Caroline, minha Caroline

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*Só queria dizer o quanto amo quando vocês comentam e dizem que gostam da história. Fiquei preocupada em achar que estava muito massante. Aproveitem o novo capítulo. As coisas estão ficando melhores 😘*

 ***

 
– Pode me contar o que aconteceu no funeral? Mandei flores com um cartão e Caroline as viu, mas não sabia por que eu tinha enviado.

– Eu soube. Vi as gardênias e Bruninho  me disse que eram suas, mas o cartão sumiu antes que eu tivesse uma oportunidade de explicar para Caroline. Eu estava arrasada. Meus irmãos estavam brigando e tentei mantê-los separados antes que alguém acabasse sendo jogado pela janela. Ou contra a mesinha de centro. –Rosamaria pensou em vidro estilhaçado e sangue num carpete branco e estremeceu.

– Por que eles estão sempre brigando? – Pri suspirou.

– Não era assim antes. Caroline mudou depois que foi para Harvard... – A voz dela foi sumindo aos poucos, misteriosamente. Rosamaria não se sentiu à vontade para pressioná-la, então continuou calada.

– Como você sabe, Caroline ficou anos sem voltar para casa depois da briga com Bruninho  e, quando começou a ir lá de novo, ficava poucos dias. Insistia em dormir num hotel, o que deixava mamãe de coração partido. Bruninho  não deixava Caroline esquecer as coisas que ela tinha feito mamãe passar. – Pri comeu outra trufa, pensativa. – Bruninho  admirava Caroline. Ficou muito magoado quando as coisas entre eles desandaram. Hoje em dia, mal se falam e, quando se falam... – Ela estremeceu. – Não sei o que teria sido de mim sem Leonard. Provavelmente teria fugido, e para nunca mais voltar.

– Uma família problemática é melhor que não ter família – disse Rosamaria com brandura. Pri pareceu ficar triste.

– Bem, é isso que somos agora. Nós éramos a família Daroit... agora, somos uma família problemática. Uma mãe morta, um pai devastado pelo sofrimento, uma ovelha negra detemperamento explosivo e um irmão cabeça-dura chamado Bruninho . E eu.

– Bruninho  tem namorada?

– Ele estava saindo com uma mulher do trabalho, mas eles terminaram pouco antes de mamãe ficar doente.

– Sinto muito.– Pri suspirou.

– Depois que mamãe morreu, tudo virou um caos. Papai está falando em se aposentar e vender a casa. Quer se mudar para a San Diego para ficar mais perto de mim e de Bruninho . Quando perguntou a Caroline se ela se importava que a casa fosse vendida, minha irmã surtou e se embrenhou no bosque. Só voltamos a vê-la horas depois.– Rosamaria respirou fundo e começou a mexer na bolsa nova.

Pri pôs a xícara sobre a mesa de carteado e foi ao banheiro, por isso não notou que alguma coisa que dissera havia perturbado profundamente a amiga. Quando ela voltou, Rosamaria já havia se acalmado, graças a um esforço considerável, e estava despejando mais água quente no bule de chá. Pri fitou a amiga com um olhar preocupado.

– Quando irão mudar para, San Diego?

– Antes do casamento. Leonard já tem uma casa em vista e Bruninho  logo será promovido, por isso terá que morar por lá.

– Fico feliz que seu pai queira ficar mais próximo de vocês. – Pri sorriu, mas logo um olhar sério tomou conta de sua expressão.

De volta ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora