01- As pragas de Berk

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"Fúria da Noite! Abaixem-se!"







Essa é Berk, fica a doze dias ao norte de desânimo e alguns graus ao sul de morrendo de frio. Ela é enraizada no meridiano da tristeza. Existe há sete gerações, mas todas as casas são novas. Em uma palavra: sólida.

Não se tratava apenas da aldeia em si, mas as pessoas não eram muito diferentes das rochas cobertas de gelo — assim como toda a aldeia cerca de quase 9 meses por ano — espalhas ao redor.

Em Berk se tem pesca, caça e um pôr—do—sol encantador, mas a rigidez de seu povo podia ser facilmente perdoada quando se analisada a habitual situação dos aldeões. Por isso, Louis não os culpava, não quando entendia que para enfrentar as pragas de sua terra natal, as pessoas não poderiam ser moldadas diferentes daquela aldeia pedregosa rodeada pelas ondas violentas do mar.

Em seus livros fictícios – aqueles que vikings aspirantes a poetas costumavam carregar sob o braço até estarem frente à dúzias de crianças que amavam ouvi—los falar sobre duendes e trolls – cidades lindas e quentes eram habitadas por cidadãos cujo a única preocupação era manter a casa limpa e livre de insetos e roedores. Em Berk, os habitantes se preocupavam em manter o estoque de inverno cheio, além, é claro, de impedir que as pragas dali o obtivessem para consumo próprio.

Junto de suas vidas, vale ressaltar.

— Louis! — Gritou o velho Bocão balançando uma espada em mãos enquanto chutava com força a porta que, anteriormente, o separava do garoto magricela. — Estamos sobre ataque! Preciso de você na oficina, agora!

O homem mal terminou de gritar e já corria porta à fora enquanto Louis sorria grande, finalmente ouvindo as explosões do lado de fora da janela, o que explicava a sensação de tremor que o despertava aos poucos de seu sono, é claro, antes de Bocão garantir que ele estivesse acordado por completo com um único grito. Ele saltou para fora de sua cama e correu até a outra extremidade do quarto, onde um lençol escuro de couro escondia um volume de tamanho considerável sobre uma estrutura de madeira e rodas.

Louis puxou o aparelho amadeirado e deslizante para fora do quarto com certa dificuldade, praguejando enquanto o jogava pelas escadas de madeira lapidada, visto que com seus braços desprovidos de músculos ele jamais conseguiria simplesmente o levar para baixo de outra forma senão essa.

— Louis! — Ouviu o urro do homem já fora de casa pouco antes de uma nova explosão estrondar mais ao alto, seguida por gritos e histeria. Louis reajustou o objeto pesado no lugar, certificando-se que ele estivesse bem coberto antes de saltar e puxa-lo para fora.

Pessoas corriam de um lado para o outro, várias tentando apagar o fogo espalhado em diversas direções ao centro de Berk, enquanto outras se contentavam com a infeliz responsabilidade de lidar diretamente com as pragas que podiam ser vistas por todos os lados.

O garoto podia avistar ao longe o homem correndo, adentrando a oficina e abrindo as portas por onde ele lançava armas para os guerreiros, que já corriam em seu objetivo de busca-las.

Alguém o empurrou com força, o protegendo de um disparo perigoso de fogo que passou queimando acima de sua cabeça, o impacto com o corpo alheio fez com que o garoto gritasse ao se chocar contra o chão como se seu corpo fosse feito a partir da resistência da gosma de uma lesma.

— O que esse garoto 'tá fazendo aqui fora? — Alguém gritou atrás de si, dando início a uma série de gritos claramente direcionados a si, cada um vindo de uma pessoa diferente.

— Vai já 'pra dentro!

— Não saia da oficina garoto!

— Louis! Não saia da oficina!

Como Treinar Seu Dragão - LarryWhere stories live. Discover now