CAPÍTULO 40

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Lisa pov's on.

Rosé então deu partida no carro, deixando a frente do prédio de Mina e, fazendo com que naquele momento me desse muita vontade de chorar.

Passei pela recepção do prédio e subi até o andar da casa da japonesa. Ao chegar, toquei a campainha e Mina abriu a porta logo em seguida, enquanto segurava seu notebook.

— Pensei que demoraria mais para chegar. — Ela disse enquanto dava espaço para que eu passasse. — De onde surgiu essa mala?

— Fui até minha casa pegar uma roupas.

— E como você voltou?

— Rosé me trouxe.

— Entendi. — Se sentou no sofá.

— Você sabia que Rosé está grávida?

— Sim.

— Como que você sabia?

— Muita gente sabia disso, Lisa, tanto que no dia que a Rosé descobriu tudo, ela saiu correndo pro banheiro pra vomitar.

— Nossa. — Voltei a me sentir mal. — Eu disse a ela que eu a amo.

— E como ela reagiu?

— Acho que ela não sentiu firmeza, mas disse que me amava e queria tempo pra pensar.

— Menos mal, você ainda tem uma chance.

— É... eu vou tomar um banho, ok? Estou cansada.

— Não vai comer?

— Eu estou sem fome.

— Ok, qualquer coisa, eu vou estar no meu quarto.

— Ta.

Mina foi para o seu quarto e eu fui até o banheiro, tomei uma ducha quente e pensei sobre o dia de hoje, tanto sobre Rosé dizer que ainda tinha sentimentos por mim, tanto por saber que seria mãe.

Isso fui um chute na minha cara, eu não esperava, eu nunca me imaginei nessa situação, mesmo querendo um dia construir uma família. O pior era saber que no dia em que ela iria me contar essa novidade, ela descobriu tudo.

Saí do banho e me enrrolei na toalha e fui até o quarto de Mina. Chegando lá, a japonesa estava tão concentrada no computador, que nem fez questão de fechar os olhos para não me ver nua, e ela realmente estava vidrada na tela.

Vesti um pijama que eu havia trago, penteei os cabelos e então voltei para sala e comecei a assistir qualquer coisa que passava na TV. Então foi aí que os pensamentos simultâneos começaram a aparecer. Rosé me perdoaria? Eu seria uma boa mãe? Ela me deixaria ver o bebê? Como ficaria minha relação com a família dela? Eram muitas perguntas.

Eu estava tão perdida me minha mente, que nem percebi quando Mina sentou-se ao meu lado no sofá.

— Ta tudo bem? — Ela perguntava meio preocupada.  — Nem está prestando atenção na TV. O que aconteceu?

— Eu só estou... pensando.

— Sobre o que? Quer conversar?

— Eu estava pensando que eu nunca imaginei que, uma simples substituta, iria fazer eu cometer o pior erro da minha vida.

Ela riu leve. — A Sana é realmente uma mulher muito bonita, ela sempre recebia várias ligações para encontros, ficava com bastante pessoas e tal. Mas como amiga dela, eu sei que, ela nunca se apaixonou por ninguém.

— Ela disse que estava apaixonada por mim.

— Bobeira, ela disse isso pq estava com tesão.

— E bêbada.

— Aí. Eu já tinha dito a ela que você era casada , ela disse que não se meteria com você, mas ela fez isso com você.

— Onde ela está agora?

— Ela voltou a fazer faculdade normal.

— Entendi, menos mal.

— É. Você tem certeza que não quer comer?

— Tenho sim, obrigada.

— Ta bom. Amanhã nós vamos ter uma reunião longa, às 10h.

— Ta bom, obrigada.

Minari voltou para o quarto e permaneceu lá, e eu comecei a arrumar o sofá para dormir, nem sabia que horas eram. Arrumei os travesseiros e o edredom e, me deitei. Peguei o meu celular e comecei a assistir algumas séries, isso me fez lembrar de Rosé, quando assistiamos séries juntas.

Quebra de tempo.

Já estava de manhã, fui a primeira a levantar da casa, me sentei para me espreguiçar e fui ao banheiro para me aprontar para o trabalho. Quando voltei, olhei a hora, eram 06:47, acordei cedo demais. Como eu já tinha me vestido, resolvi ir comprar as coisas para o café da manhã.

Escrevi um bilhete para Mina, peguei suas chaves e saí do apartamento. Desci até o primeiro andar do prédio e fui até o porteiro.

— Oi, bom dia, por acaso você sabe aonde fica o mercado por aqui?

— Sim, logo na esquina.

— Ok, obrigada.

— Moça. — Ele me chamou e voltei para o seu lado. — O que você é da senhora Mina?

— Ah, está querendo uma nova fofoca para o prédio, né? Somos amigas, eu tive um problema familiar e ela está me ajudando. Era só o que queria saber? Ou quer saber se dormimos juntas?

— Não, era só isso. — Ele disse sem graça e eu saí.

Desde que cheguei, sempre vejo esse homem cuchichando com os funcionários e moradores, e Mina já tinha me dito que ele era bem fofoqueiro.

Segui o caminho que foi recomendado e logo cheguei no mercado, peguei carrinho e já comecei a vasculhar o mercado. Eu recebi vários olhares, tanto por estar tão arrumada as 7h da manhã, tanto por algumas daquela pessoas saberem que eu sou. 

Comprei queijo, presunto, pão, chocolate em pó, leite e um bolo de chocolate. Passei as compras e logo saí do mercado e voltei para o apartamento de Myoi.

Abri a porta e Mina já estava de pé, colocando seus brincos enquanto olhava o celular que estava na bancada da cozinha, de longe.

— Pq quis ir ao mercado, tinha coisa pra comer.

— Eu sei, mas eu queria comer pão e essas coisas.

— Ta bom. — Ela riu e voltou para o quarto.

Preparei dois mistos quentes, chocolate quente e uma fatia de bolo pra cada uma. Logo a japonesa voltou e começamos a comer.

Terminamos o café e Mina lavou os pratos, então eu fiz a gentileza de arrumar sua bolsa e sua cama. Fiz isso e logo quando voltei, Mina estava com o celular nas mãos, pedindo nosso carro.

Descemos para esperar o carro logo lá embaixo, o porteiro ficou nos olhando de canto e só para fazer graça, contei para Mina sobre a conversa de mais cedo.

— Ele me perguntou se estavamos juntas.

— Ele é fofoqueiro demais.

— Se importa se eu colocar a mão na sua cintura? Só pra fazer graça. — Eu ri.

— Não tem problema. — Ela riu também.

Coloquei a mão na cintura de Mina e logo o porteiro arregalou os olhos, parecendo suspeitar mais ainda sobre nossa relação. Finalmente o carro chegou, entramos e fomos para o trabalho.

Eu estou muito agradecida por tudo que Mina tem feito por mim, tanto por ceder sua casa e tanto por me dar este apoio emocional, estamos construindo uma amizade que eu quero levar para a vida.

Obrigadas a se Amar • ChaelisaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora