crotchety, new, loveable - billie eilish.

25.

Eu não conseguia focar em nada.
Estávamos assistindo um filme. Um filme de ação.

A única coisa que eu podia ver eram cores misturadas correndo sobre a tela.

Patético.

— Eu sei que sou lésbica e tudo mais, mas esse garoto é meio gostoso. — Billie diz aleatoriamente, mas eu nem me importo em olhar para o ator.

[...]

Lily June.

— Ela está namorando Jonathan Parker, ela é muito hétero, e provavelmente homofóbica.

— Mas ela sabe quem eu sou e sentou bem ao lado. Ela não pode ser homofóbica, ela foi aquela que começou a falar comigo. — Sua expressão de esperança é devastante.

— Eu sei, mas... por que ela? Eu achei que você não gostava dela.

— Não gostava. Mas talvez ela tenha mudado. Talvez ela parou de andar com essas pessoas e... Eu não sei

— Ela tem namorado.

— Você disse isso.

Não olhamos para a outra por um minuto. Eu não sei o que fizer e ela claramente não está emocionada com minha reação.

Pare de ser uma má amiga, afinal, era tudo o que você queria ser. Amiga dela.

[...]

— Você não está prestando atenção.

O filme não é tão animante quanto eu esperava ser, ou então eu só não estou no humor.

— Não gosto do enredo.

Ela vira e me encara.
— Você escolheu o filme.

— E eu com isso? É entediante.

Eu pego meu telefone e começo a rolar pela timeline do instagram.

— Você está estranha. — Ela desliga a TV e se aproxima de mim, olhando por cima de meu ombro.

— Eu sempre sou assim 

— Não é. Você está tão cinza agora.

Eu estou na verdade irritada, por culpa de Lily e sua existência.

Que porra tem de errado com você?

— Tô no tédio.

— Vamos fazer algo então. — Ela está sorrindo. Seus cabelo está assanhado e o moletom gigante que ela está vestindo cobre todo seu corpo, ela está brilhante. Mesmo assim, ela é linda, seus olhos azuis e curiosos estão mexendo com minha cabeça.

Se ao menos eu pudesse...

— Eu tenho uma idéia. — Eu digo de repente.

Esse é o único jeito que pode funcionar sem que eu acabe saindo como louca.

— Fala.

Eu tomo uma respiração funda antes de falar mais uma vez.
— Quer me beijar? — Eu escondo meu rosto em um travesseiro, como muita vergonha para olha-lá.

Eu nem acredito que disse algo assim

Ela começa a rir muito alto, o som faz meu coração afundar.
— Não ria de mim, idiota! Eu preciso de experiência.

— Onde você leu isso? Eu nunca estive em uma festa do pijama antes mas eu tenho certeza que não é algo que as pessoas fazem em uma.

— Eu não li... É minha ideia. Eu posso ter um crush em alguém também. A gente só pode aprender com isso, certo? — Eu temo que minha voz soe desesperada.

— Então você tá falando sério? — Sua expressão de choque não faz com que me afaste.

— Sim.

— Achei que você não gostasse de garotas. — Ela levanta uma sombrancelha.

— Eu não sou, é só um beijo, não é um grande problema. — Dou de ombros. Eu não poderia estar mais orgulhosa das minhas habilidades de atuação. Porquê não é só um beijo, não pra mim, pelo menos.

— Não sei sobre seu crush, mas eu não tenho chance com Lily. Você disse que ela tem um namorado.

Eu disse?

— E no que isso te impede de me beijar? — Eu desafio.
Ela parece genuinamente surpresa pela minha confiança repentina. Talvez um pouco desajeitada também.

— Por favor, não me diga que você tem um crush em mim. — Ela geme desconfiada.

Minha respiração falha, mas eu não perco minha postura.

— Não encha seu ego, arco-íris. Nem todos são vítimas do seu charme espetacular. — Eu rolo meus olhos.

— Tudo bem, contanto que ninguém saia machucado eu acho que podemos pegar um pouco mais de experiência.

Estamos realmente concordando em começar a se beijar casualmente?

— Você está se arrependendo, Keneston? — Ela desafia. — Ou pedindo permissão?

— Nenhum.

Ela sorri e casualmente rasteja até meu colo, se sentando alí e colocando seus dedos em meu pescoço.

— Então me beije. — Ela pede descaradamente.