Meu doce anjo caído [FAMÍLIA BELLEROSE]🥀

Capítulo Quinze🥀

● Daphne Martin ●

Confusão. Exaustão. Receio. Tristeza. Esses eram alguns dos sentimentos que eu sentia com mais intensidade nesse momento.

Olhando pro teto da enfermaria, minha situação se igualava a estar diante a um abismo, onde eu tinha apenas duas escolhas. Pular e cair em um rio com grandes probabilidades de morrer afogada, porém, com chances de chegar à superfície, e logo depois seguir o meu caminho rumo ao desconhecido. Ou desistir e apenas dar um passo para trás, assim, me mantendo viva, porém, continuando a mesmíssima vida entediante e não descobrindo nada.

Eu me sentia assim diante a minha chance de fugir desse hospital com Damon e enfrentar a vida lá fora ao lado de um assassino, ou recusar a ajuda e passar minha vida inteira presa aqui. A escolha parece ridícula de fácil, mas quanto mais eu pensava sobre, mais encurralada eu ficava.

- Daphne? - Desperto dos meus pensamentos com a voz baixa de Delilah.

Olho em sua direção, e não sei o que pensar. Delilah é irmã de Damon, sendo assim, uma cúmplice dele e uma assassina também.

- Podemos conversar? - Pergunta enquanto tranca a porta da enfermaria, e depois se senta na maca. Apenas assenti, me sentando e ajeitando a minha postura, esperando-a continuar. - Damon te contou tudo? Sobre nós e a nossa família? Sobre o nosso plano?

- Sim. - Suspiro fundo, e ela balança a cabeça e olhando para baixo, sua boca abria e fechava várias vezes, como se quisesse iniciar uma conversa, mas parecia não saber como. - Conte-me a sua versão, Lilah.

Ela me olha, e dá um sorriso pequeno, esfregando as mãos algumas vezes em sinal de nervosismo.

- Quando eu conheci Sunny, eu me encantei de primeira. Ela tinha se machucado e teve que vir para a enfermaria para que eu pudesse ajudá-la. De início ela ficou tímida comigo, mas depois de alguns dias, eu fui conquistando a confiança dela. Eu a visitava no horário do jardim, depois comecei a ler histórias para ela, e quando percebi, Sunny tinha se tornado alguém especial para mim.

- Como ela reagiu quando contaram a verdade sobre vocês?

- Ficou assustada, sem reação e confusa. Mas depois que explicamos pacientemente para ela que não iríamos machucá-la, contamos sobre tirá-la desse hospital, e então ela começou a compreender um pouco mais.

- Ela era muito especial para você, não é?

- Ainda é. Para mim, Sunny nunca vai deixar de ser a minha princesinha, ela vai viver nas minhas memórias para sempre. - Sorri fraco. Era realmente muito bonito como Delilah falava sobre Sunny, com tanto carinho. - Você também é especial para mim, Daphne.

- Por que estão se arriscando tanto? Me contando sobre vocês, sobre os seus planos, os segredos da sua família. Eu realmente valo tanto a pena?

Mesmo que eu tivesse uma grande consideração tanto por Delilah, quanto por Damon, eu realmente não entendia o porquê de eles estarem insistindo tanto para me ajudar.

- Claro que vale, Daphne! - Exclama enquanto se aproxima, pegando nas minhas mãos. - Eu quero te ajudar, porque quero cuidar de você, eu quero que você volte a ser tratada com carinho, eu quero que você volte a conviver na sociedade, que tenha emoções, felicidades, sonhos na sua vida.

- Mas o que vocês fazem me assusta. Como vocês conseguem? Como conseguem dormir à noite pensando que vocês já mancharam suas mãos com sangue de outras pessoas. - Falo e seguro as lágrimas.

- Você se refere a estupradores, pedófilos, traficantes de crianças e mulheres, pessoas que matam sem dó nem piedade gente de família, pessoas humildes. São esses tipos de pessoas que somos contratados para matar, Daphne. - Delilah dizia de um modo sério, mas sua voz estava mansa, soava calma e suave.