A quebra da muralha Maria

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"E foi ali que vi que eu era fraca demais para continuar."

Flower ser lembrava fortemente da reação de Grisha, um misto de apreensão e medo, mas ele não pensou duas vezes antes de a colocar na casa dele e simplismente dizer, como se fosse a coisa mais normal do mundo, que a garota não precisaria ter medo, que por algum tempo, eles estariam a salvo de Marley. E até lá, ele já teria pensado no que se fazer. Aquilo foi a três anos atrás. Estava a andar de volta para casa, já que terminara de resolver alguns problemas que Carla, esposa de Grisha, gentilmente pediu para que resolvesse. Os "exploradores", pessoas que a garota denominou de "burras" haviam voltado novamente, e ela observou do telhado de uma casa seus semblantes tristes e dolorosos.

Mais mortes e nenhum resultado. Era sempre assim. Era tão difícil supor que talvez toda a humanidade de que eles falavam, não estava dentro das muralhas e que lá fora poderia haver mais? Ou então o Mar envolta da ilha de Paradis? Eles nunca foram longe o suficiente para saber. Por isso ela os chamava de pessoas burras, pareciam ter medo de pensar. Voltou para casa antes de Mikasa e Eren, que tinham ido buscar lenha e começaram o almoço pacificamente, mas isso foi apenas o começo. Mikasa tinha dito algo que com certeza Eren não a tinha permitido. Seu sonho de fazer parte da guarda de exploração, as pessoas burras na qual Flower teoricamente odiava.

Mas a de cabelos grisalhos não estava prestando tanta atenção a aquilo, não quando sabia que eles chegariam. Ah sim, eles viriam. A única coisa que a interessou ali, foi Grisha dizer que quando voltasse de viajem, contaria toda a verdade para Eren, seu filho. Ele olhou para Flower, como se aquelas palavras também valessem para ela, já que quando chegou, ele não a deixou ler o caderno que sua irmã deixou para ela, então o que sabia sobre Marley era limitado. Tudo que estava ali era pesado demais para uma garotinha que na época só tinha nove anos. Aquilo fez todos os seus sentidos entrarem em alerta. Não, ele não estava falando em deixar seu próprio filho o comer também, estava? Quanto mais Flower observava as decisões de receptáculos de Titãs, menos ela queria entendê-los. Sua irmã e Grisha com certeza pensavam mais nos outros do que em sí mesmos.

Então Grisha Yeager se foi, já que teria que pegar uma balsa até uma cidade mais afundo dentro da segunda muralha, Rose. Ele acenou para Flower, que fez o mesmo animadamente enquanto se apoiava em Eren o desejando boa sorte junto ao garoto, que fazia o mesmo segurando em seu braço para que a garota não se desequilíbrasse e acabasse derrubando os dois no chão. Mas a discussão havia começado de novo entre o garoto e sua mãe, tudo por conta da tropa de exploração. Ela balançou negativamente a cabeça e entrou para dentro para terminar sua refeição

- esse garoto não toma jeito... - Carla falou se sentando a mesa novamente, apoiando a cabeça nas mãos que estavam sendo apoiadas pelos cotovelos postos na mesa. A Lynch apenas riu, levantando da mesa

- ah Carla, não seja tão extrema, Eren tem a mim e a Mikasa, eu não deixaria que ele fosse lá para fora nem que o matassem - ela foi até a pia colocando o seu prato e logo em seguida indo buscar o restante que estava na mesa

- não fale isso nem brincando, mocinha! - a mulher repreendeu rindo logo em seguida. Ela se levantou ajudando a menina
- tenho medo de que ele vá e não volte

- ele é forte o suficiente para voltar. - Flower fala - mas eu entendo sua angústia, acontece que ele quer ver o que tem lá fora, e se assim quiser, ele verá, de um jeito ou de outro - a menina comenta terminando de colocar a louça na pia e começa a lavar - bem, não se preocupe, vou me certificar que aquele desmiolado fique vivo até morrer de velhice, eu prometo - ela fala levantando o mindinho coberto por espuma

Carla ri por isso, mas não hesita em passar seu mindinho pelo da garota, fazendo um juramento do dedinho. As duas continuam a conversar animadamente entre sí sobre qualquer coisa que lhes rendesse assunto. A Lynch achava divertido esses momentos com a Yeager, e tinha um carinho enorme por ela, mas tudo foi-se em vão quando repentinamente a casa foi atingida por algo, e então, tudo desmoronou, destroços, medo. Um dos destroços de algo acabou atingindo a menina, o que a fez ser jogada um pouco mais longe e bater a cabeça na parede feita de pedra. As lembranças distorcidas, os pesadelos voltando, a única a restar ali. Era isso que sabia, apenas isso. Seu mundo apagou, do que se lembrava? Nada.

A Titã Óssea Donde viven las historias. Descúbrelo ahora