É uma honra ter sido a sua primeira

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Caroline Gattaz estava sentada na cama, nua, lendo o jornal florentino La Nazione. Havia acordado cedo na cobertura Palazzo Vecchio do Gallery Hotel Art e pedira o serviço de quarto, mas não conseguiu resistir à tentação de voltar para a cama e ficar observando sua amada dormir. Rosamaria  estava deitada de lado, virada para ela, respirando de modo suave. Um diamante brilhava em sua orelha, suas faces estavam rosadas por causa do calor. O sol entrava pelas janelas panorâmicas, iluminando a cama. As cobertas, deliciosamente amarrotadas, recendiam a sexo e sândalo. Seus olhos brilharam, explorando-a sem pressa, a pele exposta, os cabelos longos e loiros. Quando tornou a voltar sua atenção para o jornal, ela se mexeu um pouco e gemeu. Preocupada, Caroline atirou o jornal de lado. Rosamaria  puxou os joelhos para junto do peito, enroscando-se na cama. Murmúrios escaparam de seus lábios e Caroline se inclinou para mais perto, tentando decifrar o que ela dizia. Mas não conseguiu. De repente, seu corpo se contorceu e ela deu um grito de cortar o coração. Seus braços se debateram, lutando com o lençol que a cobria.

– Rosamaria ?

Gattaz pousou de leve a mão sobre seu ombro nu, mas ela se encolheu ao toque. Começou a balbuciar o nome dela repetidamente, o tom de voz cada vez mais apavorado.

– Rosamaria , estou aqui – diss elevando a voz.

No instante em que tornou a estender a mão para tocá-la, ela se sentou na cama com as costas eretas, ofegante.

– Você está bem?

Caroline se aproximou, resistindo ao impulso de tocá-la. Ela respirava com dificuldade e, sob o olhar vigilante dela, cobriu os olhos com a mão trêmula.

– Amor? – Após um longo minuto de tensão, ela a encarou de olhos arregalados. Caroline fechou a cara. – O que houve? – Ela engoliu em seco.

– Um pesadelo.

– Sobre o quê?

– Eu estava no bosque atrás da casa dos seus pais. – As sobrancelhas de Caroline se uniram atrás dos óculos de armação preta.

– Por que você sonharia com isso?

Montibeller  respirou fundo, cobrindo os seios com o lençol e levando-o até o queixo. A coberta, volumosa e branca, engoliu suas formas delicadas antes de ondular como uma nuvem por sobre o colchão. Aos olhos de Caroline, ela parecia uma estátua ateniense. Ela correu os dedos com carinho por sua pele.

– Rosamaria , fale comigo. – Ela se contorceu sob o seu olhar penetrante, mas Gattaz se recusou a soltá-la.

– O sonho começou muito bonito. Nós fizemos amor à luz das estrelas e eu adormeci em seus braços. Mas, quando acordei, você tinha sumido.

– Está me dizendo que sonhou que fiz amor com você e depois a abandonei? – A voz dela ficou mais fria para disfarçar seu desconforto.

– Eu já acordei no pomar sem você antes – disse a meia voz, em tom de censura.

O fogo de Caroline se apagou na mesma hora. Ela pensou naquela noite magica alguns anos antes, quando elas se conheceram e apenas conversaram e ficaram abraçadas. Ela havia acordado na manhã seguinte e fora embora, deixando sozinha uma adolescente adormecida. A ansiedade dela era compreensível e até comovente. Um a um, Caroline abriu e beijou os dedos cerrados dela, arrependida.

– Eu amo você, Rosamaria . Não vou abandoná-la. Você sabe disso, não sabe?

– Doeria muito mais perder você agora.

Franzindo a testa, ela passou um braço em volta dela, pressionando seu rosto contra o peito. Uma enxurrada de lembranças lhe invadiu a mente enquanto pensava nos acontecimentos da noite anterior. Tinha visto Rosamaria  nua pela primeira vez e a iniciara nas intimidades do sexo. Rosamaria  compartilhara sua inocência com ela, que acreditava tê-la feito feliz. Sem dúvida havia sido uma das melhores noites da sua vida. Ela refletiu sobre isso por alguns instantes.

De volta ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora