratar bem também não irá fazer com que Denver se apaixone por você. - O carro para e ele não diz nada.

— Eu não... - Pete, olha pra mim, sério. -  Apenas entre no maldito carro, Vegas.

Ficamos nos encarando por mais alguns segundos. Então entro no carro, fechando a porta com cuidado, tentando controlar meus ânimos. Não sei o que esse cara tem que me faz perder a calma por qualquer coisa.

Era até engraçado pensar que até uns dez minutos atrás eu estava dentro dele, e agora, minha vontade de manda-lo se foder era enorme.

— Se você quer falar sobre isso, vamos falar sobre isso. - ele diz do nada. E eu me viro para  o encarar surpreso.

— O que? - acho que não entendi ou escutei errado.

— É isso... Vamos conversar. - ele diz gesticulando a mão. Estamos de frente um para o outro agora. - A gente transou. Não precisamos fazer disso algo mais do que é... Somos adultos e ninguém foi forçado a nada, então...

— Você deixou acontecer por que eu me pareço com o Denver? - pergunto o cortando. Por que na minha opinião ele só estava falando bobagens.

— O que? Claro que não. - ele responde convicto e sinto um imenso alívio ao saber disso. - Você já deve estar cansado de saber que você e seu irmão são muito diferentes para mim.

INSACIÁVEIS Onde as histórias ganham vida. Descobre agora