INSACIÁVEIS

Incontrolável.

Pete:

Não movo um músculo sequer enquanto vejo Vegas se aproximar de mim. A raiva ainda muito presente em meus sentidos. Quero me aproximar dele e cobrar uma explicação de o por que ele estava aqui... Mas não consigo me mexer...

Então, apenas deixo que ele se aproxime passo a passo até estar diante de mim. Não posso dizer o que me faz estar tendo o tipo de pensamento que nubla minha mente nesse momento.

Apesar de não gostar de nada sobre ele, sinto meu corpo se recordar das sensações gostosas que foi ter as mãos e os lábios do Vegas sobre o meu corpo. Me sinto queimar por dentro. E sem que eu possa me controlar, me pego olhando fixamente para os lábios dele.

Não posso negar o quanto ele era bonito. Tão igual ao Denver, mas ao mesmo tempo tão diferente.

Os mesmos olhos, mas a intensidade do olhar do Vegas sempre foi intimidante para mim.

O mesmo formato dos lábios. Mas que causavam uma confusão totalmente descontrolada em minha mente. Enquanto os beijos suaves que Denver dava em meu rosto eram suaves e nunca nesses anos todos me causaram uma faísca sequer, ainda mais se comparado ao fogo do desejo que Vegas fazia se alastrar por meu corpo.

- Precisamos conversar. - ele diz. Fazendo com que eu volte a realidade. A lembrança dele abraçado a uma garota ainda fresca em minha mente me faz o fuzilar com meus olhos.

- Converse com a sua " amiguinha". - digo, passando rápido por ele e o deixando para trás. Me dirijo ao meu carro que estava estacionado debaixo de um enorme carvalho.

- Pete?... - enquanto caminho o mais rápido possível, escuto Vegas me chamar e sei que ele está me seguindo, mas aperto o passo. - Você quer parar por favor?

- Por favor? - respondo rindo, mas sem parar de andar. - Você sendo educado é uma raridade.

- Eu estou falando sério, Pete.

- Vai se fuder! - Grito irritado. Abrindo a porta do carro, querendo fugir o mais rápido possível.

Mas a mão dele fecha a porta novamente. E ele se coloca em minha frente, me deixando mais irritado ainda.

- Eu disse que precisamos conversar.

- Eu já disse que não precisamos...

- Você não pode simplesmente ignorar o que aconteceu entre a gente assim...

- Posso e vou. - digo firme e o encaro. - Eu não vou deixar você me usar como sempre usou todo mundo ao seu redor pra se sentir o maioral.

Emoções como raiva e confusão passam pelo rosto dele. Mas eu não me arrependo do que disse.

- Você está enganado. O único aqui que usa as pessoas é você. Me beijando pra suprir a necessidade de não se sentir trocado pelo Denver.

- O que? Eu não... - a raiva insana que sinto dele me faz querer soca-lo. - Foi você quem me beijou.

- E você não me impediu. - ele passa a mão pelos cabelos, deixando os fios revoltos, seu rosto sério e uma veia latejando em sua testa. Mas mesmo assim eu estava disposto a não ceder. A culpa era somente dele. - Pete, eu não sei como aquilo aconteceu... - sua voz diminui o tom e ele me olha com uma expressão confusa. - Eu não tive a intenção de te ofender e te usar como um modo de descobrir sobre minha sexualidade. Eu apenas... - ele deixa as palavras morrerem, como se nem ele mesmo se entendesse. - Merda, Pete!. Eu apenas quis te beijar.

Fiquei olhando para ele. Meu coração disparado, minha boca ficando seca. O silêncio se estendeu entre nós. Minha mente excluindo tudo o que se passava ao nosso redor.