Coffee.

1.7K 176 114
                                    

Dahyun's POV

Não hesitei em trancar o quarto rapidamente. Meu coração estava batendo na minha boca, me sentia como se pudesse desabar a qualquer momento.

Pensei em qual das meninas poderiam me ajudar, mas de pouco a pouco percebi que todas perceberiam a merda que fiz. Com certeza Mina, Tzuyu, Chae e Sana contariam para Nayeon, Jeongyeon ou Jihyo.

Apertei os dedos com força, sentindo que a crise de ansiedade estava cada vez mais próxima. Peguei o celular, rolando a pequena lista de contatos e clicando no chat da única pessoa que poderia me ajudar agora.

Eu: Preciso urgentemente de você.

Chamada não atendida às 20:33

Marília Segurança: pode dizer

Eu: Pode sair daí agora? E me levar à um lugar..

Marília Segurança: posso uai

Eu: Ótimo, vem aqui no meu quarto, mas sem ninguém ver.

Marília Segurança: quase 1,80 de altura, como vou fazer isso? melhor vir aqui fora que te levo

Eu: Vem logo e eu te explico!!!! Te pago um café.

Suspirei, torcendo internamente para a loira que agora era minha confidente aceitar me ajudar. Troquei a roupa, já agoniada. Em dez minutos eu já tinha desistido, e aceitei que teria a crise sozinha.

- Dahyun? - ouvi um sussurro audível até demais.

Corri para a porta, colocando-a para dentro e a fitando. Sua cara não era nada boa.

- Se eu perder meu emprego, a senhorita será a responsável. - disse, com seu sotaque carregado. - Como posso ajudar?

- Me leve à um café. - recebi um rosto confuso em resposta. - Eu sei, calma. Tem mais algo...

Estendi as mãos, com os curativos tortos e um sorriso amarelo.

- Machuquei enquanto tocava piano. Pode trocar pra mim?

Ela assentiu, fazendo o processo muito mais rápido que Momo. Agora sim, eu conseguiria esconder mais facilmente.

- Como entrou aqui sem que elas percebessem?

- Disse que você queria uma aula de tiro. - Não acreditei, rindo. Porém quando percebi o seu rosto com uma expressão séria, vi que era verdade. - Pare de me julgar. Você jogou o pepino nas minhas costas, não posso fazer muita coisa. Vamos logo!

Por um milagre, conseguimos sair sem ninguém nos ver. Entrei no carro, e em cinquenta minutos estávamos em uma cafeteria que eu nunca visitei. Quando saí do mesmo, respirei fundo, sentindo o cheiro de café misturado com a brisa leve da noite tranquila.

Me sentei na mesa, observando-a sentar na cadeira em minha frente.

"Garçom, traz um café preto pra mim e um café cremoso pra sapatão aqui". A ouvi dizer, mas não entendi nada. Deve ser uma cafeteria brasileira. Me atentei aos detalhes, observando as estantes e a decoração em cor escura. Haviam plantas do lado de fora, o que deixava o ambiente realmente muito areado e cheiroso.

Quando os cafés chegaram, fui fuzilada pelo seu olhar. Ela sabia que tinha um motivo de eu a chamar, e que pela minha cara não deveria ser tão bom.

- Certa vez você me disse que eu poderia contar com você, pra qualquer coisa..

- E sabe que sim, Dahyun. Qual a bomba da vez?

- E se hipoteticamente eu me apaixonasse... - ela ergueu a sobrancelha, me olhando com uma cara de "idai?" - pela minha colega de banda?

UNHOLY - DAHMODonde viven las historias. Descúbrelo ahora