01 | Corrompido

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  Izuna falhou. Era muito difícil se amar estando casado com Haruaki. Seu pai deu seu jeito, fingiu que eles haviam se casado, os fez juntar os trapos e fingir viver uma vida feliz. Izuna se perdeu. 

  Algumas semanas depois dos acontecimentos de tantos anos ele descobriu estar esperando um filho, enquanto seu pai anunciava para todo o clã que se casou em um suposto segredo, ele percebeu que realmente esperava um filho. Nenhuma rebeldia sua foi o suficiente para impedir o casamento, ele não teve opção alguma a não ser aceitar tudo que foi imposto. Deitar-se com Haruaki, deixá-lo enterrar sobre si, de bruços, com o rosto escondido sobre os travesseiros. Não era prazeroso, era até doloroso, invasivo. Aconteceram tantas vezes, mesmo quando a gravidez avançou e o falso esposo sabia que não era dele, ele fazia questão de machucá-lo. E mesmo que Izuna tivesse uma língua afiada, o outro Uchiha também sabia brigar, e não apenas verbalmente, e o ômega nunca foi como seu irmão, bom na luta física. Ele apenas abaixava a cabeça, totalmente a contragosto, mas ignorando tudo, pois ele não tinha outra opção. 

  Tudo parecia piorar, seu filho, um menino alfa, nasceu nada parecido consigo. Parecia um bebê bravo, seu irmão o apelidou de neném carrancudo. Olhos vermelhos, cabelo branco e nenhum traço parecido com o seu. Era tão óbvio que Maku era um bastardo que Haruaki virou uma piada para todo o clã. Izuna pagou pelos pecados, ah sim, ele pagou por cada um deles. 

  Agora com seus vinte anos, tendo um filho de quatro anos, ele estava sendo pressionado pelo esposo para engravidar novamente, mas desta vez de um filho seu, não de um estrangeiro qualquer. Haruaki é um homem estéril, Izuna já entendeu isso, mas o alfa continuava culpando-o como se ele já não tivesse colocado um filho saudável no mundo com uma única noite partilhada com outro alfa. Se ele não conseguia engravidar a culpa era de Haruaki, não de Izuna. 

  Felizmente o esposo parecia ocupado demais com os preparativos do casamento de Madara, visto que agora tinha poder no clã por ter se casado com o filho do líder. Depois de tantos anos procurando um Uchiha bom o suficiente para o filho, Tajima precisou utilizar da pureza de Madara — uma pureza que guardava um animal selvagem descontrolado e irritante — para acabar a guerra contra os Senju. Um clã rival que se tornava cada vez mais poderoso. Hashirama, o líder deles, aceitou a proposta de casamento com muitas condições, ótimas condições na verdade. Izuna ficou feliz de ver que o líder era muito mais sensato que seu pai, dizendo que não consumaria o casamento na noite caso ambos não se sentissem confortáveis e que a autonomia de Madara não seria tirada, logo ele disse silenciosamente que não morderia o noivo. 

  Izuna estava animado com a festança e também aliviado por seu irmão ter achado um noivo capaz de tratá-lo bem. Nos últimos anos Madara parecia cada vez mais perturbado, brigava muito com seu pai e com o cunhado, sempre tentando defender o irmão caçula, tirá-lo da situação que estava, mas nunca conseguindo. Hashirama era bom para ele, vindo visitá-lo e não encostando um único dedo, não falando uma palavra torta, apenas tentando ser seu amigo. Sem contar que ainda seria o líder do clã quando o pai morresse, Hashirama prometeu que quando necessário eles poderiam passar duas semanas no clã Uchiha, nesse meio tempo seu irmão seria o líder reserva. Se perguntava quem seria o líder reserva dos Uchiha quando o próprio Madara estivesse fora, mas infelizmente seu pai está bem vivo e isso parece que irá demorar a acontecer. 

  O tal irmão de Hashirama também o causava curiosidade já que ele não tinha um nome. Nunca escutou seu nome, sabia apenas que ele existia e estava viajando a muito tempo. 

  — Não importa, ele teve o que mereceu também — garantiu para o irmão. Madara olhou-o com as bochechas ardidas de ódio. Sim, Izuna estava com um trauma ocular, parte de seu rosto machucada e não parecia nem um pouco estonteante para um casamento. Mas quem se importa? Haruaki tinha um corte profundo no braço esquerdo feito com uma tesoura de cortar unha de crianças. Só um Deus superior sabe como o ômega conseguiu cortá-lo com isso, talvez fosse a força do seu ódio. — eu até aceito seus xingamentos e as vezes suas pancadas, mas não na frente de Maku, não na frente do meu filho. 

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