A Titã Óssea

um recomeço

— eu vi, eu vi o Titã — Eren falou para a roda de pessoas que estavam ao redor dele na hora do jantar para ouvir seu relato. Flower comia sua sopa quieta ao lado dele já que quando viera se sentar, as mesas estavam cheias, então teve que ficar ali aguentando aquela puxação de saco

— você viu mesmo? — uma das pessoas pergunta em meio a rodinha e Eren acena um sim com a cabeça

— e qual era o tamanho dele? — outra pergunta

— ele é mais alto do que a muralha — o menino explica

— mas como assim? Eu ouvi falar que ele saltou por cima da muralha

— é, eu também!

— na minha vila também

— não, ele não era tão grande assim — o garoto fala já um pouco nervoso com toda aquela atenção dada a ele

— e que cara ele tem? — agora é a vez de uma garota perguntar

— ele tinha uma boca gigante, e quase não tinha pele

— e o Titã de armadura que quebrou a muralha Maria?

— as pessoas contam essa história, mas pra mim ele não era diferente do normal — Flower para de comer ao ouvir aquilo e olha para Eren incrédula. Não era tão diferente dos outros? O que merda ele estava falando?

— e.. o que você quer dizer com normal? — um deles perguntou

Eren parou bruscamente de comer, como se estivesse lembrando de algo. Flower observou, tendo em mente do que ele estava a lembrar. A morte de Carla. A colher caiu dentro do seu prato e ele colocou a mão tampando os lábios, com um olhar assustado. Aquelas lembranças deixaram marcas, com certeza.

— gente, já chega de tanta pergunta, com certeza tem coisas que ele não quer lembrar— o garoto de sardas, alertou

— desculpa, por ter perguntado — fala um menino não muito alto e meio careca, cujo Lowi lembrava vagamente de que seu nome era Connie

— tudo bem! — Eren exclamou com uma voz grave enquanto mordia bruscamente seu pedaço de pão — aqueles Titãs nem são grande coisa. Quando a gente souber usar nosso dispositivos de manobra tridimensional, eles não vão dar nem pro cheiro, finalmente vamos poder treinar como soldados. Eu fiquei emocionado, só isso. Eu vou pra divisão de reconh-

— cala a boca. — a garota o cortou, fazendo Eren olhar para ela — você tá parecendo gado dentro do curral achando que consegue escapar dessa merda. — ela suspirou olhando para o grupo ao redor deles, buscando paciência do fundo da sua mente pra continuar. — o titã que invadiu Shiganshina tinha em torno de 60 metros. É como se estivesse em um muro e desse para espiar do outro lado, levando em consideração o tamanho da muralha, é assutador. Já o Titã de armadura que quebrou a muralha só no empurrão, nem as balas de canhão arranhavam ele. — ela olhou para Eren novamente — acha que isso é o que? Um jogo de amarelinha? Antes que perceba, eles já teriam te matado. Você não é Deus, e muito menos da tropa de exploração. Então Eren, me diz, o que você quer fazer? — ela o olhou fixadamente, esperando uma resposta

— eu quero entrar pra divisão de reconhecimento e matar os Titãs — o olhar  de Flower ficou mais tenso ainda ao ouvir tal coisa — ou, morrer tentando. — naquele momento, um sorriso apareceu nos lábios dela

— ainda bem, achei que ia entrar pra tropa de exploração com um fracote — ela brincou, o que resultou em uma leve cotovelada de Eren, fazendo os dois rirem

Apartir dali, ouve uma breve confusão entre Eren e Jean, um dos recrutas que queria ir para a divisão de guarda real. A Lynch apenas revirou os olhos e esperou aquela briga acabar, o que aconteceu sem muitos esforços.
No dia sequinte foi o teste decisivo para saber quem ia e quem ficava como aspirantes a, seja tropa de exploração, tropa de guarnição ou guarda real. E então foi a vez de Flower, achou que seria difícil, mas foi como estar em um balanço, a garota ria puxando-se pra lá e pra cá enquanto esperava à avaliarem. Chegou a vez de Eren, e de cara, ele não conseguiu. Mesmo tentando, ele não parecia apto a passar no teste. A tarde chegou calorosamente e Eren também, junto a Mikasa e Armin. Ele estava com a testa sangrando, Flower foi até ele levantando os fios pegajosos de sangue do menino e olhando o machucado aberto