Issues | Vegaspete

Pouring Rain

Vegas

Que porra ele acabou de me dizer? Ninguém, nunca, neste mundo, tentou flertar comigo, nem sequer sorriu para mim duas vezes.

Este homem ao meu lado está matando cada centímetro da minha paciência e o pior é que nem sei como me livrar dele. Acelerei o carro e já estávamos fora da cidade, Victor me disse para levá-lo ao laboratório e foi uma longa e tranquila jornada.

A chuva começou a cair torrencialmente e a estrada ficou longa e vazia, não havia nem iluminação em alguns lugares.

Eram quase 9h30 no meu relógio, o tempo passou e eu não ouvi nenhum zumbido do meu lado, então tive que olhar para aquele idiota.

Não sei por que, mas não consegui desviar o olhar dele, ele estava dormindo, seu rosto ferido estava voltado para o meu lado e mesmo em uma posição desconfortável, ele dormia pacificamente, descobri que seus cílios eram um pouco longos e seus lábios vermelhos, na verdade, o canto esquerdo estava um pouco vermelho escuro devido ao meu soco anterior, ele é mesmo um audacioso, mas dorme como um anjo.

De repente, uma lanterna chamou minha atenção e eu virei abruptamente o volante, carro saiu daquela estrada e eu perdi o controle, com um estrondo, o carro bateu em uma árvore, o airbag saltou e esmagou a mim e a ele.

Eu ouvi o grito chocado de Pete do meu lado, minha cabeça estava girando como o inferno e demorei mais alguns minutos para voltar à realidade.

"Vegas, Vegas, você está bem?"

Tentei tirar o airbag, mas não consegui, procurei dentro da minha jaqueta e agarrei minha faca para apunhalar o airbag, finalmente respiramos normalmente.

Verifiquei minhas pernas e graças a Deus meu corpo inteiro estava seguro, olhei para o agente e o vi olhando para baixo, segui seu olhar e encontrei seus pulsos sangrando um pouco.

Foi por causa das algemas e do acidente repentino? Não sei o que devo fazer. Deveria ignorar? Ou... devo...

"Achei que você fosse um bom piloto, mas Arm é o melhor, ele nunca me colocou em um cena como esta."

Eu definitivamente deveria ignorar, olhei para ele com meus olhos frios, ninguém nunca me isolou assim.

"A propósito, você dormiu enquanto dirigia? Que cara pouco profissional." ele riu sarcasticamente.

"Não foi minha culpa, foi..." sua culpa, você estava parecendo um anjo bebê e eu me distraí com isso.

"Vamos... de quem foi?" ele me empurrou.

Cerrei meus dentes e ele sorriu para mim, ignorei, tentei ligar o carro, mas foi inútil, peguei meu telefone e disquei para Victor, mas não consegui ouvir nada além de 'beeb'.

Olhei para minha tela novamente, não havia cobertura de rede e xinguei em voz alta.

"Sem rede?" ele perguntou.

Suspirei antes de tentar abrir a porta do carro, estava um pouco presa, então tive que empurrar com força para abrir, não me importei, fechei a porta e chutei com mais força quando saí.

"Você está me deixando aqui sozinho?" ele fez beicinho para mim.

"Quer calar a boca um pouco?" gritei com ele.

Ele me mostrou seus dentes novamente.

"Eu já te disse... eu não posso, a menos que você..."

"Foda-se." gritei novamente.

"Não faça promessas, baby. " ele sorriu novamente.

Eu estava queimando como o inferno, a chuva torrencial não fez nada para me refrescar.